A Microsoft tem, sob a sua alçada, diferentes tipos de tecnologia. Desde cloud computing, servidores, cloud storage, sistemas operativos, ou até mesmo hardware. No campo do hardware podemos olhar para a linha Surface mas também para a marca Xbox. A marca gaming da gigante Norte-Americana afasta-se cada vez mais da ideia de “vendedora de consolas” e caminha a passos largos para ser uma marca e não uma consola.
Embora esteja preparado para novembro o lançamento da nova consola Xbox – Xbox Series X – não foi preciso esperar tanto tempo para perceber qual é o principal foco da marca para a próxima geração de consolas. Aliás, acredito que esse plano já começou a ser dado a conhecer aos utilizadores desde 2017, quando o serviço Xbox Game Pass foi lançado.
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Desde aí que a marca tem mostrado a sua vontade em ser isso mesmo, uma marca. O interesse em vender consolas está lá, até porque vendas são necessárias à sobrevivência de uma empresa, mas acima de tudo o que Phil Spencer e a sua Xbox querem é trazer utilizadores para os seus serviços… para as plataformas Microsoft. O aparecimento do serviço Xbox Game Pass para PC, embora que em fase beta, é o primeiro passo para unificar o local onde jogamos os títulos Xbox, para além disto temos o lançamento de aplicações Xbox para PC ou até a Xbox Game Bar.
“O que interessa é que o “X” esteja lá quando começam uma nova aventura”
Mas a saga continua, poder jogar no PC ou na Xbox não é suficiente. Em período experimental há algum tempo foi recentemente anunciado o chegar do serviço de Cloud Gaming como parte da oferta Xbox Game Pass Ultimate, ou seja, a Microsoft permite que os seus clientes joguem o mesmo título no PC, na consola ou no telemóvel / tablet (Android).
Todos estes passos na mesma direção levam a pensar o que já referi, a Xbox quer vender serviços, a Microsoft quer utilizadores a jogar nas suas plataformas, não interessa se é no PC, na consola ou através de Cloud Gaming… o que interessa é que o “X” esteja lá quando começam uma nova aventura. Caso não fosse esta a ideia da Xbox, a marca nunca disponibilizaria os seus exclusivos no Xbox Game Pass (Consola e PC) e logo no dia de lançamento. Até poderia lançar os tais exclusivos no serviço, mas apenas para consola, nunca em ambas as plataformas.
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Olhem para o exemplo de Halo Infinite que poderá ser o vendeiro “console seller” ao ser lançado. Mas será mesmo? O título da 343 Industries vai ser lançado para todas as plataformas Microsoft e estará disponível para o serviço de subscrição logo no dia de lançamento… mais uma vez a Xbox não quer vender consolas, mas quer que joguemos os seus jogos.
“Como é que será que vão ser as vendas de consolas Xbox no lançamento da próxima geração? E será que a Microsoft se preocupa com isso? Não me parece”
Agora vou olhar para a Xbox Series X: Parece um PC, dá para jogar os mesmos jogos que um PC, dá para continuar a jogar o que se estava a jogar no PC, o que é que lhe falta para ser um PC dedicado ao gaming? Pouco. E, na verdade, a gigante tecnológica continua a ajudar a que esta minha opinião fique ainda mais forte. Foi hoje anunciado, através do blog oficial da marca, que a equipa responsável pela Xbox está a trabalhar num novo ecossistema que tenciona unificar a experiência gaming nas plataformas Microsoft.
Diz a equipa – “Estamos a construir um conjunto de experiências para a próxima geração de videojogos, um ecossistema de hardware e software que trabalhará para encontrar os jogadores onde quer que eles escolham jogar. Desde a Xbox Series X (…), a biblioteca Xbox Game Pass (…), até aos jogos imersivos para jogar na Xbox, PC e dispositivos móveis“.
Ao olhar para algumas das imagens daquele que vai ser o novo “Sistema Operativo” do universo gaming da Microsoft é fácil de perceber que é tudo muito idêntico, não interessa onde escolhemos jogar, a experiência visual vai ser praticamente a mesma. A equipa Xbox até vai mais longe ao deixar a frase – “O teu telemóvel, PC ou consola – Todos a trabalhar em conjunto“.
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A publicação deixa claro que os jogadores são “livres” de jogarem onde querem, não interessa se é no PC ou na consola, a experiência vai passar a ser a mesma. Juntando isto ao facto de a Xbox já ter deixado claro que a atual geração vai continuar a ser suportada durante alguns anos, como é que será que vão ser as vendas de consolas Xbox no lançamento da próxima geração? E será que a Microsoft se preocupa com isso? Não me parece.