Lá vinha ele, talvez um pouco inclinado demais. Seria de esperar o mesmo resultado das outras vezes? Mas não, endireitou-se a tempo de fazer uma aterragem perfeita. Sem espinhas pode mesmo dizer-se. Foi assim que a SpaceX conseguiu aterrar o foguetão Falcon 9 numa plataforma em pleno mar pela primeira vez.
Depois de várias tentativas falhadas a empresa de transporte espacial conseguiu cumprir o seu grande objetivo: recuperar um rocket espacial numa plataforma flutuante. Juntamente com a Blue Origin, a SpaceX faz parecer fácil a aterragem de foguetões.
Se as quatro tentativas até aqui feitas tinham resultado sempre em explosões e na perda dos rockets, a de hoje, 8 de abril, mostrou que a SpaceX está no bom caminho para reduzir os custos das missões espaciais – até 30%, de acordo com dados da tecnológica.
Mas porque insiste a SpaceX em aterrar o foguetão em pleno mar e não em solo firme, como já tinha conseguido fazer? A principal razão está relacionada com os gastos de combustíveis. Devido à trajetória do Falcon 9 nas suas missões – lançamento de satélites, reabastecimento da Estação Espacial Internacional -, acaba sempre por ficar por cima do mar quando dá-se a separação com a carga principal.
Fazer regressar o rocket a terra obriga a uma trajetória maior, o que por sua vez aumenta o consumo de combustível. Com a plataforma flutuante a SpaceX consegue colocá-la na zona onde o foguetão ia cair ‘naturalmente’, mas mantendo sempre uma trajetória controlada através do sistema de propulsão.
A missão agora concretizada com sucesso não significa que daqui para a frente todas as recuperações de foguetões vão ser feitas no mar. A SpaceX tem planos para que 30% das suas missões de recuperação sejam feitas em solo firme. Isto porque o mar tem as suas condicionantes extra como ondulação forte e tempestades pouco previsíveis.
Esta pode bem ser uma das semanas mais bem sucedidas de sempre de Elon Musk: além de conseguir este marco importante para a empresa de transporte espacial, sabe-se também que as reservas do Tesla Model 3 já superam as 300 mil unidades e estima-se que venham a ser superiores a 500 mil.