Tipicamente os tarifários dos operadores de telecomunicações são muito estanques: os preços estão definidos, as condições estão definidas e não há muito mais a fazer além de escolher o tarifário-não perfeito que melhor se encaixa no nosso perfil de consumidor.
Agora a Vodafone quer fazer ao contrário – quer que o utilizador faça o seu próprio tarifário, por forma a contratar apenas o que é do seu interesse. Imagine o novo tarifário da empresa, chamado de Vodafone You, como um menu à la carte de um restaurante.
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O Vodafone You funciona da seguinte maneira: existem várias opções de escolha que o utilizador terá de fazer relativamente ao plano de dados incluído, aos créditos de comunicações incluídos e às aplicações de tráfego gratuito incluídos; depois só precisa de indicar quanto quer de cada um destes itens, olhar para o preço final e se estiver do agrado, ativar o tarifário.
Vale a pena salientar que esta proposta da Vodafone encaixa nos tarifários pré-pagos, querendo isto dizer que não obriga a uma fidelização com a empresa, ao contrário dos tarifários pós-pagos.
Vamos a alguns exemplos. Se utilizar pouca internet, mas estiver sempre a falar ao telemóvel, talvez o melhor seja criar um tarifário com 200MB de internet móvel, 2.000 créditos [minutos ou SMS] mensais e sem qualquer pacote de aplicações de tráfego gratuito incluído. Neste caso ao final do mês vai gastar 17 euros em comunicações.
Por outro lado se a sua vida digital é bastante ativa e já não consegue viver sem as principais aplicações móveis, então deve escolher outros ‘ingredientes’ para o seu tarifário. Por exemplo, 1GB de internet móvel, 500 créditos mensais e tráfego gratuito em 25 aplicações móveis, incluindo Spotify, YouTube e Netflix, custam 24 euros por mês. Só é dedicado à música e não às restantes aplicações? Nesse caso a despesa mensal baixa para 17 euros.
Para poder experimentar as suas próprias combinações de tarifário, o melhor é utilizar o site da própria Vodafone.
Quando a Cabovisão passou a Nowo, a empresa também experimentou um conceito parecido, mas mais ligado às comunicações fixas. “O mercado atingiu uma maturidade tão grande que é preciso mudar o modelo de negócio”, disse na altura o diretor executivo da Nowo, Miguel Veiga Martins.
Já no caso do Vodafone You, o serviço destaca-se acima de tudo pela flexibilidade que dá aos utilizadores na definição do seu próprio tarifário, algo que é pouco comum nos operadores de telecomunicações. Nem todas as propostas parecem ser as mais vantajosas em termos de preçário relativamente àquilo que já existe no mercado – incluindo da própria Vodafone -, mas é sabido que a liberdade que os operadores dão em termos de escolha aos consumidores por norma têm um preço associado.
Há também algumas ressalvas que deve ter em consideração. Se criar um tarifário com apenas 200MB de internet não vai poder selecionar nenhum pacote de aplicações com tráfego gratuito – o que faz sentido, tendo em conta que provavelmente a maior parte do tráfego dos utilizadores é gasto naquelas aplicações.
Ao selecionar pelo menos 3GB de dados, terá sempre o pacote dos serviços de messaging incluídos. O tráfego que está associado aos pacotes de serviços não é ilimitado e está sujeito a uma política de utilização responsável. Segundo informação da Vodafone, estes são os limites: Chat Pass 10 GB, Music e Social Pass 12,5 GB, Video Pass 15 GB.
Já do lado positivo há a destacar o facto de o tráfego não consumido num mês – sejam créditos de comunicação, sejam dados de internet móvel – transitar para o mês seguinte. Os utilizadores poderão acumular no máximo o dobro dos dados e dos créditos do seu tarifário original. Um exemplo: se contratar 1GB e 500 créditos, poderá acumular até 2GB e 1.000 créditos de comunicação.
N.R. [17:45H de 14-02-2018]: Notícia atualizada para corrigir o valor de tráfego contratado a partir do qual os serviços de messaging estão incluídos.