Esta semana a BlackBerry concretizou a promessa que andava a apregoar há vários meses: vai deixar de produzir smartphones. Os consumidores vão continuar a ver novos dispositivos BlackBerry a chegarem ao mercado, mas serão desenhados e produzidos por outras empresas – a BlackBerry apenas vai ‘emprestar’ o símbolo da amora.
O último equipamento da marca, o DTEK 50, já foi concebido nesta nova lógica: o dispositivo foi desenhado e fabricado pela TCL, a empresa que detém a Alcatel, mas continua a albergar algum espírito da BlackBerry.
Podíamos fazer uma ponderação de como a BlackBerry foi lenta a responder à concorrência e preferiu não sair da sua zona de conforto, o que levou ao seu fim. Mas o The Verge já o fez. Podíamos também olhar para trás e ver quais foram os grandes modelos da BlackBerry que ajudaram a definir uma nova era de dispositivos inteligentes, como o BlackBery Bold. Mas isso também a Wired já o fez.
Preferimos antes focar-nos na dose de ‘loucura’ que a BlackBerry trouxe ao mercado nos anos mais recentes. Se pensarmos bem sobre o assunto, a BlackBerry foi das poucas empresas que decidiu arriscar no conceito de smartphone, além daquele que está mais do que estabelecido.
É verdade, viu-se o resultado que isso deu. Mas também é verdade que não se pode tirar o mérito a quem tenta fazer diferente. Nem todas as propostas foram consensuais – como o BlackBerry Passport – e outras simplesmente foram mal posicionadas em termos de mercado – como o BlackBerry Priv.
Do portfólio de equipamentos da BlackBerry dos anos mais recentes, destacamos aqui quatro que são um claro exemplo daquilo que a tecnológica canadiana era neste segmento: uma empresa que prestava grande atenção e pormenor ao fabrico dos seus equipamentos, conseguia quase sempre produtos consistentes e bastante fiáveis.
Hoje em dia já nem liga à BlackBerry, mas alguns consumidores mais fiéis vão certamente sentir falta da marca pois, ainda que num patamar completamente distinto, em tempos a BlackBerry já teve uma influência sobre um grupo de consumidores tão grande como a Apple tem atualmente sobre os seus.
Apenas vamos partilhar imagens dos equipamentos que consideramos que mostram aquele que é o ADN da BlackBerry no fabrico de hardware: Classic, Porsche Edition, Passport e Priv. São smartphones diferentes de tudo o resto a que estamos habituados a ver e foram equipamentos que ajudaram a trazer algum rasgo de originalidade ao saturadíssimo mercado de smartphones.
Para quem gosta de equipamentos diferentes, o adeus da BlackBerry representa menos uma empresa disposta a arriscar em conceitos diferenciadores. Agora que a BlackBerry vai embora, quem é vai produzir os smartphones malucos?
Todas as imagens são crédito da BlackBerry