Uncharted: Legacy of Thieves Collection – Análise

A Naughty Dog sempre nos habituou a videojogos que depressa conseguem ser comparados aos grandes blockbusters de Hollywood. Sendo que a saga Uncharted é um dos melhores exemplos desse estilo de videojogo. Agora, os jogadores com PlayStation 5, vão poder entrar em Uncharted: Legacy of Thieves Collection, uma remasterização que traz Uncharted 4: A Thief’s End e Uncharted: Lost Legacy até à mais recente consola da Sony.

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Quem ainda não têm nenhum dos jogos pode adquirir a coleção Uncharted: Legacy of Thieves Collection por 49,99€ e experimentar os dois últimos jogos da saga que nos deu a conhecer os irmãos Drake na PlayStation 5. Caso tenham comprado (ofertas PlayStation Plus) algum dos jogos (Uncharted 4: A Thief’s End, Uncharted: Lost Legacy ou o bundle PS4 que trazia ambos os jogos) podem fazer o update para versão (remasterizada) PlayStation 5 pagando 10 euros.

Vou focar a análise em dois pontos, referindo primeiro a experiência que tive com Uncharted 4: A Thief’s End, passando depois para a experiência com o ultimo jogo da saga, Uncharted: Lost Legacy. Mas, antes de vos falar em cada uma das experiências quero falar da primeira coisa que experimentei ao abrir um dos jogos: o modo fotografia.

Não sendo, por si, nada de especial, esperava que o modo de fotografia neste Uncharted: Legacy of Thieves Collection estivesse pelo menos ao nível do que nos foi apresentando em The Last of Us: Part II. Mas não, é pior. É estranho de usar e de ajustar câmera, e embora tenha muitos filtros que podemos usar aquilo que conseguimos fazer com a “maquina fotográfica” na mão é limitado e em nada se assemelha ao que geralmente conseguimos fazer. Era bom, especialmente para os amantes de fotografia em videojogos, que este ponto fosse atualizado.

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Importa dizer que maior parte destas sensações negativas ao experimentar o modo de fotografia presente nesta coleção aconteceram principalmente em Uncharted 4, do lado de Lost Legacy encontramos um modo de fotografia que nos permite fazer mais e melhor. Sim, continua pior do que aquilo que esperava, mas é uma verdadeira evolução quando comparado com Uncharted 4: A Thief’s End.

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Uncharted 4: A Thief’s End

É sempre uma delícia voltar a Uncharted 4: A Thief’s End, um dos meus favoritos na série, ok é mesmo o favorito. O jogo está cheio de momentos que nos fazem viajar, sendo que todos eles são diferentes: existem momentos de pura ação ao mesmo tempo que cada uma das cutscenes do jogo, mesmo as mais paradas, nos fazem entrar na história de uma forma sem igual Mas não é só o poder dos momentos “de cinema” que nos faz viajar para a história que a Naughty Dog criou… existem outras coisas.

A primeira, sendo esta que mais se nota no remastered é a forma como o jogo nesta Uncharted: Legacy of Thieves Collection usa as características únicas do DualSense. Embora se note a cada parede que escalamos ou a cada corda que lançamos na verdade onde mais conseguimos perceber isto é durante os momentos de batalha, quanto mais a ação melhor se porta o comando da PlayStation 5.

Em ambos os jogos qualquer batalha é-nos passada para as pontas dos dedos enquanto seguramos o DualSense, a otimização feita neste campo foi de topo. Talvez dos jogos, 1st party, que melhor usam o DualSense até à data.

Sim, o DualSense transmite uma sensação de imersão imediata, mas o que mais me surpreendeu foi mesmo todo o trabalho feito em torno do som para ambos os Uncharted que nos são apresentados nesta remasterização. Não usei o headset criado a pensar na PlayStation 5, mas usei uns B&O H9 conectados por cabo 3.5mm ao DualSense, e foi como estar a ver um filme numa sala de cinema com o som a sobrevoar a minha cabeça. Tiros da esquerda à esquerda, os da direita à direita, passos ao longe… vozes escondidas. Consegui ouvir tudo. Importa dizer que tudo isto, embora de forma diferente, também foi possível de “viver” ao utilizar a sound bar do Philips Momentum 558M1RY, graças a uma das ultimas atualizações da PlayStation 5 que levou o som 3D para fora dos headsets.

