Todos, ou quase todos, nos lembramos da sensação (bem ao estilo do início dos anos 2000) de estar numa bizarra guerra de minhocas com armamento pesado. Um jogo com uma premissa estranha é verdade, mas resultou, já que a franquia Worms continuou a dar-nos novos jogos e relançamentos do original. A série continuou a ser desenvolvida ao longo do tempo e sempre se manteve fiel ao jogo base, uma batalha por turnos com duas ou mais equipas que combatem em cenários destrutivos.
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Infelizmente Worms Rumble, lançado em 2020, mas só agora chega à Nintendo Switch, mudou isso completamente, e não necessariamente para melhor.
O caos continua
O novo título da Team17 é uma tentativa, ainda que tardia, de aproveitar o embalo trazido pelo género battle royale. A mais recente incursão destas minhocas é exclusivamente online e conta com quatro modos: Team Deathmatch, Standard Deathmatch, Last Squad Standing e Last Worm Standing.
Desses quatro, os dois primeiros permitem um combate multiplayer clássico, em equipa ou a solo, em que existe respawn. Nesses modos, vence quem marca mais pontos. Já os dois últimos são os modos battle royale, em que o jogador que morre não tem respawn disponível.
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Todos os modos permitem até 32 jogadores em simultâneo e as partidas fluem muito bem, com pouco lag ou problemas, no entanto, o matchmaking não é tão eficiente quanto deveria, o que resulta em jogos com uma equipa inicie com 16 minhocas e a outra com apenas 5, por exemplo.
Mapas bem construídos, mas…
Os mapas são muito variados, aliás, são tão detalhados e grandes que em algumas situações chegam a atrapalhar. Mesmo com elevadores e tirolesas que permitem a movimentação rápida entre diferentes pontos dos cenários, quando as partidas contam com poucos jogadores fica muito difícil encontrar um inimigo.
Outro problema, este bem mais grave, é o pequeno tamanho das minhocas em relação ao mapa. Especialmente em momentos intensos ou para apanhar os diferentes itens que podemos “colecionar” pelo caminho (armas, acessórios, ovelhas). Fica realmente difícil distinguir o que está a acontecer. Se na televisão é mau, imaginem em modo portátil.
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Também por este motivo as batalhas tornam-se confusas. Ainda que exista um indicador de barra de vida, não é fácil identificar se os nossos ataques estão a causar o efeito desejado. Isto retira muita da técnica que possamos empregar nos confrontos e transforma-os em algo aleatório em que todos descarregam as suas armas até à última bala, tentando acertar no inimigo.
Pensar como uma minhoca guerreira
Os jogos clássicos de Worms sempre brilharam com o uso de armas extravagantes, como a Banana Bomb ou a Holy Grenade. Essas armas sempre causaram um dano enorme, e inclusive destruíam parte do cenário, o que provocava alguns danos colaterais nos nossos companheiros, e podíamos usar a capacidade de destruir o cenário como elemento de tática de ataque.
Worms Rumble não utiliza estas características. As armas clássicas estão lá, mas não causam o mesmo impacto e nem destroem o ambiente. As arenas não sofrem com os danos. Assim, escolher a melhor arma apenas serve para termos munição noutra e podermos continuar o combate.
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A estratégia de luta em tempo real cria poucos momentos marcantes, mas a movimentação das minhocas é bastante ágil e explorar o mapa em busca de inimigos e itens não deixa de ser divertido. Contudo, não garante o divertimento a longo termo. A progressão ao subir de nível com a personagem e com as armas, poderia muito bem-fazer esse papel, dar algo que pudéssemos usar para tornar a experiência mais divertida. Mas, este sistema tem apenas efeitos cosméticos que possuem pouco valor durante as partidas já que é muito difícil diferenciar os personagens, são todos minhocas.
Por outro lado, controlar as minhocas é muito fácil. Tanto no Pro Controller como no modo portátil, as ações são rápidas e eficientes. Existe também um modo de comunicação rápida com a equipa por meio do D-pad, mas este modo é pouco eficiente, dada a confusão generalizada durante os jogos de Worms Rumble.
Considerações finais
Worms Rumble tem o mérito de trazer uma nova perspetiva para a franquia. No entanto, a parte positiva da inclusão dos modos de multiplayer com ação em tempo real em battle royale neutralizam os encantos de Worms. Não temos o humor característico, a destruição dos cenários e nem a tensão dos combates por turnos.
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Apesar disso, Worms Rumble é um jogo feito com qualidade e atenção aos detalhes. Fãs do estilo clássico certamente terão mais dificuldade para digerir estas alterações, mas isso não significa que não se deva dar uma chance. A Team 17 promete atualizações constantes, mas não sabemos até quando isso irá agarrar o jogador.
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N.R.: A análise a Worms Rumble foi realizada numa Nintendo Switch com acesso a uma cópia do jogo gentilmente disponibilizada pela Team17