Sonic X Shadow Generations – Análise

Sonic é uma lenda dos videojogos doa a quem doer. Mas a verdade é que tem tantos jogos bons como maus, mas continua a lutar pelo seu lugar ao sol, muito por culpa da gestão da SEGA, que ao longo de trinta anos nem sempre cuidou bem da sua maior estrela. Nos últimos anos a sua popularidade voltou a ascender (e de que maneira) graças às boas séries e filmes que saíram com um sucesso estrondoso. No que concerne a jogos, Sonic Frontiers foi um título que corroborou a boa forma da SEGA em tratar da sua mascote.

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Sonic Generations não é um jogo novo. Foi lançado em 2011 para a geração PS3 e Xbox 360 e agora é remasterizado e relançado com um grande extra, um DLC com Shadow, um dos mais enigmáticos personagens da série. 

Depois de nos presentearem com Sonic Frontiers em 2022, Sonic Superstar em 2023, a SEGA faz um triplete em três anos com Sonic X Shadow Generations este ano.

Aventura a dois

Ao iniciar Sonic X Shadow Generations, há uma escolha imediata a fazer, jogar Sonic Generations ou Shadow Generations. São aventuras separadas, mas que partilham a mesma história que apoiada em viagens temporais, justifica a passagem dos dois protagonistas por uma mistura dos melhores níveis que a série possui.

Podemos passar da campanha de Sonic para a de Shadow quando quisermos, mas senti que jogando primeiro a do ouriço azul estabelece alguns pontos fulcrais e gerais que é bom saber na aventura de Shadow para haver mais contexto.

Ao escolher a metade de Sonic em Generations começamos numa cena em que Sonic e os seus amigos estão a celebrar o seu aniversário quando são interrompidos por um novo vilão de seu nome Time Eater que os rapta através de uma anomalia temporal. Aqui, Sonic tem acesso a vários locais de vários jogos da série em que cada zona é separada em dois atos.

No entanto, ao contrário dos jogos tradicionais da série, cada ato é de uma época diferente de jogabilidade dos jogos Sonic. O primeiro ato é o clássico em 2D, vista lateral enquanto o segundo ato é o puro 3D que os jogadores estão habituados como em Sonic Adventure da velhinha Dreamcast.

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A ligação entre estes níveis faz-se num hub totalmente branco o qual fica cheio de cor quando Sonic completa as zonas e resgata os seus amigos. A sua estrutura é como se fosse um nível em 2D e vamos abrindo mais zonas ao derrotar os bosses que estão escondidos atrás de uns portões. Para os abrir teremos de completar Challenge Gates em cada zona que nos trazem objetivos específicos para ultrapassar.

É muito estranho ter todos estes entraves para a progressão na campanha porque nos obriga a “parar” o que estamos focados (os níveis normais que estamos habituados) para ter desafios completamente secundários só para defrontar o boss.

Completar qualquer área com classificação alta, (há D, C, B, A e S) dá-nos pontos, os quais podemos gastar na nova loja de habilidades. Existem cinco loadouts que podemos usar, customizar, renomear e especificar para cada ato e senti que havia alguma flexibilidade na maneira que abordamos os níveis do ouriço azul.


Entra Shadow a abrir

Ao escolher o episódio de Shadow nem tudo é igual ao da sua contraparte. Há menos zonas, mas cada uma, incluindo a zona final, ainda são divididas em dois atos, mas o primeiro ato é um 3D e o segundo em 2D.

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O hub é uma zona mais aberta, e podemos explorar a nosso belo prazer, mas ainda é preciso completar os famigerados Challenge Gates e conquistar as chaves Boss Key de forma a abrir mais zonas deste hub, mas isto é feito através da conquista de novas habilidades que recebemos ao derrotar os bosses. Tem um pouco de metroidvania à mistura, já que precisamos dessas habilidades para ter acesso a essas áreas e podemos voltar às antigas para descobrir mais colecionáveis e novos desafios.

A meio gás

Não seria um jogo sobre Sonic se não houvesse velocidade e Sonic X Shadow Generations entrega toda essa expetativa e mais alguma. Dito isto, nem sempre isso é bom, já que nem sempre corre bem para alguns aspetos da jogabilidade. Em alguns níveis de vista lateral, a velocidade era tanta que a câmera do jogo não acompanhava, deixamos de ver o personagem resultando em mortes injustas. A estrutura de alguns níveis não está preparada para esta velocidade e fui obrigado a “travar” inúmeras vezes para explorar apanhar os colecionáveis.

Porém, poucos são os estúdios que conseguem produzir este tipo de rapidez, tipo jogo arcade, como em alguns atos no DLC de Shadow.

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No seu todo, Sonic X Shadow Generations, é o topo de um jogo Sonic em termos de jogabilidade, mas isso também significa que infelizmente vamos lidar com as pequenas frustrações que a série nos trouxe durante os anos.

Para uma série construída na base da velocidade, impulso e saltar de plataforma em plataforma, este jogo tem pequenas falhas de jogabilidade e uma física que nem sempre representa o que está no ecrã, impedindo-nos de usufruir de uma excelente experiência.

Nas lutas com os bosses (que são os melhores da série) existem falhas na deteção dos ataques e senti que era tentativa e erro para lhes acertar. E em lutas tão boas com bosses espetaculares, senti alívio em vencer em vez de querer repetir a luta por tão boa que foi.

Considerações finais

A SEGA poderia ter facilmente lançado cada parte deste Sonic X Shadow Generations como dois títulos distintos, mas resolveu e bem lançar num só pacote, o que torna um produto obrigatório para todos mega fãs de Sonic. Com muitas horas de jogo nas duas partes, podem sempre voltar a jogar e apanhar todos os colecionáveis, bem como ganhar a classificação S em todos os níveis (algo que estou a tentar, pelo menos em alguns), o que o torna Generations um grande investimento.

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O bom grafismo, a habitual banda sonora, destaco as boas remisturas dos clássicos originais, e o DLC de Shadow que apreciei mais que a de Sonic, tornam este jogo muito apetecível tanto para os velhos fãs como os mais novos.

E por falar em fãs mais novos, o meu sobrinho Pedro é um desses mega fãs, e pedi-lhe para escrever uma pequena análise do episódio Shadow, a qual ele gravou:

Ao fazer um triplete de jogos nos últimos três anos, bem como todos os produtos baseados no ouriço azul mais rápido do planeta, a SEGA mostra que Sonic está mais forte que nunca.


+ História complementa-se nos dois episódios
+ Dos melhores jogos de Sonic
+ Bosses espetaculares

– A velocidade não é tudo
– Alguns problemas na deteção de impacto

N.R.: A análise a Sonic X Shadow Generations foi realizada numa PlayStation 5 com uma cópia do jogo cedida pela Play & Game

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