Com um novo ano que teve agora o seu início, enquanto o fim do fim da pandemia se espera desesperadamente, é crucial encontrar inspiração em quem parece ter sempre solução para qualquer problema.
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E que sítio melhor do que os videojogos para o fazer? Deixo aqui as minhas inspirações para que o ano de 2022 seja bem mais fácil de suportar.
Começo por Lara Croft. Dona das primeiras curvas pixelizadas pelas quais me apaixonei, Lara é na verdade muito mais do que um símbolo de beleza. É sim uma guerreira feroz e inteligente que fará tudo o que for preciso para sobreviver, que lida com a perda de forma direta, com isolamento e com o mantra de vida de fazer com que o legado do seu pai permaneça vivo, na esperança que ele, se a estiver a ver de alguma forma, se orgulhe dela. Quem não se identificaria com tal compromisso? Eu sim.
Segue-se Trevor Phillips. Não concordam? Encarnar o Trevor que há dentro de nós acaba por ser fundamental em certas situações da nossa vida. Quem nunca procurou o caos, sem medo das consequências? Tal como Trevor é um produto das agitadas ruas de Los Santos, também nós somos consequência daquilo em que nascemos e somos criados. E por vezes ser O Trevor dá um gozo do caraças. Principalmente com aqueles que gostam de nos desafiar, provocar, até gozar. É mostrar-lhe os olhos loucos e é ver as bolinhas a baixar…
Vem agora alguém bem dentro de uma espiral de loucura e depressão: Max Payne. Num ano em que estudos dizem que nunca se prescreveram e tomaram tantos antidepressivos, como se somente a toma de fármacos fosse a resolução para todos os problemas do mundo. Max enfrenta a maior dor de todas, a perda da família de forma trágica, e isso incita nele uma total despreocupação pelo que lhe possa acontecer, sempre carregado de uma honestidade que pode parecer brutal; Payne sofre e não mente ao jogador sobre a mesma. Há que acreditar sempre que as coisas vão melhorar. O que nunca acontece ao nosso anti-herói. E por vezes a nós também não.
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O fantasma de Sparta. Kratos é-nos dado a conhecer na iteração de 2018 como nunca, contrariando os primeiros jogos onde a morte da família o transformou num híper violento homem que contraria até dos deuses. Mas acabamos por conhecer mais dele. Que é um homem torturado pelo seu passado. E que a última coisa que quer é que o seu filho siga as suas pegadas neste longo caminho de sangue e destruição, mas ao mesmo tempo fazendo-o caminhar por alguns dos seus erros. Quão cruel pode ser a paternidade. E eu que o diga.
Termino com Joel, de The Last of Us. Depois de um apocalipse zombie e a morte da sua filha, Joel é uma sombra daquilo que já foi. Escolhas questionáveis foram feitas para sobreviver, e até Ellie lhe aparecer na vida, era alguém que vagueava numa solidão angustiante. A nossa protagonista Ellie faz reavivar alguns instintos protetores que pareciam olvidados. E nem a moralidade daquela última escolha belisca esta ligação. Fica a moralidade das escolhas difíceis que tomamos, que por vezes trazem consequências que podem ser difíceis de aceitar e de lidar.
Bom, estas são as minhas inspirações para mais um ano. Quais são as tuas? Muitos e muitas outras haverão neste mundo tão diverso como o dos videojogos.