Análise Ganbatte: Gatos, no espaço, a comer sushi

Crédito: Todas as imagens são da Mimicry

Local – Coimbra, Portugal

Data – 19 de Abril de 2018

Missão – Miau miau miau Vruuuuuum Sushi miau miau grrrr miau

 

Lembra-se de Pokémon Stadium para Nintendo 64, lançado em 1998 o título presenteava os jogadores com um mini-jogo onde o objetivo era usar pokémons para comer o máximo de sushi possível.

 

A velhinha Nintendo 64 é passado e o futuro aponta para a realidade virtual (VR). A Mimicry Games, fundada em 2012 por Thomas Papa, inspirou-se neste título para criar um dos mais deliciosos títulos para VR. Mas delicioso porquê? Calma, já lhe contámos. Até porque já lhe tinhamos dito para manter este titulo debaixo de olho…

Algo que sempre nos fascina em realidade virtual é a possibilidade de podermos ser o que quisermos, onde quisermos. Alguma vez sonhou em ser um gato? Ter uma nave espacial? Alguma vez sonhou que a  sua única preocupação é comer mais sushi do que toda a gente a sua volta? Sim? Então temos o jogo certo para si – Ganbatte! (Vamos lá ser sinceros, quem é que responde “Não” a estas perguntas?)

Qual o significado do nome? Ganbatte é a palavra japonesa para “faz o teu melhor”, usada para apoiar alguém, da mesma maneira que em Portugal usamos o “boa sorte”.

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Ganbatte é descrito pelos próprios criadores como “um jogo sobre gatos, no espaço, a comer sushi”. No fundo, é exactamente o que a descrição sugere: Um simples party game que promete divertir todos os que jogam. Podemos encontrar o jogo disponível através da loja Steam para os Oculus Rift e HTC Vive. Em Ganbatte, os jogadores tomam o papel de gatos sentados em volta de uma mesa redonda onde vão passando vários pratos de sushi. O objectivo é simples: agarrar e comer até as patas, err, braços não conseguirem mais! Mas atenção que é preciso olhar para o que se come: combinações de cores de pratos e peças de sushi aumentam a quantidade de pontos que se ganha. Não se esqueça, o tempo é limitado!

 

Simples, Divertido, Social

“Ok. Mas é só isso?” Bem, em termos de jogabilidade, sim. Ganbatte é um jogo social. Desenhado para reunir pessoas em volta de uma mesa com o objectivo de proporcionar uma competição amigável e divertida. É o tipo de jogo que tem o potencial de nos reunir com estranhos e rapidamente estar a trocar gargalhadas. E “insultos”… enquanto nos levantamos da cadeira para agarrar aquela peça de sushi da frente do tipo que estava prestes a comê-la!

Para quem nunca experimentou realidade virtual, isto pode parecer demasiado simples, aborrecido até. No entanto, num ambiente VR os mecanismos de jogabilidade mais simples conseguem ser extremamente satisfatórios quando implementados de forma natural e fluida. De facto, Ganbatte faz bastante bem o que se propõe a fazer. Ao entramos no jogo somos são-nos apresentados gráficos e animações que nada desapontam, a música faz-nos querer saltar e o ambiente promete uma viagem sem problemas. Quando efectivamente começamos o jogo, soltamos umas quantas gargalhadas só a olhar para as nossas patas, bater palmas e… bem, fazer coisas de gato.

Não seríamos verdadeiros gatos se alguns pratos não fossem atirados para o chão, certo?

O espaço é demasiado grande sem outros gatos

Entusiasmados com o aspecto de uma experiência social e relaxada escolhemos então o modo multijogador. E infelizmente, é exactamente aqui que o problema que assombra Ganbatte se torna bastante claro: Não há ninguém com quem jogar. O jogo ainda se encontra em Early Access por isso esperemos que com tempo isso mude.  

