Pixels Camp: o (re)nascer da maior hackathon portuguesa

O Codebits chegou a ser um dos maiores eventos tecnológicos de Portugal, mas deixou de existir. A última edição teve lugar em 2014. Agora a Bright Pixel, uma nova empresa de investimento e espírito tecnológico, vai recuperar o conceito num formato renovado.

O Pixels Camp, nome do novo evento, vai decorrer entre os 6 e 8 de outubro e também já tem sede marcada: o LX Factory, em Lisboa. Na prática será uma hackathon que pretende juntar os melhores programadores portugueses para uma competição de 48 horas sem parar.

“É um evento dedicado à comunidade, para construir, para pensar fora da caixa e é uma grande oportunidade para as empresas”, disse o diretor-executivo da Bright Pixel, Celso Martinho, durante o evento de apresentação da nova empresa.

Na imagem, Celso Martinho a apresentar o Pixels Camp. #Crédito: Future Behind

Celso Martinho é mesmo um dos grandes denominadores comuns entre o Codebits e o Pixels Camp. O cofundador do SAPO saiu da empresa em outubro do ano passado. Agora é a principal cara da Bright Pixel, uma nova entidade que pretende ajudar a desenvolver soluções tecnológicas, mas também ajudar outras empresas que querem validar ideias e conquistar os primeiros clientes. O próprio Celso Martinho explicou a aposta na nova hackathon.

“A marca [Codebits] não se está a transitar, a marca [Pixels Camp] é uma marca nova. São as pessoas quem fazem os projetos e os eventos. Especialmente eventos como este que estão muito ligados ao talento e têm que ser muito genuínos, muito a pensar nos participantes. A relação que existe entre os organizadores e essas comunidades é crítica para o sucesso”, explicou o CEO mais tarde à imprensa.

“E essa relação existe com as pessoas que hoje estão na Bright Pixel. Portanto para nós não é transição, é simplesmente continuar a fazer o que sempre fizemos. Obviamente noutro contexto, noutra empresa, num novo desafio profissional – que muito nos orgulha – e tenho a certeza que o Pixels Camp vai ser muito bem sucedido”.

Durante três dias o Pixels Camp espera reunir mais de mil programadores e no final conta ter mais de cem projetos para avaliação.

A Bright Pixel vai contar com o apoio de várias outras empresas na primeira edição do Pixels Camp: Feedzai, Talkdesk, Microsoft e até o GitHub já se ‘alistaram’.

O que esperar do Pixels Camp

Se a dinâmica do evento e o espírito dos participantes for, pelo menos, o mesmo que existia na hackathon Codebits, então podem esperar-se momentos de conhecimento, desenrasque e também divertimento. Apesar de ser uma das maiores competições tecnológicas que existia em Portugal, o evento sempre ficou caracterizado pelo espírito de convívio que existia entre os participantes.

E o conceito de hackaton tem em si muitos outros elementos interessantes. Quando os prazos apertam há quem não arrede pé e durma debaixo da mesa onde está a construir o projeto. Há várias palestras com alguns dos nomes mais relevantes do panorama tecnológico nacional e internacional. Existem talks mais pequenas que não são menos interessantes, são é mais direcionadas.

Workshops de hardware, drones, impressoras 3D, realidade virtual? Check.

Houve edições em que era preciso escalar até ao teto do Pavilhão Atlântico para conseguir um crachá – a coleção de crachás era uma competição à parte para pôr os programadores a conhecerem vários projetos, marcas e também para os fazer largar os portáteis.

Até uma competição para comer tacos havia: e acredite, era uma das que fazia escorrer mais lágrimas nos olhos dos participantes. O Codebits era isto.

Se alguns destes elementos serão recuperados só saberemos nas próximas semanas quando forem divulgadas mais informações sobre o Pixels Camp. Mas com ou sem eles, há sempre um impacto positivo em ver voltar um dos eventos mais tecnológicos e, sem rodeios, mais geek que Portugal já teve.



Rui da Rocha Ferreira: Fã incondicional do Movimento 37 do AlphaGo.
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