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Yahoo pode estar mais perto do inferno do que do paraíso

Todos sabem que a Yahoo é uma das empresas mais importantes da internet. Uma das mais antigas, está no ativo desde 1995, mas a empresa liderada por Marissa Mayer não tem vida fácil há já alguns anos.

Muitos foram os que defenderam a venda do principal negócio da Yahoo e, a verdade, é que isso aconteceu em julho deste ano. A Verizon fez uma proposta de 4,83 mil milhões de dólares. A Yahoo aceitou. O negócio deverá estar concluído no início de 2017. Ou não.




A ideia da Verizon é criar uma empresa relevante na área dos conteúdos online, juntando a Yahoo à AOL, que foi adquirida em 2015. No entanto, o negócio pode estar em risco depois dos recentes ataques informáticos.

O ‘primeiro’ deu-se no final de 2014, mas só foi descoberto em setembro de 2016. Em comunicado emitido na altura, a Yahoo afirmou que acreditava que o roubo de acessos a mais de 500 milhões de contas tinha sido feito com o apoio de um Estado. Entre os acessos roubados encontravam-se os nomes, os endereços de email, números de telefone, datas de nascimento, passwords cifradas e, em alguns casos, questões de segurança e respetivas respostas.

Esta semana foi descoberto o ‘segundo’ ataque (que aconteceu antes do ‘primeiro’). A Yahoo confirmou na última quarta-feira, dia 14 de dezembro, que em agosto de 2013 foram roubadas informações de mil milhões de contas. A empresa afirma que os dois incidentes são “provavelmente distintos”.

Andrew Komarov, diretor de inteligência da empresa de segurança InfoArmor, afirmou ao New York Times que esta base de dados foi vendida na Dark Web em agosto deste ano por 300 mil dólares, algo como 287 mil euros. Os compradores terão sido duas empresas de spam e uma outra que estará envolvida com táticas de espionagem. Os vendedores terão sido um grupo de hackers baseados na Europa de leste.

Aquando da revelação do ataque em setembro, surgiram notícias de que a Verizon poderia querer um desconto de mil milhões de dólares no negócio. Na altura, Fran Shammo, CFO da Verizon, afirmou que a empresa “ainda está a avaliar o que [o ataque] significa para a transação”.

Se um ataque informático afeta negativamente uma empresa, dois afetam muito mais. A Yahoo pode ver o negócio com a Verizon cair, ou ver um reajustamento no valor. Na última quinta-feira, as ações da Yahoo caíram 6% com os investidores a recearem a venda em questão. Se 2016 podia ser o ano da salvação do negócio da Yahoo, 2016 pode, na verdade, ser um verdadeiro inferno para a empresa liderada por Marissa Mayer.