Windows 10: atualizar ou não atualizar, eis a questão

Pela primeira vez a Microsoft está a oferecer uma grande atualização do sistema operativo Windows aos seus utilizadores. Quis o Windows 95? Pagou. Gostou do XP? Teve de pagar. O Windows 7 foi espetacular? Mas custou dinheiro.

O Windows 10 trouxe uma nova abordagem de mercado por parte da Microsoft. A atualização para o sistema operativo é gratuita para quem tiver computadores com Windows 7, Windows 8 ou Windows 8.1. Mas esta oferta não é válida para sempre. A Microsoft definiu que haveria um período de um ano durante o qual o Windows 10 seria gratuito.



Esse período termina esta sexta-feira, 29 de julho. O prazo de um ano serviu para a Microsoft colocar alguma ‘pressão’ nos utilizadores e para aumentar a taxa de atualização dos equipamentos. Mas a realidade mostra que mesmo de graça o Windows 10 ainda não conseguiu seduzir uma boa fatia do mercado.

No final de junho e de acordo com dados da NetApplications, o Windows 7 ainda estava em 49,05% das máquinas, o Windows 8 em 2,45% e o Windows 8.1 em 8,01%. O Windows 10 estava em 19,14% dos computadores. Contas feitas isto significa que mais de metade dos computadores no mundo que são elegíveis para o Windows 10 ainda não fizeram a atualização.

Para Portugal recorremos aos valores da StatCounter que dão a liderança ao Windows 10 com uma quota de 41,25% no mês de julho, com o Windows 7 a ter 27,6%, o Windows 8.1 com 9,13% e o Windows 8 a ter uma quota abaixo dos 2,64%.

Source: StatCounter Global Stats – OS Market Share

É justo referir que o Windows 10 foi o lançamento mais bem sucedido de sempre da Microsoft, ao ter a melhor taxa de adoção entre sistemas operativos Windows – atualmente já está instalado em 350 milhões de equipamentos entre computadores, smartphones, tablets e Xbox One.

Independentemente dos números a grande questão que se coloca caso ainda não tenha feito a atualização é: justifica-se o upgrade?

Como encontrar a melhor resposta

A atualização pode ou não justificar-se dependendo do perfil do utilizador. Na prática a atualização para o Windows 10 até 29 de julho justifica-se sempre pelo facto de ser a versão mais recente do sistema operativo e por ser gratuita.

São dois argumentos sem falhas e que deveriam ser motivo suficiente para convencer os utilizadores. Mas não foram. Em parte porque houve ‘trauma’ relativamente ao lançamento do Windows 8, pois trouxe uma grande curva de aprendizagem para um sistema operativo que até então se destacava pela facilidade de utilização.

O Windows 10 pode ser visto como uma mistura dos pontos fortes do Windows 7 com os pontos fortes do Windows 8 – isto em termos de usabilidade e design. Quanto ao nível das funcionalidades o Windows 10 também acaba por ser mais completo – basta dar o exemplo que formatar um computador com Windows 7 podia ser uma dor de cabeça para os menos versados em tecnologia e que com o Windows 10 é tão simples como selecionar a opção ‘Restaurar’, um pouco como existe nos smartphones.



Mas também há motivos válidos para que não queira trocar para o Windows 10. Gosta do sistema operativo que tem, nunca lhe trouxe problemas e não liga assim tanto à evolução das funcionalidades pois o uso que dá ao PC não tiraria partido dessa evolução.

Outra razão para a não atualização está relacionada com a compatibilidade de aplicações. A Microsoft esforçou-se para que programas, drivers e componentes com vários anos sejam suportados pela nova versão do Windows, mas a verdade é que isso nem sempre se concretiza num cenário sem problemas.

Daí que a melhor forma de perceber se deve ou não atualizar para o Windows 10 é usando a ferramenta oficial da Microsoft que analisa o seu computador. Depois de feita a análise é apresentado um relatório com os elementos que já são compatíveis e com os que ainda não são.

Se por ventura tiver um ou outro programa que não é ainda compatível com o Windows 10 e lhe faz falta, então deve esperar para não perder essa ferramenta. Claro que esperar nesta altura significa depois ter de gastar cerca de 135 euros numa cópia legal do Windows 10.

Caso a compatibilidade seja total então avance para a atualização. Mais não seja por uma questão de segurança: as versões mais recentes são sempre as que estão melhor blindadas contra piratas informáticos e outros perigos online.

Depois considere outra ideia: o suporte para o Windows 7 só acaba em 2020, daqui a quatro anos, mas vai acabar. Ou seja, acabará por acontecer ao sistema operativo o mesmo que aconteceu ao Windows XP, com muitos utilizadores a ficarem desprotegidos.

O Windows 10 é o futuro e por isso todos devem embarcar nele. Há sempre um receio de impacto que o sistema operativo tem no desempenho do computador e é aqui que partilho a minha experiência própria.

Três instalações positivas

Fiz a atualização do Windows 10 em três computadores portáteis: um de baixa gama com Windows 8.1, outro de gama média com Windows 7 e outro de gama alta com Windows 8. Em todos eles não houve qualquer impacto negativo da atualização no seu desempenho, antes pelo contrário.

Ainda que não deixe os computadores loucamente mais rápidos, a verdade é que existem melhorias significativas na velocidade de resposta dos computadores – sobretudo se fizer uma instalação limpa do sistema operativo, isto é, eliminando tudo o que estava instalado e armazenado no computador.

A próxima grande atualização do Windows chega já no dia 2 de agosto

Foram três casos de sucesso de migração e tudo faz acreditar que depois de usar a ferramenta de compatibilidade e receber luz verde da Microsoft, que também a atualização do seu computador terá um final feliz.

Há contudo alguns pontos a considerar. No computador topo de gama há por exemplo um controlador gráfico da Intel que crasha de forma constante e que ao que tudo indica está de alguma forma ligado ao Windows 10 – enquanto Windows 8 não apresentava o problema. É um problema resolvido com atualização manual de drivers, mas nem todos os utilizadores poderão depois ter a ‘ginástica’ necessária para resolver estes problemas.

Esta falha não tem um impacto negativo no desempenho geral do computador, mas já nos fez passar por momentos de apuro por congelar por completo o sistema operativo.

Já nas outras duas máquinas nada a assinalar.

Um último conselho útil

Se decidir instalar o Windows 10 no seu computador não faça de imediato uma reinstalação de fábrica. Isto porque a Microsoft permite que o utilizador volte à versão antiga do sistema operativo que tinha no computador até 30 dias depois da instalação do Windows 10.

Se não ficar satisfeito com o sistema operativo em si, se vir que o computador ficou lento ou que existem problemas de compatibilidade, então deve dar um passo atrás para não comprometer a qualidade geral do computador.

Aqui no FUTURE BEHIND somos pró-tecnologia e por isso aconselhamos a atualização para o Windows 10. Ainda para mais sabendo que esta é a última grande versão do sistema operativo da Microsoft. A tecnológica já fez saber que não lançará novas versões do Windows, vai é trazer atualizações constantes a este Windows.

Isso não significa que o Windows vai daqui a dez anos ser quase igual ao que é atualmente. Por exemplo, no dia 2 de agosto vão chegar o Anniversary Update que vai trazer várias novidades e novas funcionalidades até ao software.

A Microsoft está literalmente a dar, sem custos, o futuro do seu sistema operativo. É uma boa oportunidade para aproveitar. Caso contrário só através da compra de uma licença ou de um computador novo é que vai conseguir acompanhar novamente as tendências da computação pessoal.

Rui da Rocha Ferreira: Fã incondicional do Movimento 37 do AlphaGo.
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