The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom – Análise

A série Zelda sempre foi a minha preferida nos videojogos. Sendo A Link to the Past o meu preferido e o primeiro que joguei, tem um lugar especial na minha memória, bem como o seu design, mecânicas e charme que, ultimamente, foi o que me fez gostar destes personagens e suas histórias em Hyrule.

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A Nintendo tem, com as suas séries (Mario, Zelda, Kirby, Metroid), alternado entre perspetivas, 2D e 3D, vista lateral ou de cima, trazendo diversidade aos jogos, mas também relembrando aos jogadores por onde começaram e apelando à nostalgia, um dos grandes pilares da produtora japonesa.

Como tenho um fraquinho por A Link to the Past, jogos como Link’s Awakening, que foi portado do Game Boy para a Switch em 2019 e A Link Between Worlds da 3DS trazem-me aquela nostalgia do jogo da SNES, querendo sempre ver para onde a Nintendo levou a série.

Hoje, o herói é outro

Link com vinte corações e de arsenal completo, é assim iniciamos o jogo, guiando-o por uma masmorra e encontramos Ganon, o arqui-inimigo da série. Apenas minutos passaram e já estou na tradicional conclusão da série, e já o fiz dezenas de vezes.

Mas desta vez, ao derrotar este inimigo tão familiar, aparece uma fenda e engole o nosso herói, mas antes ele consegue, no limite do seu desaparecimento, disparar uma flecha que racha um cristal em que Zelda está aprisionada.

Link desapareceu, foi totalmente engolido por esta fenda misteriosa, e agora? Ao carregar num botão vemos Zelda a partir a sua prisão de cristal até se libertar completamente. Com Link ausente, cabe à princesa de Hyrule investigar a razão destas fendas e o destino do seu reino.

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The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom é o primeiro jogo da série que é protagonizada pela princesa de Hyrule mesmo que seja ela a dar o nome à mesma. Estranho, mas verdadeiro. E o mais estranho é mesmo a nossa cabeça perceber como jogar algo que está enraizado em nós há imensos anos com um personagem completamente diferente, em que o combate é totalmente diferente do que Zelda tem para mostrar.

Depois de abrirem mais fendas em Hyrule, Zelda tem de descobrir os impostores que estão a sair das fendas e a substituir alguns habitantes, o seu pai incluído, aliando-se a Tri, um aliado com poderes mágicos que nos permitirá copiar objetos e inimigos para ultrapassar os mais diversos puzzles e desafios.


Copy & Paste

Esta mecânica é o que mais vamos utilizar no jogo, copiar echoes, objetos e inimigos como referi anteriormente, é o cerne do jogo. Vamos precisar de quase tudo para progredir, até porque a nossa imaginação é o limite. Imaginem uma mecânica semelhante de fusão de Tears of the Kingdom, não para construir, mas para ultrapassar pequenos obstáculos (sobrepor camas foi a minha combinação vencedora), encurralar monstros entre outras estratégias, The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom faz-nos pensar bastante, como o jogo anterior da série. Em termos de ataque, Zelda rapidamente tem acesso às habilidades de espadachim de Link, escudo, arco e bombas incluídos, mas por um tempo bastante limitado, logo não podemos combater assim a toda a hora. Até porque somos bastante poderosos nesta forma, mesmo que seja pouco tempo. Há uma barra que vai subindo de nível ao ganhar might crystals nas diversas missões e podemos recarregar esta barra ao angariar energia e beber batidos.

Assim, ao derrotar inimigos podemos aprender o seu echo e usá-los das mais variadas maneiras, em combate e resolução de puzzles.


A nível de progressão no mapa existem várias maneiras de ultrapassar, subir ou atravessar obstáculos. Nada como uma bela cama, que com a sua estrutura polivalente, foi o echo que mais foi usado na minha aventura, porque para além de utilidade estrutural, podemos criar uma cama em qualquer lugar e descansar, recuperando a nossa vida. Mas há muitos echoes que iremos obter ao longo do jogo, e cada jogador será inventivo em como os usar à sua maneira. A criatividade será chave em The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom.

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Quando iniciamos e conhecemos Tri, a sua magia é limitada e existe um limite de quantos echoes podemos invocar ao mesmo tempo. O sistema de progressão é natural e quando Tri se torna mais capaz (com mais magia), ela e Zelda fecham mais fendas ao longo da história e esse limite aumenta, conseguindo invocar mais echoes de uma só vez.


Hyrule traz nostalgia

Exploração é algo que vamos fazer muito em The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom. Claro que é, é um Zelda!

O mapa é muito semelhante de A Link to the Past e de certo modo parece ser uma homenagem ao passado da série, com todas as localizações a que estamos habituados, com todos os seus estranhos habitantes. O jogo é surpreendentemente longo para este formato, terminei a história principal e duas ou três missões secundárias em 18 horas, mas para os que gostam de completar tudo na totalidade, o jogo tem muitas missões secundárias para completar, pedaços de coração para apanhar e fendas para fechar.

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Estas missões secundárias são muito simples, mas com boas recompensas. Desde mostrar os echoes certos ao personagem, apanhar avelãs, competir em corridas de cavalos, mas gostava que o jogo me desse mais indicações que estas missões seriam importantes para conclusão da aventura.

Houve missões secundárias que só concluí depois de terminar a história e a sua recompensa seria bastante útil, como obter um cavalo (a nossa progressão no mapa é bem mais rápida) e a criação dos autómatos do Dampé (criações robóticas que unem echoes e/ou objetos). Claro que a opção foi minha de não atacar logo estas missões, mas as primeiras são muito simples e não pensei que todas fossem assim.

Aprender com os erros?

Echoes of Wisdom tem o mesmo estilo gráfico do port de Link’s Awakening para a Switch e não podia haver melhor escolha na decisão, é perfeito na maneira que tenta trazer para a atualidade um género criado nas 8 e 16 bit, recriando a jogabilidade (que é perfeita neste jogo) e toda a nostalgia da altura.

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Mas em todo o bom pano cai a nódoa. Link’s Awakening sofria de muitas quebras de frames e The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom sofre do mesmo mal. E não é em determinadas zonas, é quase sempre, e no mapa. Nas masmorras/templos nota-se menos, mas em Hyrule é constante e cansativo. É surpreendente não se ter melhorado um motor de jogo desde 2019 num jogo com o mesmo estilo de grafismo. Por vezes é um pequeno arrastamento que não me fez enjoar, mas não ajudou em nada a minha experiência. Outro ponto negativo é o menu rápido de escolha de echoes, demasiado complicado e mesmo com filtros de escolha, não é amigo do utilizador.

Considerações finais

Como amante da série, tenho um carinho enorme por jogos com esta perspetiva e mais simples (que Tears of the Kingdom) mas que carregam tanta nostalgia e easter eggs que aquecem o coração de jogadores como eu. Com Zelda de varinha mágica na mão o jogo transforma-se e prova que não é só com Link que a série resulta. A criatividade é necessária e quando estamos perdidos num puzzle, a resolução é extremamente satisfatória quando inventamos algo que não é de caras ao início. E não há só uma solução para o problema em mãos.

The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom é um jogo especial por ser o primeiro protagonizado pela princesa de Hyrule e Zelda prova que está à altura do desafio.


+ Design gráfico resulta muito bem
+ Criatividade é chave
+ Zelda é uma excelente protagonista

– Problemas técnicos que já deviam ter sido resolvidos
– Menu dos echoes

N.R.: A análise a The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom foi realizada numa Nitendo Switch com uma cópia do jogo cedida pela Nintendo Portugal.

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