Agora que a realidade virtual já tem dois equipamentos de proa a serem comercializados – Oculus Rift e HTC Vive – vão começar a surgir várias experiências relacionadas com a tecnologia. Mas o que trazemos hoje até aqui são experiências intensas, talvez até extremas e que definitivamente não deve tentar repetir em casa.
Estamos a falar de maratonistas de realidade virtual. Devido à estrutura dos equipamentos e ao ambiente imersivo das experiências digitais, estar muito tempo a jogar ou a experimentar um ambiente em VR pode não ser aconselhado. Mas os quatro casos que lhe expomos de seguida quebram as regras e as recomendações. Isto é a realidade virtual ao limite.
O primeiro caso é o de Derek Westerman, a pessoa que neste momento detém o recorde do Guiness para a maior maratona de videojogos num sistema de realidade virtual. Ao todo foram 25 horas longe do mundo real, mas a ter de lidar com necessidades desse mesmo mundo real: cansaço, fome e até vómitos.
O Guiness colocou algumas regras para que a experiência fosse validada para recorde do mundo, salienta a publicação Road to VR. Uma das quais foi o facto de o candidato apenas poder ter acesso a um jogo. Foi escolhido o Tilt Brush, criado pela Google para o HTC Vive.
Todo o making of do recorde pode ser visto neste vídeo:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=230&v=mZau6PiLoJc
Apesar de ser o recorde oficial, a verdade é que existem experiências mais longas, ainda que os moldes sejam diferentes. O alemão Thorston Wiedemann e responsável pelo festival A MAZE decidiu dizer ‘até já’ ao mundo e usar uns óculos de realidade virtual durante 48 horas seguidas.
A experiência foi toda registada e no final deu origem a um documentário de 20 minutos, o Disconnected, que pode ver neste link. Mas aqui em baixo encontra o trailer dessa experiência.
Ao contrário do recordista mundial, Thorston Wiedemann teve acesso a vários jogos e ambientes de realidade virtual. E o objetivo do artista germânico não era efetuar uma prova de resistência – de acordo com as suas expectativas, em 2026 as pessoas vão passar muito do seu tempo em ambientes VR. Ele só queria saber qual o limite para tal imersão, escreve o The Creators Project.
Dois dias seguidos num mundo de realidade virtual parece muito? Então saiba que neste momento há um outra pessoa, Cris Miranda, a tentar estabelecer um nova barreira de tempo de imersão em realidade virtual.
Serão cem horas no total – mais do que quatro dias consecutivos – sempre com um equipamento de realidade virtual colocado sobre os olhos e a emitir uma experiência diferente. Mas no caso de Cris Miranda, da publicação EnterVR, existem momentos em que o artista vai dormir. Com os óculos é certo, mas é mais um elemento que o diferencia das experiências anteriores. Ficar cem horas sem dormir seria prejudicial para a saúde.
Vamos a meio da maratona: porque não se junta à transmissão em direto?
Mas aquela que pode ser a mais agressiva das experiências de realidade virtual ainda está por acontecer e vai ser protagonizada – pelo menos a promessa está feita – pelo artista britânico Mark Farid.
Este é o conceito: durante 28 dias um homem vai gravar toda a sua vida, tudo o que faz no quotidiano. Essas filmagens vão depois ser trabalhadas e organizadas para que Mark Farid possa viver a vida de outro homem durante 28 dias – quase ininterruptamente.
O britânico tem direito a uma hora por dia de acompanhamento psicológico feito através de som. “Quero saber se é possível perder o sentido de mim mesmo”, disse na altura em entrevista ao Mashable relativamente ao projeto Seeing I.
Para tornar a experiência mais realista Mark Farid vai tentar viver o dia do ‘Outro’ exatamente da mesma forma: dormirá quando o seu ‘eu’ digital dormir, tomará banho quando o seu correspondente assim o fizer e terá acesso às mesmas refeições.
E você: por muito boa que fosse a experiência, quanto tempo aguentaria desligado do mundo real para viver dentro de um mundo virtual?