Foi uma das estrelas da IFA 2016 e será certamente um dos destaques tecnológicos deste ano. O Yoga Book tem recebido fortes elogios e hoje podemos atestar porquê: é de facto um equipamento com um apelo tecnológico diferente e que tem uma proposta qualidade-preço interessante.
Num evento realizado em Lisboa, a Lenovo deu claro destaque ao seu novo dispositivo, apelidando-o de “primeiro tablet 2-em-1 convertível do mundo” – palavras do responsável pelo segmento de consumo, Vasco Oliveira. Se a definição parece complexa é porque o dispositivo apresenta de facto uma grande versatilidade nos seus modos de utilização.
“A geração touch, ou seja, os jovens que nasceram e que aprenderam apenas a tocar em ecrãs táteis, não conhecem o mundo das teclas. E precisam de um produto para mais do que consumo de entretenimento”, disse Vasco Oliveira a propósito do equipamento.
O executivo considera que os tablets que existem no mercado não estão “otimizados para a produtividade”. “A experiência de escrita e de tomar notas são fracas”, atirou. E é justamente neste ‘nicho’ que o novo Yoga Book vai atuar.
Nicho talvez não seja a palavra mais indicada pois como adiantou o diretor-geral da Lenovo Iberia, Alberto Ruano, em entrevista ao FUTURE BEHIND, todo o stock do Yoga Book que a Lenovo disponibilizou tanto para Portugal como para Espanha já foi vendido. “Precisamos de mais produção”.
Estas vendas dizem, claro, respeito aos retalhistas e restantes parceiros de venda da gigante chinesa no mercado nacional, já que as vendas do Yoga Book só começam no final do mês de outubro, não estando ainda definido um dia em concreto. A empresa tenciona ainda abrir o processo de pré-venda em meados de outubro, pelo que os consumidores interessados terão de ficar atentos às novidades da marca.
A versão Android vai custar 499 euros e a versão com Windows 10 Pro vai custar 599 euros
Não vamos detalhar muito no que consiste o Lenovo Yoga Book pois isso já foi feito num outro artigo. Preferimos antes partilhar a curta experiência que tivemos com o equipamento.
O Yoga Book impressiona logo à partida pela sua ergonomia. É pouco maior do que um caderno de tamanho A5, mas consegue ser bastante fino e também leve tendo em conta que é um equipamento de dez polegadas. Se um tablet convém ser portátil, neste ponto a Lenovo fez corretamente o seu trabalho.
O aspeto relativamente ao qual tínhamos maior curiosidade era o teclado ‘áureo’ do dispositivo. Isto é, a parte escura do equipamento é sensível ao toque, mas não tem teclas físicas. As teclas estão delineadas de forma interna e cada uma delas tem associado um motor de vibração que gera feedback tátil sempre que carregado.
Escrever no Yoga Book não é tão confortável como escrever num portátil ou num tablet com um teclado dedicado, está longe disso. Mas para primeiro contacto acabou por ficar um sinal positivo pois é bastante responsivo. Vai obrigar a uma curva de aprendizagem, é um facto, mas parece ser um teclado que vai permitir fazer pesquisas, comentar nas redes sociais e quem sabe até escrever um artigo.
No caso do Yoga Book será difícil escrever e não olhar para o teclado visto que não há um espaço físico a delimitar onde começa e acaba cada caracter. Mas ficou a garantia de que o teclado áureo terá a configuração portuguesa e que também os sistemas de autocomplete vão estar na ‘língua de Camões’.
Não chegamos a experimentar o sistema de digitalização automático do tablet – ficará para a análise mais completa ao equipamento -, mas estivemos a observar de perto quem o fez e quem tem experiência na área.
Nas imagens podemos ver um caricaturista que estava a fazer uma demonstração prática das funcionalidades do Yoga Book. A precisão com a qual o tablet consegue detetar o traço feito no papel é de facto grande e a diferença de tempo entre escrever no papel e aparecer a versão digital é bastante reduzida. Também nesta perspetiva ficaram boas indicações.
Lenovo em crescimento
A empresa tem grandes expectativas para o Yoga Book, mas espera que os restantes equipamentos que vai trazer para o mercado – como o Yoga Mix e o computador Yoga 910, produzam um final de ano forte.
O objetivo da Lenovo para o mercado ibérico é conseguir ter um total 25% de quota nos computadores e espera já no início de 2017 conseguir atingir uma quota de 22%.
Para isto a empresa está a tentar atingir uma ‘fórmula’ no qual 60% das vendas totais da empresa têm origem no segmento de consumo, ficando os restantes 40% a cargo do mercado empresarial. O responsável de vendas para Portugal, Miguel Coelho, destacou durante o evento que parte da performance que a Lenovo tem conseguido no mercado português, mesmo numa altura em que o segmento dos computadores tem vindo a encolher, deve-se à capacidade de conquistar “quota à concorrência e de lançar dispositivos inovadores”. “Convertíveis e destacáveis são segmentos que crescem a dois dígitos”, adiantou.
A estes elementos acrescenta-se o facto de a tecnológica chinesa estar a reforçar a estrutura da empresa em Portugal, tendo feito várias contratações nos últimos meses. Atualmente a Lenovo Portugal é constituída por 15 elementos.