Blockspot Conference: Lisboa vai receber evento sobre blockchain e criptomoedas

Tem cidadania italiana, viveu toda a vida no Brasil, mas há um ano que está em Portugal, mais especificamente em Coimbra. Foi atraído pelo ecossistema de empreendedorismo que se tem afirmado no país e pelo facto de estarem reunidas algumas condições para a concretização do seu próximo projeto. Filipe Boldo está a criar aquele que gostava que fosse um evento de renome sobre blockchain e criptomoedas.

No dia 13 de novembro realiza-se em Lisboa a primeira edição da Blockspot Conference. “Como a nossa base é aqui em Portugal e estamos na nossa primeira edição, resolvemos que Lisboa ia ser o lugar mais cómodo. Claro que há outras cidades que têm uma comunidade de criptomoedas muito mais forte, mas resolvemos fazer este evento em Lisboa pelas características que já disse”.

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Entre as características apontadas por Filipe Boldo estão o facto de Lisboa ser uma cidade central, a apenas duas ou três horas de viagem de avião de outras grandes capitais europeias, de ter infraestruturas para receber vários participantes internacionais e pelo facto de na semana anterior ao evento ser também a casa do Web Summit.

“Talvez seja um bom gancho para as pessoas virem à nossa conferência também. Elas já vão estar em Lisboa de qualquer forma”, salienta Filipe Boldo em entrevista ao FUTURE BEHIND.

O empreendedor considera que este é o momento ideal para avançar com um evento mais sério sobre blockchain e criptomoedas porque são dois temas que se tornaram mainstream durante o ano de 2017. À hora de publicação deste artigo as principais criptomoedas valiam 165 mil milhões de dólares, segundo a plataforma CoinMarketCap.

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“Há uma série de marcos que apontam que estamos na época certa para falar sobre isto, para reunir pessoas que vão construir novas soluções para as indústrias, baseadas nesta tecnologia. Então surgiu a ideia de fazer uma conferência para chamar as pessoas que estão a construir essas soluções, para conversar”.

Ao todo são esperados 250 participantes, vão existir dez apresentações e seis horas de workshop. A lista de oradores ainda não está fechada, é algo no qual a organização tem estado a trabalhar, mas já está confirmado que vai haver um segmento dedicado a empresas que recorreram ou estão a recorrer a Initial Coin Offerings (ICO).

Os ICO são operações de financiamento concretizadas através de criptomoedas – a empresa que procura apoio recebe o investimento em Bitcoin ou Ethereum, por exemplo, dando aos apoiantes um determinado volume da nova criptomoeda que estão a desenvolver.

“É um assunto que está bastante em alta, é um assunto muito novo. Vamos trazer pessoas que já tiveram algum tipo de experiência com as ICO e como lidar com elas, como impasses legais. Agora há uma série de questões legais em torno disso com um parecer dos EUA, em relação aos tokens e tudo mais. Queremos trazer pessoas para discutirem esses assuntos e trazer um pouco da experiência delas com esta nova forma de financiamento”, referiu Filipe Boldo.

Relativamente ao workshop, essa será uma sessão dedicada à aprendizagem de desenvolvimento de aplicações na tecnologia de blockchain Ethereum.

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Entre a comissão de curadoria do evento – as pessoas que na prática estão a decidir a agenda e o conteúdo da conferência – está um elemento da Ethereum Foundation. Através deste contacto a Blockspot Conference está a tentar trazer alguém que faz parte da fundação para vir até ao evento partilhar a sua experiência.

Será Vitalik Buterin, o criador do Ethereum, uma possibilidade? “Difícil, não? O convite vai ser feito, agora se ele vai aceitar o convite… é outra questão”.

Um evento que não é para rookies

É um dos aspetos interessantes e que de certa forma acaba por caracterizar o mundo do blockchain e das criptomoedas neste momento. De um lado há uma comunidade já bastante significativa que acompanha esta tecnologia e o tema das criptomoedas praticamente desde o seu início. São por isso utilizadores muito avançados, que já dominam por completo estas temáticas e que estão a tentar imprimir maior velocidade ao desenvolvimento destas tecnologias.

Por outro lado temos também muitas pessoas que fruto da valorização que as criptomoedas têm vivido, começam agora a interessar-se pelo tema e pelas tecnologias de blockchain correspondentes. Devido à complexidade tecnológica associada a estes dois domínios, não se aprende da noite para o dia como funcionam, é uma área que envolve sempre algum autodidatismo.

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A questão que se coloca para quem realiza um evento dentro deste tema, no qual vão ser discutidos também assuntos como contratos inteligentes e descentralização, como é que se assegura um equilíbrio entre as partes? Acontece que este equilíbrio não é fácil de se conseguir, pelo que é necessário abrir mão de parte do potencial público-alvo.

“Como nos focamos bastante em entusiastas e profissionais do mercado, é óbvio que as palestras e os painéis não vão ter aquele nível básico. Pretendemos estabelecer um nível médio, um no qual um profissional de tecnologia, um executivo, consiga entender e traduzir isso para a área de negócio e para aplicação de tecnologia”.

O próprio Filipe Boldo não se define como especialista em blockchain e criptomoedas, mas antes como um entusiasta destas áreas. “O que queremos com a Blockspot Conference é criar uma comunidade em torno do Blockchain. É óbvio que essa comunidade vai evoluir e o evento vai evoluir juntamente com a comunidade”, acrescentou depois.

Justamente para atrair as pessoas que já têm maior conhecimento nestas áreas, o evento está a fazer um desconto de 20% no preço do bilhete para quem fizer a sua compra através de Bitcoin, Ethereum ou Litecoin – por agora o valor da entrada é de 149 euros e na próxima semana será de 249 euros.

Rui da Rocha Ferreira: Fã incondicional do Movimento 37 do AlphaGo.
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