Quando falamos em party games, falamos de jogos numa consola ou computador com vários comandos. Jogos que podemos jogar quando temos amigos em casa, em que várias pessoas jogam simultaneamente no mesmo ecrã. Como pode imaginar, isto não é uma possibilidade no caso de dispositivos como os HTC Vive ou os Oculus Rift. Ficamos assim reduzidos a procurar online, ou esperar que um amigo também tenha o jogo e um dispositivo de realidade virtual.

O apelo de Ganbatte vem da sua forte vertente de multi-jogador e interacção com outros jogadores. Sem estes, rapidamente nos aborrecemos a jogar sozinhos contra bots. Para contrabalançar este efeito, temos disponíveis uma série de desafios singleplayer que tentam mobilizar o jogador a pontuar de variadas formas, ou contra o relógio. Mesmo a jogar sozinho, a dificuldade destes desafios prometem reter alguns dos jogadores mais persistentes.

Produzido pela Mimicry, um pequeno estúdio independente, esta simples experiência tenta penetrar um mercado saturado de outras tantas semelhantes… Mas sem gatos. E afinal de contas, realidade virtual é ainda um ambiente com um número moderado de usuários, principalmente no mercado nacional. Sabendo isto, se tem um grupo de amigos também com um Oculus Rift ou HTC Vive, o jogo proporciona um acesso bem integrado com a lista de amigos do Steam e é definitivamente algo a experimentar.

A interacção com os outros gatos pode ser intensa!

Early Access

Este pequeno jogo de gatos comilões no espaço está ainda em early access. Ou seja, a Mimicry promete ainda implementar outros aspectos no jogo. Os planos envolvem melhores comportamentos dos outros gatos virtuais em modo single player, implementação de itens cosméticos (skins). Estes aspectos certamente tornarão o jogo ainda mais atractivo para um público vasto. (Por alguma razão obscura nós Humanos somos atraídos pela possibilidade de ver gatos com diferentes chapéus e cachecóis de lã…). Um possível desenvolvimento dos desafios single player numa direcção mais cativante poderá também fazer a maior parte dos jogadores passar mais tempo nesta companhia felina.

Eeh… Não fui eu!

Considerações Finais

No fim do dia, Ganbatte tornou-se o tipo de jogo que queremos jogar, mas não podemos. De forma simples, não há ninguém com quem jogar sem activamente persuadir um amigo também a comprar o jogo. Não podemos deixar de admirar a tentativa por parte da Mimicry em desafiar um ambiente no qual outros jogos mais populares têm falhado.

Jogos mais populares no Oculus Rift como Unspoken ou Dead and Buried começaram também com uma forte componente de multi-jogador. Embora fossem títulos que ainda hoje fazem parte da biblioteca de quase todos os utilizadores de Oculus Rift, estes jogos constantemente sofriam problemas de os jogadores não conseguirem encontrar outros com quem jogar. Como é que estes jogos resolveram o problema? Com uma implementação mais tardia de modos singleplayer ricos e satisfatórios. Será também esta uma possível solução para Ganbatte?

Acreditamos que Ganbatte ainda tem muito para oferecer, como dissemos anteriormente o título ainda se encontra em Early Access. Isto significa que o processo de desenvolvimento do jogo ainda não atingiu os 100% e que no decorrer desta viagem espacial os aspectos menos positivos podem ser melhorados e Ganbatte pode tornar-se em mais uma história de sucesso da indústria de videojogos em Portugal.

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Quer embarcar nesta viagem espacial e comer sushi na pele de um felino? Simples, comente este artigo e partilhe connosco os seus pensamentos sobre o atual momento da realidade virtual. No fim de maio 2018 vamos sortear entre todos os leitores uma cópia digital de Ganbatte!

 

N.R.: Ganbatte foi analisado com uma cópia do jogo disponibilizada pela MimiCry Games. 

 

 

Ganbatte
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Divertido
Simples e Social
Gatos competitivos!!
Poucos jogadores "online"
"Bots" pouco interactivos
Possivelmente repetitivo
7.5
EM 10
Paulo Gonçalves Teixeira: Trabalho com investigação e inovação em biotecnologia. Grande entusiasta por PCs, gaming e realidade virtual.
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