Portugal entrou oficialmente no roteiro da VR/AR Association (VRARA), a maior organização do mundo de empresas dos sectores da realidade virtual e da realidade aumentada. Se por vezes na imprensa parece que são áreas concorrentes, esta associação prova justamente o contrário. Assim como provaram muitos dos interessados que ontem assistiram ao lançamento do ‘capítulo’ lisboeta da associação.
A VRARA chama capítulos a todas as presenças dedicadas locais que vai conseguindo angariar um pouco por todo o mundo. Já existem capítulos nos EUA, Canadá, Países Baixos, Áustria, Espanha, Bélgica, Alemanha, Reino Unido, França, Rússia, entre muitos outros países. Portugal, mais especificamente Lisboa, é agora também um desses capítulos.
Siga o Future Behind: Facebook | Twitter | Instagram
“Vamos criar um capítulo forte em Portugal e vamos criar uma ligação forte com os capítulos de outras cidades, vamos apresentar-vos a parceiros”, disse o diretor executivo da VRARA, Kris Kolo, durante a apresentação.
O capítulo lisboeta tem como presidente César Matias, fundador da Smart Achievement, e como vice-presidente Luís Martins, diretor de marketing do IT People Group. Eles vão ser a cara da VRARA em Portugal, mas o objetivo é que mais empresas, mais programadores e mais projetos se juntem à associação e possam tirar partido das suas mais-valias.
Entre estas mais-valias está o acesso facilitado a outras empresas que façam parte da VRARA – são já mais de 3.800 em todo o mundo e fazem parte nomes grandes como Google, Samsung, GoPro, HP, Boeing e AT&T.
A partir daqui a ideia é que sejam desbloqueadas outras possibilidades. Colaboração entre empresas, partilha de pesquisa e investigação, e criação de parcerias são alguns dos benefícios que podem surgir deste movimento.
Leia também | ARKit: Será esta a próxima grande revolução da Apple?
Fazer parte da VRARA implica o pagamento de uma quota de associado – o valor varia de acordo com o perfil da empresa -, mas faz com que os membros depois tenham acesso a condições especiais no aluguer de equipamentos, acesso a espaços de cowork e ainda acesso a eventos que são dedicados a estas áreas de trabalho.
“O objetivo é acelerar o mercado através de um crescimento inteligente”, referiu Kris Kolo.
Na VRARA e nos seus capítulos não há discriminação. Realidade virtual (VR na sigla em inglês), realidade aumentada (AR na sigla em inglês), realidade misturada (MR na sigla em inglês) ou outras tipologias de realidades digitais, todos são bem-vindos a bordo. No evento que se realizou ontem, 20 de setembro, isso ficou provado.
Houve uma demonstração de realidade virtual feita pela Collide, a empresa que está a desenvolver uma framework multiplataforma e multiutilizador para VR; houve uma demonstração de realidade aumentada feita pela Bica Studios, que demonstrou o seu jogo PuzzlAR; e houve ainda uma demonstração de realidade aumentada feita pelo IT People Group com recurso aos óculos Microsoft HoloLens.
Leia também | O MEO está a preparar-se para o futuro do entretenimento
Mais do que rivais no mercado, muitas empresas destas áreas emergentes têm procurado colaborações entre si, sobretudo pelos vários desafios, tecnológicos e comerciais, que ainda existem nos segmentos de VR e AR.
Segundo foi revelado no evento de lançamento da VRARA Lisboa, o objetivo é fazer com que haja um encontro de empresas e entusiastas destas áreas a cada três meses, sendo que o primeiro grande evento deverá acontecer já durante o mês de novembro, aproveitando o elevado número de pessoas que vão estar na capital a propósito do Web Summit.