John Carmack é um nome conhecido no mundo dos videojogos – ajudou a trazer ao mundo as franquias Doom e Quake – e agora está dedicado à realidade virtual. Em 2013 passou a ser o diretor tecnológico da Oculus, uma das maiores empresas deste novo segmento.
Depois das novidades apresentadas pela Oculus na sua conferência anual de programadores – Oculus Touch, novos requisitos mínimos e novas experiências sociais -, o CTO deixou alguns avisos e críticas aos programadores.
Carmack considera que atualmente os produtores de videojogos e experiências de realidade virtual estão a “encostar-se à novidade”, ou seja, estão a facilitar no desenvolvimento das suas experiências pois para os utilizadores tudo ainda parece novo e entusiasmante.
O diretor tecnológico considera que a comunidade de programadores precisa de ser mais exigente consigo própria e que existem vários aspetos a melhorar nos conteúdos VR: profundidade e envolvimento desses mesmos conteúdos e tempos de carregamento, por exemplo.
O especialista diz mesmo que tempos de carregamento próximos de 30 segundos, como acontecem atualmente, podem ser “venenosos” para a experiência do utilizador e para o sucesso geral da tecnologia.
“Consegues fazer algo em realidade virtual que tem o mesmo valor, ou até mais valor, do que estas outras coisas não-VR fizeram?”, questionou o CTO, citado pela publicação Game Industry.
Os interessados podem ver aqui a apresentação que fechou a Oculus Connect 3.
Estas são questões importantes e que já têm sido levantadas ao longo dos últimos tempos. Por exemplo, a loja Steam tem centenas de aplicações e experiências de realidade virtual, mas a qualidade de algumas delas é questionável.
Em certa medida esta situação faz lembrar um pouco o que aconteceu à loja de aplicações do sistema operativo móvel BlackBerry 10: tinha dezenas de milhares de aplicações listadas, mas muito poucas com um bom nível de desenvolvimento e de interesse para os utilizadores. Resultado? Não só o sistema operativo deixou de ser desenvolvido, como a própria BlackBerry está a retrair no mercado de smartphones.
John Carmack prometeu fazer uma publicação no seu blogue onde vai identificar os maiores problemas da realidade virtual agora que a primeira etapa da tecnologia parece estar concretizada: a sua divulgação e afirmação como nova plataforma de computação e entretenimento.