O HP Spectre 13 faz-nos sentir diferentes, como se fizessemos parte de uma elite – quase como se fossemos membros de uma família real. A HP quis espantar o mundo com o seu melhor portátil e conseguiu fazê-lo.
Não há como não respeitar o trabalho feito pela HP com este computador. Aqui os pormenores fazem de facto toda a diferença e a empresa fez questão de construir um dispositivo que fosse premium no maior sentido possível da palavra.
Duas semanas de testes com o HP Spectre 13 e estamos também nós rendidos às evidências. Não é o portátil perfeito. Talvez essa máquina nem exista. Mas o Spectre 13 está muito perto desse patamar no que diz respeito ao segmento dos ultrabooks pois não há muito mais que se possa pedir de um dispositivo desta gama.
O aspeto e a qualidade de construção são os elementos em clara evidência nesta máquina. O HP Spectre 13 apresenta-se com uma construção de alumínio em toda a linha – exceto na parte inferior da base que é de fibra de carbono -, tem extremidades de linhas recortadas e vários acabamentos em dourado.
Torna-se difícil não olhar para o portátil e ficar a contemplar o friso dourado no qual estão fixadas as dobradiças do computador. A conjugação da cor dourado com o perfil acastanhado do portátil trazem-lhe um semblante que consegue ser ao mesmo tempo sóbrio, mas bastante luxuoso.
A cor dourado também é aplicada no renovado logótipo da marca tanto na tampa do computador, como no símbolo que surge logo abaixo do ecrã. Foi ainda aplicada ao rebordo de todas as teclas – quando projetado o efeito de retroiluminação cria-se um jogo de luz muito interessante e visualmente apelativo.
O HP Spectre é um dos portáteis mais finos da atualidade – tem apenas 10,4 milímetros de espessura – e por este motivo consegue ser uma máquina bastante versátil no que diz respeito à sua mobilidade. Coloque-o na mochila e nem vai reparar que lá está: o perfil delgado e o baixo peso fazem do Spectre 13 um portátil de baixo impacto no que diz respeito à sua estrutura.
Em termos de design e ergonomia o maior defeito do portátil é o facto de estar limitado no grau de inclinação. Este é um aspeto que me desagrada pessoalmente pois gosto de usar um ultrabook em qualquer situação, seja sentado no chão, sentado num sofá ou sentado numa secretária.
O facto de o ecrã não poder ser ajustado nos ângulos que mais convém ao utilizador é sempre um problema. Por exemplo, neste aspeto o Elitebook Folio G1 foi muito melhor pensado.
Além da linguagem visual, o segundo aspeto que mais agradou no HP Spectre 13 foi o seu teclado. As teclas ocupam uma boa parte da base do computador, estão bem distribuídas e cada caracter em si é bastante espaçoso. Gostei bastante da resposta tátil que as teclas dão durante a escrita, gostei do som e também da distância de viagem aplicada. Mesmo em situações onde é preciso escrever de forma bastante veloz o Spectre 13 esteve completamente à altura.
O trackpad não é muito flexível, é rígido e estático. Isto significa, por exemplo, que se der um clique mais ou menos a meio do trackpad, algumas ações não vão ser reconhecidas ou vão ser mal interpretadas. Aconteceu por mais do que uma vez querer carregar no ‘botão esquerdo’ e assumir o ‘direito’, e vice-versa.
Se a HP estiver a ponderar fazer uma nova versão do HP Spectre em 2017 então este é o ponto que precisa de corrigir: é possivelmente o único elemento que não está ao nível das restantes componentes do computador.
Em termos de desempenho nada a apontar. É um portátil com processador Intel Core i7 de sexta-geração (modelo 6500U), 8GB de RAM e 512GB de memória em SSD, o que lhe vai garantir fluidez e rapidez durante as diferentes utilizações que der ao equipamento, incluindo suites de produtividade mais exigentes como o Photoshop.
