A realidade virtual tornou-se num novo mercado de consumo tecnológico muito graças a estes dois equipamentos. Podem não ser os mais acessíveis a nível de preço, mas são os modelos topo de gama e aqueles que são tecnicamente mais avançados. Tanto os Oculus Rift como os HTC Vive estão a definir a indústria e isso é algo que não vai mudar no curto prazo.
Mas há elementos que mudaram quando olhamos para o lançamento de ambos os equipamentos e quando olhamos para onde estão agora. Em pouco mais de seis meses houve grandes transformações nos ecossistemas de realidade virtual do Facebook e da dupla HTC-Valve. Os Oculus Rift foram aqueles que mais mudaram e isso justifica uma nova reflexão sobre os equipamentos.
A chegada dos Oculus Touch, os comandos dedicados para os Oculus Rift, é o grande catalisador desta alteração. Os HTC Vive quando estrearam no mercado, traziam de origem uns controladores próprios. Já os Oculus Rift vinham acompanhados com o comando da Xbox One, graças a uma parceria firmada com a Microsoft.
Um comando desenrasca, mas não é tão imersivo como controladores dedicados. E neste aspeto os Oculus Rift sempre estiveram um passo atrás dos HTC Vive.
Os Oculus Rift estrearam a 28 de março, os HTC Vive a 5 de abril
Com a chegada dos Oculus Touch ao mercado, não só os Oculus Rift passam a ter os tão ambicionados controladores dedicados, como na opinião de alguns garantem a experiência mais imersiva da atualidade em termos de interação com o mundo digital. Além disso, os Oculus Touch completam finalmente o ecossistema de realidade virtual do Facebook, o que também permite começar a explorar as experiências de grande escala – algo que os HTC Vive têm desde o dia #1.
Mas tudo tem um preço. Durante o ano de 2016 uma das grandes vantagens dos Oculus Rift sobre os HTC Vive foi o preço. Os Rift custavam e custam 699 euros, visto que a aquisição dos Oculus Touch é opcional. Os HTC Vive custam 899 euros, mas sempre trouxe tudo de origem.
Para um consumidor dos Oculus Rift ter acesso a uma experiência semelhante à dos HTC Vive – realidade virtual, controladores dedicados e experiências de grande escala -, então o investimento terá de ser mais avultado. Além dos 699 euros dos óculos, são mais 199 euros pelos Oculus Touch e mais 89 euros pelo terceiro sensor de movimento necessário para que as experiências room-scale sejam suportadas.
Conclusão? O pacote ‘completo’ dos Oculus Rift neste momento já implica um investimento de 987 euros.
No entanto as contas de quem vai investir num destes equipamentos não devem ficar por aqui.
Oferendas
Por forma a garantir que os utilizadores têm experiências de realidade virtual disponíveis mal terminem a configuração dos seus equipamentos, tanto a Oculus como a dupla HTC-Steam oferecem experiências VR com os seus dispositivos. No caso dos Oculus Rift é o jogo EVE: Valkyrie e nos HTC Vive são os títulos Tilt Brush, The Gallery: Call of the Startseed e Zombie Training Simulator.
Vale também a pena olhar para o ecossistema de conteúdos que estão disponíveis em cada uma das plataformas. A HTC, devido à maior abertura dos Vive e à parceria com a Steam, aparenta levar alguma vantagem no número de experiências disponíveis. Mas quantidade não é qualidade, nem nunca será. Ainda assim tenha este elemento em consideração.
Outro elemento que pode considerar na equação total do investimento é a necessidade de ter um computador compatível. Para o caso de já ser dono de um, então as contas tornam-se mais simples de fazer – pode saber se o seu PC está apto para a realidade virtual neste artigo.
Rumores recentes apontam para a apresentação dos HTC Vive 2.0 já em janeiro
É que recentemente a Oculus fez uma atualização interessante ao seu sistema de realidade virtual que permite reduzir as especificações técnicas mínimas para que um computador seja VR-ready.
Pode parecer algo sem grande importância, mas foi um movimento com um grande impacto. Em vez de os utilizadores terem de gastar para cima de 700 euros para garantir uma máquina compatível, a Oculus estima que seja possível comprar um computador compatível com os Rift a partir dos 500 euros.
Sim, nesta altura os Oculus Rift exigem menos hardware do que os HTC Vive. Ou seja, o dinheiro extra que pode gastar no investimento do ecossistema de realidade virtual do Facebook pode ser ‘recuperado’ em parte ao investir num computador mais barato. Ainda assim, um computador mais barato nunca vai garantir compatibilidade total com a melhor configuração das experiências de realidade virtual.
Mercado em definição
Por norma os números de vendas dos equipamentos ajudam a perceber como está o mercado, mas neste caso não funciona. Tanto o Facebook como a HTC estão ‘mudos’ relativamente ao número de óculos de realidade virtual que já venderam. Soube-se recentemente que os HTC Vive já venderam mais de 140 mil unidades, mas as vendas em concreto não são publicamente conhecidas.
A única indicação que existe sobre o segmento da realidade virtual é isto mesmo: uma constante evolução dos principais projetos do segmento, algo que mostra uma vivacidade interessante para quem está a pensar em investir em VR e que deixa mais confortável quem já investiu.
Se tudo isto aconteceu em menos de um ano, consegue imaginar como serão as experiências de realidade virtual, por exemplo, em 2020? Provavelmente usará as suas mãos como a principal ferramenta de interação e já deverá poder levar os seus equipamentos VR, mesmo os topo de gama, consigo para todo o lado.
À medida que o mercado for mudando, vamos fazendo novas contas.