Joguei os agora clássicos Super Monkey Ball na Gamecube e sempre adorei. Uma mescla perfeita de frustração e prazer no domínio das suas físicas impelia-me a tentar mais um nível, mais uma vez. A vida foi passando e voltei a esta saga querida da Sega em 2021 com uma espécie de remake em Banana Mania, mas as coisas não foram bem portadas, a física não funcionava e era tão lento que até doía.
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Naturalmente olhei com desconfiança para este novo IP. Mas esse sentimento rapidamente se alterou para algo extremamente positivo. Eis a carta de amor a Super Monkey Ball Banana Rumble.
Ponto a ponto:
AiAi, que vou só tentar mais 6354 vezes!
Para quem é novo no franchisado: a nossa personagem é basicamente um macaco que está dentro duma bola gigante de hamster, sendo desafiado a percorrer níveis muito curtos onde temos que chegar a uma meta apanhando o maior número de bananas possível. Parvo, não é? Eu sei. O problema é que aqui não temos tempo para ajustar convenientemente as nossas posições, pois tudo é feito a uma velocidade alucinante, tornando muitas vezes impossível o contornar de obstáculos e curvas apertadas, mas se formos demasiado cautelosos, o jogo não nos vai recompensar com objetivos secundários.
Sempre odiei física, mas adoro manobrar AiAi (melhor/pior nome de sempre duma personagem) por carreiros apertados e loops inebriantes sempre a puxar cartão pelo nosso macaco armado em hamster.
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Mas a grande mudança mecânica que distingue Super Monkey Ball Banana Rumble dos seus bons predecessores é a introdução do movimento spin dash, permitindo-nos ganhar rapidamente velocidade em qualquer direção escolhida. Seja para um salto longo ou uma subida íngreme, torna-se essencial para o nosso sucesso na maioria dos níveis que compõem esta obra, mas dei por mim a usar este jorro de velocidade para conseguir fazer curvas mais apertadas, ou até, à boa maneira Gamecubiana, saltar diretamente em direção ao fim do nível em apenas dois segundos ou menos. O domínio desta mecânica é fácil de aprender e difícil de dominar, mas a dopamina injetada no cérebro depois de alcançarmos um feito destes é só Super Monkey Ball Banana Rumble no seu melhor, contrastando com a ferramenta de salto usada no título anterior. Tenho visto alguns vídeos de speedruns e esta mecânica é a estrela.
Ele balança, mas não cai! (Cai, sim.)
Os objetivos opcionais em cada nível acrescentam mais uma camada nesta cebola que vos vai fazer chorar. Acabar num tempo limite que raramente ultrapassa os poucos segundos, apanhar todas as bananas e ainda colecionar a banana dourada, que está sempre bem escondida ou então à vista de todos mas com difícil acesso estão sempre presente em cada nível. Os primeiros dez níveis de um total de duzentos até correram bastante bem, mas estes objetivos opcionais tornam-se rapidamente muito difíceis, havendo alguns que ainda não consegui alcançar, principalmente na categoria da velocidade supersónica de término dos níveis.
Falando daquilo que faz a roda descarrilar: os modos multiplayer/minijogos não são muito apelativos, para além de terem baixadas de frames que prejudicam jogos que se querem rápidos e fluídos, apesar de se saudar poderem ser jogados por dezasseis jogador simultaneamente.
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Podemos caçar bananas, vencendo quem mais conseguir, uma espécie de corridas de bolas em circuitos pouco inspirados e um que nos impele a esmagar robôs pouco bonitos. Uma pena que Super Monkey Ball Banana Rumble não faça jus neste campo aos seus antecessores, que sempre tiveram jogos multiplayer/cooperativos de craveira. O que é estranho é que foi esta mesma equipa que criou os jogos Like a Dragon, que têm minijogos super inspirados e em quantidade quase ridícula. Por falar nisso, já leram a nossa análise de Like a Dragon: Infinite Wealth?
Considerações finais
Tirando os minijogos que arrumei rapidamente, Super Monkey Ball Banana Rumble fez-me voltar vinte anos atrás, recordando da melhor forma aquilo que sempre me atraiu nesta saga e fazendo-me esquecer definitivamente o remake de 2021. A introdução do spin dash e dos desafios secundários deram-me vontade de jogar mais, apesar da frustração que alguns níveis me estão a causar. Mas acabo sempre por lá voltar depois de algumas sessões de ioga e mindfulness. Espero não ter que esperar mais vinte anos para voltar a experienciar algo assim tão inspirado na franquia Super Monkey Ball.
Super Monkey Ball Banana Rumble é aquela banana da Madeira: docinha, pequena, mas que dá vontade de “comer” mais. Mas preparem-se para as escorregadelas!
N.R.: A análise a Super Monkey Ball Banana Rumble foi realizada numa Nintendo Switch com uma cópia do jogo cedida pela EcoPlay.