Não deixa de ser curioso que a Nintendo foi a primeira empresa a anunciar publicamente a intenção de fazer chegar ao mercado uma nova consola num curto espaço de tempo, mas foram as rivais Sony e Microsoft a fazê-lo efetivamente. Neste momento nada sabemos sobre a NX, mas quase tudo sabemos sobre as novas plataformas de jogo PlayStation 4, PlayStation 4 Pro, Xbox One S e Project Scorpio.
Possivelmente nunca houve uma altura tão boa e tão má para ser um jogador dedicado. Quem gosta de videojogos gosta sempre de estar em cima da atualidade, de ter o hardware mais recente, mais capaz. Os jogadores simplesmente não estão habituados a ter consolas de meia geração. Mas os tempos são claramente outros.
O ano de 2016 vai ficar marcado para sempre na indústria dos videojogos não só como o ano em que as consolas de meia geração tornaram-se uma realidade, mas também por ser um ano preenchido de anúncios relativos a hardware. Há uma nova PlayStation 4, há a PlayStation 4 Pro, há a Xbox One S e foi anunciado o Project Scorpio, também da Microsoft.
Há jogadores que certamente estão emaranhados nesta teia de anúncios. Afinal, que consola comprar? O facto de já ter uma Xbox One ou PlayStation 4 pode pesar na decisão, mas mesmo nestes casos há sempre factores a ter em conta.
Por exemplo, apenas 100 euros separam a PlayStation 4 ‘básica’ da PlayStation 4 Pro, mas separa-as também uma diferença gráfica de 100%, palavras da Sony Interactive Entertainment. Para quem vai agora entrar na nova geração de consolas, talvez a nova PS 4 Pro faça mais sentido.
Mas depois existem factores como o facto de a Xbox One S ter um design mais distinto e de ter um leitor de Blu-Ray 4K integrado, o que faz do sistema de jogo a melhor consola para quem também é um ávido consumidor de conteúdos multimédia.
Por outro lado a Xbox One S também é menos potente do que a PS 4 Pro, mas já é mais interessante do que a nova PlayStation 4 ‘básica’ pois tem suporte para vídeo em Ultra HD.
Podíamos incluir aqui outras vantagens e desvantagens dos diferentes sistemas de jogo entre si, mas já deu para perceber a ideia, certo?
A favor da ‘sanidade’ dos jogadores é necessário que a Nintendo NX seja anunciada o mais rápido possível. E também seria positivo para a tecnológica japonesa.
A Nintendo pode aproveitar o bom momento que está a ter graças ao Pokémon GO e a Super Mario Run para cair nas boas graças dos consumidores. A Nintendo pode aproveitar a guerra de especificações entre a Sony e a Microsoft para apresentar um produto mais linear, direto e que se destaque da concorrência. A Nintendo pode aproveitar o facto de já saber quase tudo sobre as novas consolas rivais para afinar a sua estratégia ao pormenor.
Da maneira como o mercado está animado até os responsáveis da Microsoft e da Sony devem estar à espera que a Nintendo apresente o seu novo hardware de jogo para que depois da tempestade venha a calmaria. E aí sim, quando todas as peças estiverem em cima do tabuleiro será mais fácil para os jogadores delinearem as suas ‘estratégias’ de compra.
Os rumores mais recentes dão conta da possibilidade de a Nintendo apresentar a NX já no início de outubro. Faz sentido sabendo de antemão que a consola vai chegar ao mercado em março de 2017. Mas faz mais sentido sabendo que aquilo que a Nintendo apresentar pode mudar por completo o panorama dos videojogos no Natal.
O Natal. A altura do ano preferida da indústria dos videojogos. Consolas e jogos são vendidos em grande número nessa época. Se a Nintendo apresentar algo inovador e com capacidade de resposta para o que a PlayStation e a Xbox apresentaram, então pode ‘impedir’ algumas vendas natalícias.
No meio de todas estas considerações há uma outra que deve ser ponderada: os ritmos de desenvolvimento. Se a Nintendo NX, a PlayStation 4 Pro e o Project Scorpio forem muito diferentes nas suas capacidades técnicas, isso vai criar problemas aos estúdios de videojogos.
É verdade que há vários anos que os estúdios tanto desenvolvem, por exemplo, para as consolas e para os computadores, sendo que nos computadores os videojogos atingem níveis de performance muito superiores. Mas na prática eram apenas dois níveis de desenvolvimento e quase semelhantes dentro das consolas.
Há exemplos claros de como estes ritmos diferentes de desenvolvimento podem ser prejudiciais: basta pensar no caso de Batman: Arkham Knight, um jogo AAA que vacilou e muito no seu lançamento para PC devido a problemas de otimização e performance.
Nesta posição a Nintendo até podia sair mais confortável pois são os seus estúdios que têm suportado maioritariamente as suas consolas mais recentes. Mas a tecnológica japonesa não pode dar-se ao luxo de ficar outra vez sem a Electronic Arts ou Ubisoft como parceiras, caso contrário poderá ter outra Wii U entre mãos.
A Nintendo tem ainda que pensar que a realidade virtual parece estar aí para ficar e que as consolas rivais suportam ou vão suportar esses sistemas de jogo. Por outro lado a Nintendo é neste momento quem parece estar mais adiantada no ambiente mobile, um que fez crescer exponencialmente o número de jogadores no mundo.
Posto isto: venha de lá essa Nintendo NX pois é a o elemento que os jogadores precisam para esclarecer as suas dúvidas, goste-se ou não da consola.