Olhando para outras características, o ecrã está muito em linha com os que existem noutros dispositivos premium da HP: são 13 polegadas de boa definição, bons recortes, bons brilhos, tons sem grande saturação, mas ainda assim realistas, tudo numa cobertura reflexiva. Esta cobertura ajuda a dar outro ‘brilho’, mas dependendo do ambiente de luminosidade – por exemplo, se tiver muitas luzes artificiais – então vai acabar por ser bastante reflexivo.
O sistema de som neste computador fica a cargo da Bang & Olufsen, e consegue atingir níveis muito bons de volume sem perder controlo dos agudos. No entanto sente-se claramente a falta de algum corpo neste sistema de som, faltam-lhe graves que ajudariam a tornar mais completa a experiência sonora.
Um outro elemento sobre o qual tinha grande curiosidade era o sistema de arrefecimento hiperbárico. Na prática é um sistema que consegue manter o computador arrefecido graças à pressão interna que é exercida. Não há propriamente uma forma de testar este sistema, mas fiquei surpreendido – pela negativa – pela facilidade com que a ventoinha dispara. É verdade que por ser um dispositivo tão fino há uma maior necessidade de arrefecimento, mas esperava um portátil mais silencioso.
É verdade que o sistema funcionou sempre bem pois manteve o computador arrefecido. Mas também é verdade que este calor dissipado rapidamente passa para as pernas do utilizador se estiver a usar o portátil no colo.
Por fim destacava a inclusão de três portas USB-C no dispositivo, o que lhe garante um nível de conectividade aceitável tendo em conta o seu perfil reduzido e a vontade de algumas marcas em quererem reduzir ao máximo o número de entradas num equipamento – basta olhar para o Macbook da Apple que está limitado a uma única entrada USB-C.
Considerações finais
O HP Spectre 13 não é um portátil como os outros. Está claramente acima da esmagadora maioria das máquinas em termos de perfil, qualidade de construção, estilo e requinte. Só não dizemos já que é o mais belo computador da atualidade pois existem mais dois candidatos a essa posição: o Asus Zenbook 3 e o Acer Swift 7. Tanto o dispositivo da Asus como o da Acer também apostam em argumentos semelhantes: qualidade de construção topo de gama, especificações das melhores que o mercado tem para oferecer e pormenores em dourado.
É uma tendência que os portáteis premium estão a assumir. Não tendo experimentado os outros dois computadores, tenho de lhes dar o benefício da dúvida. Mas quanto a este HP não existem dúvidas: é um autêntico vencedor.
A grande questão, como é habitual, resume-se ao preço. O modelo testado pelo FUTURE BEHIND está disponível no mercado por 1.500 euros. É um valor sempre debatível, sobretudo num mercado como o português. Mas a resposta a essa questão também depende muito de quem pergunta.
Se está à procura da melhor relação qualidade-preço, então este não é o portátil indicado. Existem muitas outras máquinas no mercado, da própria HP e de outras marcas, que conseguem ter características técnicas tão ou mais ambiciosas, sobretudo na componente gráfica, e por um preço semelhante ou até um pouco inferior.
Agora se está à procura de um dos melhores ultrabooks que já foram construídos e daquele que vai de facto afirmá-lo em termos de estilo, então sem dúvida que este é um investimento a considerar. É um dos computadores portáteis mais bonitos já feitos até à data, tem um apelo visual único e consegue ser usado perfeitamente como uma ferramenta de trabalho se desejar rentabilizar ainda mais o investimento.
A HP está de parabéns pelo computador que conseguiu construir. São computadores como o Spectre 13 que fazem o mercado andar para a frente. Mas como já referimos este não é espécime único no segmento premium dentro do universo Windows. Certo é que daqui para a frente mais computadores terão de saber acompanhar estas tendências pois é neste sentido que os consumidores estão a olhar cada vez mais.
Com o HP Spectre 13 a HP quer assumir-se como um líder nesse nicho. Missão cumprida e de forma majestosa.