Ontem enquanto escrevíamos sobre o lançamento surpresa da Nintendo, uma reinvenção da Nintendo Entertainment System, ficámos com a sensação que o sistema de jogo pode de facto representar uma boa compra para os consumidores em termos de valor.
Por agora só estão confirmados os preços para mercados internacionais como os EUA, onde custará 59,99 dólares, e o Reino Unido onde custará 50 libras. Para Portugal não há ainda um preço oficial. Contactada, a Nintendo Portugal remete a definição do preço de venda público para as lojas que mais tarde terão a consola. Mas olhando para a tradição que vem de outros gadgets então será de esperar um preço que varie entre os 59,99 euros e os 79,99 euros.
Para muitos pode parecer demasiado para comprar uma nova versão de uma consola que já tem mais de três décadas. É aí que entra a parte dos jogos. A Nintendo vai incluir de origem 30 jogos com a Nintendo Classic Mini, o que torna a oferta muito mais interessante. Mas quão mais interessante?
Os jogos que a Nintendo vai incluir na ‘mini NES’ fazem quase todos parte do catálogo que a tecnológica japonesa já disponibiliza no seu serviço Virtual Console para as Nintendo Wii e Wii U. Do alinhamento de 30 jogos anunciados ontem, apenas o Bubble Bobble e o Final Fantasy não podem ser encontrados na loja virtual da Nintendo.
Sobram portanto 28 jogos que já são compráveis. Confirmamos que todos eles estão atualmente à venda em formato digital por 4,99 euros. Fazendo as contas, comprar estes jogos todos através da Consola Virtual obrigaria a um investimento de 139,72 euros. Um valor muito acima dos 80 euros máximos expectáveis para o mercado português.
A Nintendo tem apostado no conceito de retrocompatibilidade para rentabilizar as suas franquias
Outro exemplo: o jogo Final Fantasy, um dos que não estava listado na Consola Virtual, custa sozinho 6,99 euros na loja de aplicações do Android, ou seja, cerca de 10% do valor provável que o sistema de jogo poderá vir a ter no mercado europeu.
Se a isto considerarmos os custos do hardware em si, a integração de um comando, de um cabo HDMI – mas não do carregador energético USB – e de outros custos envolvidos com distribuição e marketing, então se sempre se confirmar um preço entre os 60 e os 80 euros podemos considerar a Nintendo Classic Mini como uma pechincha.
A chegada da nova Nintendo Entertainment System está marcada para 11 de novembro.
A Nintendo deu a mão aos consumidores, eles pediram pelo braço
A proposta de valor está lá. A ‘mini-NES’ é ao que tudo indica um bom negócio – falta experimentar e perceber como é que os jogos de antigamente se safam em televisores modernos e com altas resoluções, por exemplo.
Mas entretanto foram partilhados dois pormenores que poderão desanimar alguns potenciais consumidores. A Nintendo já disse que os 30 jogos iniciais serão os únicos títulos que a Nintendo Classic Mini vai receber ao longo da sua ‘vida’. Não há suporte para cartuchos para o caso de ainda ter alguns lá por casa e também não vai ser possível ligar a consola à internet para descarregar versões digitais – legais ou não.
O facto de a consola não receber mais jogos não é grave, pois 30 jogos já é um número bastante generoso, mas isso também significa que há outros títulos que podiam e talvez devessem ter sido incluídos no pacote original.
Battletoads, Contra, Willow, Tetris, DuckTales e DuckHunt são muitas vezes apontados como outros grandes clássicos da NES. Mesmo que não fossem estes, a Nintendo teria muitos outros jogos para fazer chegar à consola – ao todo existem 89 títulos listados no serviço Virtual Console.