Está a ser apelidado como o iPod Shuffle dos tempos modernos, mas a designação talvez não lhe faça justiça. É que além de ser um leitor de música portátil com suporte para streaming, o Pebble Core tem mais funcionalidades e tecnologias sobretudo focadas na área da saúde.
O anúncio do novo wearable – ou ultra-wearable como lhe chama a empresa – acontece numa altura em que a Pebble lança uma nova versão de cada um dos seus relógios: Pebble 2 e Pebble Time 2. Mas o grande ponto de interesse acaba por ser o Core, um pequeno quadrado desenhado a pensar nos desportistas.
O equipamento tem GPS integrado para que seja possível ter uma noção exata do percurso, pedonal ou de corrida, que o utilizador fez. No vídeo de apresentação é ainda dito que o Core é compatível com algumas das principais aplicações de fitness como o Google Fit, Strava, Runkeeper e Map My Run.
A parte interessante do equipamento é que não necessita de estar ligado ao telefone para funcionar. Isto torna o Pebble Core mais independente do que muitos relógios e pulseiras inteligentes. O wearable em si não tem as aplicações instaladas, mas tem depois a capacidade de comunicar com as mesmas quando estiver por perto um smartphone.
Para reforçar ainda mais esta ideia a tecnológica fez com que o equipamento também tivesse suporte para redes 3G, daí ser possível levar apenas o ‘quadrado’ para uma corrida e ainda assim ter acesso ao Spotify: mas pelo sim, pelo não, existem 4GB de armazenamento interno para ter alguns conteúdos de reserva.
Os utilizadores podem colocar os seus cartões microSIM dentro do Core que ele assumirá as funções de Internet móvel. As restantes funções de rede não estarão ativas.
Existe ainda suporte para redes Wi-Fi e também para dispositivos Bluetooth, sobretudo na perspetiva em que o utilizador pode usar uns auscultadores sem fios. Mas a entrada de 3,5 milímetros também lá está.
Quem apoiar a campanha no Kickstarter pode conseguir o Pebble Core por 69 dólares, o equivalente a 62 euros. Quando ficar disponível para compra ‘extra-Kickstarter’ o preço base será de 99 dólares, cerca de 88 euros.
Aliciar consumidores e programadores
Além da versão ‘comercial’ a Pebble criou ainda uma segunda versão do seu novo gadget a que chama de Core for Hackers. Esta versão é destinada para que os programadores possam mexer e remexer o dispositivo por forma a torná-lo compatível com outros serviços.
Nos exemplos partilhados na campanha de financiamento colaborativo a tecnológica diz que é possível costumizar o equipamento para que seja possível chamar um uber apenas com um clique ou apagar todas as luzes da casa também num só clique.
E quem diz estes exemplos diz acionar outros automatismos. Na prática é um comando universal que pode ser recodificado e que vai automatizar algumas das tarefas mais recorrentes da vida dos utilizadores.
Desta forma a Pebble endereça os dois principais segmentos: consumidores e programadores. Se o consumidor tradicional já tem motivos suficientes para achar o Core apelativo, captar a atenção dos programadores é fundamental: ajuda a criar um ecossistema de software em torno do hardware e quantas mais aplicações compatíveis ou serviços integrados existirem, mais apelativo torna-se o Pebble Core no geral.
Quase que podíamos dizer que estamos perante uma situação de triple win, em que as três partes saem a ganhar. Mas para a Pebble, a empresa que popularizou os smartwatches, só o tempo poderá dizer se esta nova aposta faz sentido e se tem o apoio de consumidores e programadores.
Por agora parece tudo encaminhado: em poucas horas foram angariados 6,5 milhões de dólares, 650% do objetivo pretendido.
As primeiras unidades do Pebble 2, Pebble Time 2 e Pebble Core começam a ser entregues em janeiro de 2017.