Sem dúvida que 2017 foi um ano em grande para as criptomoedas e os tokens associados a projetos de blockchain – tanto em termos de procura, de transação, de valorização, de afirmação de novos projetos e também de cobertura mediática. O facto de no final de 2016 o Bitcoin quase ter chegado aos mil dólares de valor fazia antever que 2017 seria um ano de grande interesse no segmento das criptomoedas – mas talvez não tão grande.
Assistimos de tudo um pouco: o Bitcoin atingiu os 19 mil dólares por unidade e pelo meio sofreu quebras significativas, alternativas como o Dash e o Ripple ganharam força no mercado, o Ethereum continuou a mostrar que a sua flexibilidade enquanto plataforma de desenvolvimento é um elemento valioso, tivemos Ofertas Iniciais de Moeda (ICO) ‘milionárias’, tivemos ICO feito por projetos portugueses, tivemos um grande evento de blockchain e criptomoedas em Lisboa e até assistimos à abertura de um criptocafé na capital.
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Sem dúvida que de todas as criptomoedas e tokens, o Bitcoin foi aquele que mais atenções concentrou: além de ser o percussor para o fenómeno das divisas digitais, a moeda tornou-se num ativo de grande valor, ao ponto de colocar o seu hipotético criador, Satoshi Nakamoto, entre as 50 pessoas mais ricas do mundo.
Ainda assim o ano não pertenceu ao Bitcoin. Sim, pode ter sido a moeda mais mediática e a mais valiosa de todas, mas não foi aquela que mais cresceu ao longo do ano. Aliás, o Bitcoin nem sequer entra no top 10 das criptomoedas e tokens que mais valorizaram em 2017.
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A publicação Quartz fez uma compilação de valores e o título vai para o XRP Ripple, moeda que valorizou mais de 36.000% em 2017. Apesar do crescimento fora do normal, à hora de publicação deste artigo cada unidade de XRP Ripple valia dois euros. O baixo valor unitário e o grande valor total está acima de tudo relacionado com o grande volume de unidades de XRP que existem em circulação e que vai aumentar ainda mais no futuro.
No ranking das criptomoedas e tokens que mais valorizaram em 2017 surgem moedas já bastante conhecidas, casos do NEM, do Ardor e do Dash, mas também há espaço para projetos ainda não tão badalados como o BinanceCoin e o OmiseGo.
Esta grande afirmação das chamadas altcoins – nome dados às criptomoedas e tokens que não englobam o Bitcoin – ajudou não só o mercado dos ativos associados a projetos de blockchain a atingir uma valorização global superior a 650 mil milhões de dólares, como está a tirar peso ao próprio Bitcoin.
Se no início de 2017 o Bitcoin era responsável por 87% do valor total do mercado de ativos de blockchain, atualmente esse valor ronda os 35%, muito graças ao crescimento do Ripple, do Ethereum e, claro, também devido à divisão que houve no Bitcoin e que fez nascer uma nova criptomoeda, o Bitcoin Cash.
Se o grande interesse que existia em torno do Bitcoin no final de 2016 foi suficiente para colocar as criptomoedas no radar dos especialistas em 2017, o que esperar de 2018 depois de um ano avassalador como aquele que passou?