Análise Review BQ Aquaris M8

BQ Aquaris M8: Surpresa de final de ano

Sabia da existência do tablet BQ Aquaris M8? Provavelmente não. Nós não sabíamos. Descobrimos o dispositivo por acaso no final de novembro pois a marca espanhola não fez uma grande comunicação em torno do equipamento, simplesmente lançou-o. Já há algumas semanas que está disponível na sua loja online.

O Aquaris M8 chamou-nos a atenção pois é diferente dos restantes tablets que já conhecemos da BQ. O Aquaris M8 chamou-nos a atenção pois nos dias que correm já não são assim tantos os tablets que chegam ao mercado.




Depois de duas semanas de utilização do equipamento fica a sensação de uma boa surpresa: um equipamento que chegou sem aviso, provocou impacto e deixou boas impressões. Para o caso de ainda não ter fechado as suas compras natalícias e de estar à procura de um tablet, este é um equipamento que deve considerar.

O primeiro elemento a destacar no tablet espanhol é a sua ergonomia. O Aquaris M8 tem um ecrã de oito polegadas, o tamanho ideal e a partir do qual justifica-se a aposta num dispositivo desta categoria. À medida que os ecrãs dos smartphones foram crescendo, os dos tablets também tiveram de dar um salto.

Ou seja, o tablet M8 tem um tamanho generoso e que justifica essa tal diferença para os smartphones, mas não é um dispositivo demasiado massivo, nem um peso a mais numa mala ou numa mochila. É fácil de agarrar com uma mão, tem um peso relativamente baixo, próximo aos 350 gramas e tem um perfil que não sendo fino, acaba por ser interessante para trazer algum equilíbrio e robustez ao equipamento.

O Aquaris M8 é um dispositivo móvel que pode transportar para qualquer lado sempre que quer ter uma melhor experiência de consumo de conteúdos multimédia.

Este acaba por ser o elemento diferenciador dos tablets relativamente aos smartphones. Um tablet tem de fazer tudo o que um telefone faz – excetuando as chamadas -, mas garantindo sempre uma experiência de visualização melhor.

No caso do Aquaris M8 ficamos satisfeitos com a qualidade do ecrã. É apenas HD – Full HD seria mais desejável -, mas nunca notamos uma falta de qualidade nos conteúdos. Páginas web, vídeos do YouTube, fotografias nas redes sociais e jogos são todos conteúdos que são bem trabalhados no ecrã do M8.

As cores não são muito saturadas, mas têm vivacidade suficiente. Os recortes dos elementos não têm aquela definição ‘laser’, mas são bem definidos. Os ângulos de visualização não são perfeitos, mas são bons. Falta apenas uma maior capacidade de contraste, com pretos mais profundos, mas não é algo que tenha um grande impacto na qualidade geral do equipamento.

Sendo o ecrã o elemento vital de um tablet, o M8 passa esse teste com um desempenho bastante satisfatório e com uma experiência de utilização agradável.

Gostamos igualmente do material suave que a BQ escolheu para o tablet. O dispositivo é todo construído em plástico, mas a tal suavidade do plástico garante um tato agradável. Interessante é também o facto de não ser escorregadio, algo que seria expectável de um material de construção que não tem grande aderência nem rugosidade.

Longe vão os tempos em que a BQ usava um material parecido com arenito nos seus primeiros tablets. Esta foi uma evolução que a marca fez e que na nossa perspetiva é muito bem-vinda.

Já sobre o design do dispositivo não há muito a dizer. É bastante genérico e a cor branca, a única disponível até ao momento, é o único elemento de personalidade do dispositivo. Gostaríamos de ver o tablet acessível noutras cores pois há muito que o tablet deixou de ser apenas um simples gadget para passar a ser um companheiro no quotidiano da pessoa – logo mais opções seria algo bem-vindo.

Há um outro elemento de personalização no equipamento, o símbolo da BQ na parte inferior frontal. Mas ao contrário do que acontece nos smartphones, este não é um botão capacitivo, está lá só para fazer feitio. Pode enganar-se uma ou outra vez a pensar que é o botão de início, mas também não deverá passar disso.

Relativamente ao desempenho não há muito a dizer: é um dispositivo mediano, que cumpre perfeitamente nas tarefas básicas e que ainda consegue executar a maior parte dos jogos que são tendência na loja do Android.

Slither.io, Hill Climb 2 e Stampede são três exemplos de jogos que executaram sem qualquer problema, sem qualquer entravamento. No entanto os testes de benchmark dizem que o Aquaris M8 apenas consegue garantir uma experiência de média gama, pelo que os jogos mais exigentes do próximo ano poderão já não executar com toda a ‘elegância’ neste equipamento.

Por falar em Android, o facto de vir com o Android Marshmallow acaba por não ser o elemento mais favorável. O Android Nougat já está disponível desde o final de agosto e todos os equipamentos que chegam ao mercado depois disso sem esta versão, estão a perder uma oportunidade e não estão a entregar o melhor valor aos clientes.

Por exemplo, o Android 7.0 já permite ter mais do que uma janela em simultâneo no ecrã dos dispositivos, característica que faz mais sentido nos tablets do que nos smartphones.

É verdade que a questão do Android não é uma situação exclusiva da BQ, sendo antes a regra geral no ecossistema Android. Mas não é por muitos fazerem errado que faz com que a situação não deva ser apontada, certo?

Por outro lado a BQ mantém-se fiel à tradição de manter o Android no seu estado mais puro e esta é uma característica que apreciamos.

Do lado da autonomia, a bateria de 4.050 mAh do Aquaris M8 vai garantir uma utilização intensiva a rondar as cinco horas, mas numa utilização casual consegue aguentar até dois dias.

Pelo preço de 180 euros, a BQ tem no Aquaris M8 uma boa proposta de valor. Garante aquilo que um tablet deve garantir: mobilidade, boa experiência de utilização e boa reprodução de conteúdos multimédia.

O mercado dos tablets pode não estar a atravessar a melhor fase de sempre, mas continua a haver interesse por equipamentos que garantem ecrãs maiores e uma experiência semelhante à dos smartphones.

BQ Aquaris M8
Design e construção
7
Ergonomia
8
Ecrã
7
Performance
7
Autonomia
7
Software
8
Reader Rating1 Vote
0.1
Ecrã com boas cores
Suave ao toque
Versão quase pura do Android
Falta Android 7.0
Autonomia podia ser melhor
Capacidade gráfica mediana
7.3
EM 10