O Apple Watch está diferente: não por fora, por dentro

Foi chegar, ver e vencer. O Apple Watch não teve o impacto que o iPhone e o iPad tiveram nos seus respetivos segmentos. Mas isso não significa que a aposta nos wearables esteja a correr mal à Apple. Os números parecem revelar justamente o contrário.

De acordo com o diretor executivo da empresa, Tim Cook, em 2015 só uma marca faturou mais na venda de relógios do que a Apple: a icónica Rolex. E quando a análise recai apenas sobre o segmento dos relógios inteligentes, então nesse campo a Apple é a número um em vendas.



Mas durante a apresentação de hoje ficou mais claro o que a Apple pretende atingir com o seu Watch: houve um menor foco na parte estética para haver um maior foco em novidades práticas. Ou seja, o Apple Watch está a posicionar-se cada vez mais com um equipamento de saúde e não tanto como um relógio premium.

São várias as pistas que apontam neste sentido. A primeira é o facto de o design do Apple Watch não ter sido alterado nesta segunda versão, que está a ser apelidada de Series 2. A segunda pista é o facto de o Apple Watch Edition – aquele de ouro que chegava a custar 19 mil euros – já não estar disponível.

Agora o mais ‘luxuoso’ que os utilizadores vão conseguir é uma versão do Apple Watch construída em cerâmica, que de acordo com a tecnológica norte-americana, consegue ser quatro vezes mais resistente do que a versão em aço inoxidável.

O preço do Apple Watch Edition agora começa nos 1.479 euros

Depois as restantes pistas vêm do sentido evolutivo do relógio. As novas versões do Apple Watch são resistentes à água – não apenas a salpicos, é mesmo possível ir nadar com o relógio. A marca da maçã desenvolveu inclusive um algoritmo que permite ao relógio monitorizar de forma precisa o número de piscinas feitas e as calorias perdidas durante a prática da natação. A resistência à água é ainda traduzida na possibilidade de submergir o relógio até 50 metros de profundidade.

O Apple Watch Series 2 destaca-se também pelo facto de ter um módulo GPS. Isto permite que o utilizador vá correr sem necessitar de levar o smartphone para saber o percurso que foi feito. Esta funcionalidade vai permitir explorar outras atividades físicas de forma mais precisa e independente, como a escalada.

O Apple Watch Nike+ começa nos 449 euros

O quarto elemento que mostra que o Apple Watch é agora um wearable companheiro para a vida saudável é o facto de a Apple ter anunciado uma versão especial desenvolvida em parceria com a Nike. O relógio é semelhante no design, mas difere no aspeto geral e nos materiais de construção.

Por fim e não menos importante, o facto de tanto Tim Cook como Jeff Williams, diretor de operações da Apple, terem dito mais do que uma vez que o Apple Watch é o companheiro ideal para um estilo de vida mais ativo e saudável.

Não deixa de ser interessante que a Apple tenha tomado um sentido justamente oposto ao de outras tecnológicas no campo dos smartwatches: tanto a Samsung como a Asus, por exemplo, deram um grande ênfase à componente visual dos seus relógios inteligentes.

Uma outra novidade mais ‘agnóstica’ é o processador de dois núcleos que tanto vai ser incluído no Apple Watch Series 2, como nos Apple Watch originais vendidos daqui para a frente – a versão de 2015 passa a designar-se como Apple Watch Series 1.

Há ainda a registar melhorias gráficas – que permitem executar algumas aplicações a uma taxa de atualização de 60 frames por segundo – e um ecrã mais brilhante, conseguindo atingir os 1.000 NITS de luminosidade.

À semelhança dos novos iPhone 7 e iPhone 7 Plus, os novos Apple Watch Series 2 ficam disponíveis para reserva já a 9 de setembro, com a sua comercialização em loja a estar prevista para o dia 16 de setembro.

Rui da Rocha Ferreira: Fã incondicional do Movimento 37 do AlphaGo.
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