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Mas nem tudo é bom. Para além do modo de fotografia o que mais me deixou chateado foi o facto do modo de “qualidade”, que reproduz o jogo a 4K, estar bloqueado aos 30fps. Quando no passado tivemos jogos como God of War, que se apresenta com a mesma ou mais qualidade visual, que recebeu um update que o mete a rodar a 4K e 60fps. Acredito que a PlayStation 5 tenha capacidade para conseguir rodar o jogo a 4K e 60fps, e gostava de no futuro conseguir ver esta coleção a 60fps e 4K.

Acabei por começar a 30fps, que sim até se joga bem, mas já estou tão habituado à fluidez dos 60fps que acabei por mudar para o modo performance. Este corre a 60fps, mas com resolução ajustável. A qualidade visual continua excelente, mas existem algumas texturas, alguns momentos, que me fizeram ter saudades dos 4K.

Uncharted: Lost Legacy

Em Lost Legacy a conversa é outra. Embora os modos continuem iguais e continue a faltar os 4K a 60fps, o trabalho de iluminação e os modelos usados no jogo são tão bons que não senti tantas saudades como na primeira experiência que tive com a coleção.

Tal como se sentia no original também as batalhas aqui estão mais fluidas e os movimentos da personagens parecem mais “reais”. Todo o primeiro nível é uma excelente amostra daquilo que a Naughty Dog consegue criar e do tipo de conteúdo que podemos esperar, no futuro, na PlayStation 5.

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Por fim, dado que muito do que disse sobre Uncharted 4: A Thief’s End também se aplica aqui, quero apenas finalizar por deixar uma nota: este Uncharted Lost Legacy foi lançado em 2017, três anos antes de The Last of Us Parte II, mas neste momento (com esta coleção) encontra-se com visuais tão bons ou melhores que a segunda parte da história de The Last of Us. Algo que me deixou surpreendido, não esperava um salto destes depois de ter começado com Uncharted 4 em Uncharted: Legacy of Thieves Collection.

Considerações Finais

Caso nunca tenham jogado um destes Uncharted têm aqui uma boa oportunidade de pegar nos jogos com melhorias que aproveitam algumas das coisas que a PlayStation 5 tem para oferecer. Sim sim, podiam aproveitar mais e melhor, mas é o que temos. E pagar 50 euros pelo dois jogos presentes na Uncharted: Legacy of Thieves Collection não é mau negócio.

Caso já tenham comprado um dos jogos e tenham gostado ao ponto de querer repetir, 10 euros pelo update também não é mau quando consideramos que houve toda uma equipa de pessoas a trabalhar nesta remasterização. Agora, caso tenham um dos jogos através do serviço PlayStation Plus o caso muda de figura: terão que pagar pela coleção por completo… o modelo de negocio poderia aqui ter sido mais “aberto” e dar a oportunidade de pagar pelo update da mesma forma que os jogadores que compraram um dos jogos.

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Embora pareça que o remastered de Uncharted 4: A Thief’s End teve menos atenção que Lost Legacy, qualquer um dos jogos apresentados em Uncharted: Legacy of Thieves Collection merece ser jogado nesta sua nova versão. Sejam novos jogadores ou fãs da série não se vão arrepender de visitar (re-visitar) cada uma das paisagens presentes nos dois últimos Uncharted.


+ Excelente utilização do DualSense
+ A qualidade sonora do jogo é fantástica, especialmente ao usar um headset
+ Uncharted: Lost Legacy ficou ainda melhor

– Modo “qualidade” não passa dos 30fps
– Modo de fotografia de Uncharted 4: A Thief’s End é limitado
– Menor atençaõ dada à versão remasterizada de Uncharted 4

N.R.: A Análise a Uncharted: Legacy of Thieves Collection foi realizada numa PlayStation 5 com acesso a uma cópia do jogo gentilmente cedida pela PlayStation Portugal

André Oliveira Santos: Licenciado em comunicação, a trabalhar em fotografia. Sempre tive um gosto especial e uma grande paixão por gadgets, videojogos e novas tecnologias no geral.
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