Wiko Lenny 3 Max: Safa-se a autonomia

Quando a Wiko anunciou a disponibilização do Lenny 3 Max no final de 2016, a empresa dizia que a principal característica do smartphone era a sua bateria de 4.900 mAh. A Wiko estava certa. A autonomia é mesmo o grande ponto de interesse deste smartphone, justamente um ponto onde muitos outros dispositivos móveis falham.

Além de ‘empacotar’ uma bateria de grandes proporções num equipamento que é relativamente pequeno, a Wiko decidiu construir o Lenny 3 Max com componentes que não são muito exigentes, sempre com o objetivo de salvaguardar a autonomia.




Mas este foco na bateria acaba por deixar a descoberto outras áreas onde o smartphone é claramente modesto. Dependendo do quão é importante é para si a autonomia num equipamento e o quão exigente é com um smartphone, este pode, ou não, ser um dispositivo a considerar.

Importa dizer que o Lenny 3 Max é um smartphone que custa 149 euros. Isto indica-nos que é um equipamento de entrada de gama que tenta acima de tudo garantir uma boa relação qualidade-preço. Se o preço é sem dúvida competitivo, já a qualidade geral do equipamento está uns furos abaixo daquilo que seria desejável.

Em termos de aspeto o Wiko Lenny Max 3 é genérico: um smartphone de linhas arredondadas, com uma espessura considerável, botões capacitivos num friso preto grosso e sem grandes elementos de personalidade. Só não dizemos que falta totalmente personalidade ao equipamento pois o modelo que testámos era de cor dourada, algo que ajuda sempre a trazer mais algum ‘brilho’ ao hardware.

Apesar da cor até poder indicar que o dispositivo tem uma construção premium, não é isso que acontece: os rebordos do Lenny 3 Max são em plástico e no geral o smartphone apresenta uma construção pouco sólida – a capa traseira é em metal, mas é bastante fina. Isto não quer dizer que não seja resistente, pois aparenta ter melhores condições neste aspeto que muitos outros equipamentos – mas quando bate com o dedo no ecrã ou na capa traseira, sente um ‘vazio’ no dispositivo.

Mas justiça seja feita, por 150 euros não seria de esperar muito mais em termos de design e qualidade de construção.

O ecrã HD de cinco polegadas apresenta uma representação de cores interessante, com vivacidade e boa saturação, mas o painel no geral perde pela falta de definição. Para este ponto negativo contribui o facto de haver uma distância muito grande entre o ecrã touchscreen e o painel propriamente dito, o que gera uma certa pixelização dos conteúdos.

É um contexto que serve para as utilizações mais básicas, como aceder a páginas web ou navegar nas redes sociais, mas não diríamos que é o melhor companheiro para consumir conteúdos no YouTube ou para admirar fotografias no Instagram.

Devido às boas cores, a falta de resolução acaba por não ser tão notória quando está a jogar. Em Hill Climb Racing 2, por exemplo, as cores vivas que compõe os diferentes cenários das corridas ajudam a criar um ambiente mais rico. Em Pokémon Duel, um jogo mais detalhado visualmente, volta-se a sentir a menor resolução do painel.

Já que falamos em jogos, vale a pena referir que neste capítulo o Wiko Lenny 3 Max teve um desempenho mediano – executou os dois títulos referidos sem entraves, mas deu para perceber, sobretudo com o jogo da saga Pokémon, que o smarpthone não está talhado para grandes aventuras gráficas.

Se os jogos até executam em modo satisfatório, sobre o tempo de carregamento já não se pode dizer o mesmo. Apesar de ter um processador de quatro núcleos a 1,4 Ghz, as aplicações demoram a iniciar e este tempo é mais demorado quando mais ‘exigente’ for a aplicação.

Neste capítulo parece-nos que, independentemente do Lenny 3 Max custar o que custa, a Wiko devia ter sido um pouco mais ambiciosa. O tempo de espera para que uma aplicação abra é algo para o qual os utilizadores têm cada vez menos paciência. E se em duas semanas de testes já deixam esta impressão menos positiva, é muito provável que ao fim de ano de uso o smartphone esteja consideravelmente mais lento.

Por outro lado, os 2GB de RAM incluídos e os 16GB de armazenamento são uma boa adição a um equipamento desta gama.

Resta-nos falar nos dois extremos do Wiko Lenny 3, isto é, comentar qual o seu melhor elemento e qual a sua pior característica.

Do lado negativo o sensor fotográfico principal não nos convenceu. Ponto. A câmara de oito megapíxeis não gera fotografias de qualidade, nem mesmo quando as condições de iluminação são favoráveis. Há falta de detalhe, falta de contraste e falta de cor nas imagens que são conseguidas com o smartphone.

Para compensar este elemento, existe a autonomia do equipamento. De facto o Wiko Lenny 3 Max garante ao utilizador, à vontade, um dia e meio de autonomia. A tendência é para conseguir sempre um pouco mais, pois tendo em conta que o smartphone não é muito poderoso, o mais provável é acabar por não fazer tarefas muito exigentes com ele.

O facto de a bateria ser enorme e de o dispositivo suportar USB-OTG permite usar o Lenny 3 Max como um power bank para outros dispositivos. Sim, é verdade que fica mais barato comprar um power bank dedicado do que estar a comprar um smartphone para cumprir esta missão, mas a questão não é essa: não são muitos os smartphones que podem gabar-se de ter esta característica, sobretudo no mercado de entrada de gama.

Como elementos finais destacaríamos o facto de o Lenny suportar dois cartões SIM – uma adição que pode ser valiosa para alguns utilizadores -, mas condenamos o facto de não suportar redes 4G.

Esta é uma conclusão que já usámos noutros smartphones, mas que devido à combinação de características do Wiko Lenny 3 Max, também aqui faz sentido: este não é um dispositivo para todos os utilizadores.

O Wiko Lenny 3 Max deve ser considerado se procura um smartphone para as tarefas mais básicas do dia-a-dia e se não está mesmo disposto a gastar nem mais um cêntimo acima dos 150 euros. A fraca qualidade do sensor fotográfico devia fazê-lo considerar melhor esta rigidez, mas por outro lado tem uma boa autonomia para compensar.

Se não é um utilizador exigente e se de facto valoriza o tempo que bateria dura numa única carga, ao estilo dos ‘velhinhos’ telemóveis, então o Lenny 3 Max faz sentido para o seu perfil de utilizador.

Caso contrário o melhor mesmo será subir a parada do investimento pois na casa dos 200 euros já encontra dispositivos que são superiores na qualidade do ecrã, na construção do equipamento e sobretudo na câmara fotográfica – inclusive o U Feel, também da Wiko, é disto exemplo.

Wiko Lenny 3 Max
Design e construção
6
Ecrã
6
Fotografia
6
Performance
6
Autonomia
8
Software
7
Reader Rating7 Votes
4.3
Autonomia acima da média
Preço acessível
Ecrã com boas cores
Câmara fotográfica fraca
Ecrã pouco convincente
Falta suporte para redes 4G
6.5
EM 10
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