A fome derrotou a competitividade no comércio eletrónico em Portugal. É o que revela relatório produzido pelo instituto de pesquisas Nielsen, que tem sido uma referência no que diz respeito aos levantamentos sobre hábitos de consumo através da rede mundial de computadores. Os jogos perderam uma posição no ranking de produtos mais vendidos pela Internet, sendo agora também superados pelos serviços de entrega de comida ao domicílio.
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Os números apresentados levam em consideração as compras realizadas através de computadores, tablets e telemóveis em 2018 e fazem comparação com o ano anterior. O estudo mostra que a cada 100 consumidores portugueses, 94 adquiriram pelo menos um produto online durante o ano passado. O setor de entrega de alimentos foi o que mais cresceu durante esse período, tendo vendido 9% a mais em relação a 2017, acabando por ganhar a oitava posição na listagem deixando os produtos de videojogos na nona posição.
Jogos também cresceram, mas em menor proporção
Não que os jogos tenham deixado de crescer – esta área também apresenta um aumento quando comparado com igual período do ano anterior. Porém, este aumento tem uma proporção bastante inferior: Tiveram um acréscimo de apenas 1% em relação ao ano anterior. Das 18 categorias em que o instituto de pesquisa dividiu os segmentos de comércio eletrónico, 15 mostraram aumento nas vendas. Duas ficaram estáveis (Tecnologia da Informação e produtos para dispositivos móveis; e bebidas alcoólicas) e somente um apresentou queda (flores ou produtos em oferta).
A Nielson Brasil fez um video que explica o porquê destes números:
O segundo crescimento mais expressivo foi no setor de viagens, que já em 2017 era o setor líder no segmento de vendas no comércio eletrónico, a crescer 6%. Durante o ano passado 61% dos consumidores adquiriram pelo menos um produto do setor utilizando serviços online. Os produtos oferecidos pelos operadores online que atuam no setor de videojogos foram adquiridos por 22% dos consumidores portugueses que responderam à pesquisa. Ou seja, aproximadamente uma em cada quatro pessoas gastou dinheiro para jogar através do seu dispositivo móvel ou desktop.
Comércio eletrónico em Portugal representa 40% do PIB
Os números de crescimento do setor são corroborados pelo Estudo da Economia Digital realizado pela Associação Economia Digital (Acepi). A entidade estima que o comércio eletrónico no país é responsável por cerca de 40% do PIB (Produto Interno Bruto) de acordo com dados de 2017.
A divisão da aplicação do dinheiro gasto na compra de produtos online, no entanto, difere um pouco daquilo que foi apresentado pelo estudo da Nielsen. Produtos de moda (vestuário e acessórios) encabeçam a lista com 57% das vendas seguidas por equipamentos de telecomunicações móveis e acessórios (52%). Os jogos digitais figuram com 19% dos negócios. No entanto, não há como comparar as pesquisas uma vez que a divisão entre os segmentos é feita de forma diferente.
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Portugal apresenta crescimento de 15,7% nos negócios online, superior à média dos demais países da Europa, que se situa nos 13,3%. A pesquisa mostra que 34% dos portugueses acima dos 15 anos fazem compras através da rede mundial de computadores. A tendência é para que número cresça ao longo dos anos, uma vez que as gerações do futuro vão estar mais habituadas a esta nova forma de comercio. O relatório mundial da Nielsen, que consultou mais de 30 mil pessoas em 64 países, estima que mais de 4 biliões de pessoas estão atualmente conectadas à Internet e geraram 10,2% das vendas globais (US$ 2,3 triliões) em 2017. Em 2021, esse número deve chegar a 17,5%.