WRC 10

WRC 10 – Análise

Vrrum, vruuum na estrada, na terra, na neve. A emoção do controlo a maior ou menor velocidade de uma máquina devoradora de piso com milhares de pessoas a assistir continua a ser um desporto emocionante, onde o universo WRC reina. Nas mãos de editora KT Racing já há algum tempo, a franquia propunha-se a reinventar-se depois de alguns anos envolta num fumo negro de estagnação.

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Será WRC 10 um sem fim de piões no mesmo lugar como o seu predecessor ou vai finalmente arrancar para uma vitória sem espinhas para o primeiro lugar dos simuladores de rally? Apertem o cinto e não pisquem os olhos, para não perderem nada da análise a WRC 10!

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Cada carro é um carro

Esta tem que ser a base de qualquer jogo de automobilismo, a condução. WRC 10 apresenta-se felizmente forte neste elemento, apostando numa fiabilidade que vai agradar aos puristas, com um nível elevado de simulação. O bom para aqueles que podem ficar desarmados com este nível de exigência é que este mesmo jogo dá alguma folga aos menos rotinados com trajetórias menos treinadas. Há sempre a possibilidade de ajeitar a dificuldade conforme o que se pretende extrair da experiência. As definições base que são aplicadas após um pequeno percurso que desafia o jogador logo no início é geralmente aquele que se vai levar durante boa parte das horas aplicadas neste simulador.

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A dificuldade está lá, mas pode ser sempre aumentada E é incrível de ver o trabalho que foi colocado no comando da Playstation 5. O Dualsense responde de formas diferentes a cada estímulo procurado. Cada mudança e travagem são sentidas e personalizadas nos gatilhos e na força colocada nos mesmos. As diferenças são ainda mais sentidas dependendo do carro que se conduz. Tração dianteira, traseira, 4X4, WRC Junior, WRC Pro, os clássicos, tudo soa e se sente diferente. Um mimo para o tato.

Modo Carreira com quilómetros para galgar

Este é o modo mais carnudo e com maior destaque em WRC 10. O jogador pode começar a sua ascensão ao estrelato dos pópós de corrida no Junior WRC ou no WRC 3, onde conduzir é apenas uma pequena parte daquilo que se tem que fazer. Pelos vistos gerir uma equipa e tudo aquilo que a rodeia é bastante difícil e aqui é um trabalho para apenas uma pessoa. Ter em conta o calendário, escolher o que fazer em cada semana, treinar, tentar atrair apoios de novas equipas, desenvolver novas peças, gerir o pessoal, tudo tem o seu lugar e nada deve ser deixado para trás na poeira da desorganização. E há que ter atenção às prestações nas corridas, pois podem afetar a moral dos membros da equipa e a própria relação com os produtores do carro e patrocinadores.

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Não sendo uma novidade na franquia, há um sem número de pontos de habilidade para ganhar e gastar numa árvore de competências que prometem facilitar a vida neste mundo cheio de octanas e óleo. É sem dúvida um modo robusto, com muito para gerir e decidir e vai agradar aos que gostam de ter tudo sob controlo,

WRC 10

O estético é um bólide soluçante

A apresentação de WRC 10 é sem dúvida atraente. O visual dos carros, das provas e até dos próprios menus continua a ser bastante agradável.

Mas não deixa de haver alguns buracos visuais nesta aparente autoestrada de desempenho. Todo o ambiente circundante ao caminho percorrido pelo automóvel é detalhado, mas ao mínimo deslize para fora do mesmo, as diferenças são abismais, parecendo até que fomos catapultados para uma diferente dimensão onde os gráficos são de muito mais baixa resolução.

A opção de replay, que acaba por ser muito usada pelos entusiastas das linhas perfeitas de condução não é de momento visualmente agradável devido a estes pequenos defeitos que são observáveis.

Como se pode perceber, estes pequenos incómodos visuais não são suficientes para estragar a diversão, mas é como aquela pequena borbulha que se posiciona no meio da testa de alguém de beleza incomparável. Não conseguimos evitar olhar apenas para aquele pormenor!

Considerações finais

WRC 10 pega na fórmula já usada no jogo anterior pela KT Racing, incluindo as adições dos carros e corridas do passado e um modo carreira que vai consumir tempo a quem se quer dedicar a fundo. Continua a ser um ótimo simulador de rally, com pequenos defeitos visuais que podem ser corrigidos. Resta saber se o jogador quer comprar esta franquia todos os anos, como acontece com uma série de jogos de outros desportos, e se o conteúdo apresentado lhe é suficiente para justificar o investimento. WRC 10 é uma refinada simulação automobilística com combustível para queimar, sem dúvida. Mas já o seu predecessor o era

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Comparações à parte, o jogo é realista, mas não afasta os menos experientes, com níveis de dificuldade adequados e com ajudas dentro do cockpit que não retiram a sensação de velocidade e caos em caminhos e estradas apertadas. O Duasense faz um trabalho fenomenal em tornar o mais real possível cada mudança metida, cada travagem abrupta, cada aceleração que nos parece projetar mais para a frente da televisão. Mas… Isto já acontecia de certa forma com WRC 9 na geração anterior. Fica, como sempre, o jogador no volante da decisão de adquirir este título. 

WRC 10 é rápido, é intrincado, é difícil. Com alguns problemas visuais que se resolverão com uma ida à oficina, não deixa de ser um passo em frente no desbravar de evolução de rally da KT Racing. Mas é um passo pequeno.


+ A resposta do Dualsense
+ Modo Carreira com muito para fazer
+ Carros e corridas com história

– Muito semelhante ao seu predecessor
– Alguns bugs
– Soluços no framerate

NR.: A análise a WRC 10 foi realizada numa Playstation 5 com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Upload Distribution.