O que pass(a) no Xbox Game Pass #2: PSYCHONAUTS

Para a edição desta semana d’O que pass(a) no Xbox Game Pass, convidamo-vos a colocar os vossos óculos de aviador nos olhos: vamos mergulhar em pleno no clássico jogo de plataformas em 3D, Psychonauts.

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Esta escolha tem pouco de inocente. A sua sequela direta, Psychonauts 2, está a caminho – chega às consolas da Sony, Microsoft, PC, Mac… e ao Xbox Game Pass a 25 de agosto. Por isso, nada melhor que refrescarmos as memórias deste jogo de culto.

A Double Fine, criada por uma das mentes mais importantes dos títulos point and click dos anos 90, Tim Schafer, relata-nos a história de Raz, um jovem com poderes psíquicos que invade o acampamento de verão dos jovens recrutas Psychonauts, para se poder alistar. É num estilo artístico muito próprio da fase de ouro da animação da Nickelodeon que conhecemos as várias personagens, dos instrutores aos agentes, vilões e aos nossos colegas.

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Personagens com traços altamente disformes para acentuar as diferenças e um humor mais juvenil e rude em alguns momentos pode, numa primeira instância, levar-nos a duvidar da inteligência e, sobretudo, subtileza presente em Psychonauts. Mas a escrita da Double Fine brilha na forma como torna absolutamente humano e perceptível as idiossincrasias da psique humana.

Sim: porque a nossa aventura passa-se em vários cérebros, que precisamos de explorar para conseguir solucionar os diversos problemas do foro psicológico que os assolam. Para isso, contamos com o tradicional salto, mas também algumas habilidades psíquicas que vamos desbloqueando ao longo do jogo, desde labaredas a raios psíquicos.

Psychonauts é um parente próximo de títulos como Super Mario 64 e Banjo & Kazooie, portanto bebe muito da fonte dos collectathons: temos figmentos das memórias e personalidade dos donos da mente de cada nível, literais bagagens emocionais para desbloquear, memórias recônditas para visitar. São vários elementos que farão as delícias dos jogadores mais focados no 100%.

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Infelizmente, a idade pesa um pouco nos sistemas e na jogabilidade: as ideias são sólidas e até conta com alguma variedade de inimigos. Contudo, tanto a câmara demasiado errática como os movimentos algo presos e pouco responsivos tornam as sequências de plataformas mais frustrantes do que deviam ser, impedindo-nos de desfrutar, na sua plenitude, dos detalhes maravilhosos de Psychonauts.

São esses detalhes que o tornam recomendável, ainda hoje em dia. Desde um mundo passado numa literal trincheira, nascido da mente de um general com figmentos de soldados mortos e em sofrimento (cartoonesco, leia-se), até uma mente fechada num cubo que poderia pertencer a uma exposição de arte moderna, capaz de se abrir quando confrontada com o caos e revelar uma míriade de estruturas e sentimentos reprimidos até ao fundo… Psychonauts colocou, de forma simplista, mas divertida, o tema da saúde mental na linha da frente, numa época em que os videojogos raramente ou nunca o debatiam.

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Assim que, não percam mais tempo. Psychonauts está disponível no Xbox Game Pass para consola, PC e Android, através da Cloud e é uma excelente proposta histórica, que vos traz pormenores deliciosos e relevantes para aguentar a espera até à sua sequela,

Carlos Duarte: Adulto de 30 e poucos anos que guarda, dentro de si, o garoto que se apaixonou por videojogos e por um ouriço azul. Escriba profissional de assuntos diversos, jogador dedicado da 1ª à 9º geração de videojogos.
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