A esta altura do campeonato, é bastante claro e sabido a mais-valia que o Xbox Game Pass representa. Estamos a falar de mais de uma centena de videojogos, disponíveis através da Xbox One e Xbox Series X | S, Windows 10 PC e Cloud.
No entanto, abrir a lista para escolher o primeiro jogo a descarregar deste serviço é, provavelmente, o momento mais assustador da vossa relação com a subscrição da Microsoft: porque são muitos, mas muitos jogos disponíveis. Torna-se quase doloroso escolher apenas um para jogar.
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Assim, nasce esta rubrica. Para todos os que sentem que até a decisão do copo a usar para a água é demasiado complexa e detalhada: estou aqui para vocês. Periodicamente, virei cá partilhar-vos algumas sugestões de títulos que devem MESMO jogar no Game Pass.
Para começar? Yakuza: Like a Dragon.
O nosso Tiago Marafona analisou-o, aquando do seu lançamento e a visão foi muito positiva. Contudo, perguntarão e com razão: com a saga Yakuza toda no Game Pass, porquê começar pelo mais recente?
Pois bem. Em Yakuza Like a Dragon, vestimos a pele de Ichiban Kasuga, um Yakuza que se vê envolvido numa teia de conspirações maior que si mesmo. Esta atira-o para Ijincho, área fictícia em Yokohama, onde necessitará de se reerguer e voltar a conquistar a sua vida.
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Não entrem neste jogo à espera de um beat ‘em up sólido. Este é um JRPG que bebe muito – e com qualidade – a várias fontes: desde o óbvio Dragon Quest, no sistema de classes e turnos, até Persona no nivelamento por afinidades e Final Fantasy no espectáculo cinematográfico de cada Summon.
Porém, se não forem fãs deste tipo de mecânicas e preferirem acção pura e dura, não desistam de Ichi à primeira. Yakuza Like a Dragon oferece-vos uma história surpreendentemente madura e até bastante realista, dentro da sua componente mais fantasiosa. Acontece que a nossa personagem é fã de Dragon Quest desde criança e, por vicissitudes da sua vida difícil enquanto orfão numa Soapland (uma espécie de casa de banhos onde, não existindo contacto sexual direto, os clientes são massajados até atingirem o orgasmo), refugiou-se nas aventuras do seu videojogo predilecto, vendo-se sempre como o Herói.
Esta visão quase inocente num mundo sórdido atira-nos, ao longo do jogo, para uma dualidade temática, que nos confronta com o crescente conservadorismo da sociedade japonesa representada pela Bleach Japan, associação dedicada a “eliminar a sujidade na nação nipónica”, e o direito do cidadão japonês em mudar de vida. A dada altura, para nos introduzirem à mecânica das diversas Classes, somos levados a um centro de emprego, onde percebemos que os “trabalhos” que conseguimos são poucos, mal pagos e precários.
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O nosso background como ex-Yakuza cataloga Ichiban como um pária da sociedade, obrigado a viver – ou melhor, a sobreviver – à margem. Com ele, vamos acompanhando também a visão mais humilde dos elementos que compõem a classe baixa japonesa: sem-abrigos que foram despedidos de um trabalho e portanto mais ninguém os contratou, ex-estudantes que, não tendo conseguido estágio após a sua licenciatura, foram colocados à margem, pessoas com cadastro…
Yakuza Like a Dragon, vai levar-vos a conhecer, de forma profunda e inteligente, as idiossincrasias que tolhem a sociedade japonesa nas suas várias camadas, através do cast de personagens mais divertido e realista que encontrámos num JRPG nos últimos anos.
Para além de que, fora a narrativa muito boa, contam com um jogo mecanicamente sólido, tanto na sua componente de combate como de exploração: há sempre alguma coisa para fazer em Yakuza Like a Dragon e a gigantesca maioria dos mini-jogos ajudam a atribuir pontos para o crescimento de Ichiban e da sua equipa, para conseguirem enfrentar os desafios mais próximos do final.
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Se procuram o vosso próximo grande título, para vos encher as medidas em todos os sentidos, podem parar de procurar. Yakuza Like a Dragon está disponível, no Xbox Game Pass, tanto para Windows 10 PC como para Xbox One e Xbox Series X | S.