Análise por: Guilherme Teixeira
Sonic Colors Ultimate é o remaster de um dos melhores Sonic 3D dos últimos anos e é sempre bom receber o ouriço azul em boa forma nas consolas actuais, no entanto, Sonic Colors Ultimate pouco esforço faz para se adaptar ao tempo que vivemos.
Segue o Future Behind: Facebook| Twitter| Instagram
Sonic é uma das figuras dos videojogos que dispensam apresentações. Numa época em que as empresas ligadas ao entretenimento lutam com tudo o que tem (leia-se dinheiro) por IPs e nomes reconhecidos (veja-se, por exemplo, o caso da Disney e as acquisições de Star Wars e Marvel), a SEGA tem nas suas fileiras várias personagens que tem esse estatuto de reconhecimento, mas poucas são as que têm esse estatuto à escala planetária. Uma delas é Sonic, e a SEGA sabe disso. Por isso é que é raro o ano em que não temos um jogo de Sonic nas mãos para experimentar, e sendo que 2021 marcava os 30 anos da personagem, estranho seria não termos um novo videojogo a acompanhar-nos.
.
Não sabendo as razões exactas para tal, a SEGA decidiu presentear os fãs do ouriço azul neste ano de aniversário redondo com um título remastered apenas. Muitos fãs ficaram desiludidos por não ter nenhuma aventura nova, outros regozijaram por puderem experimentar Sonic Colors pela primeira vez ou rejogar um dos Sonic em 3D que de facto teve impacto perante os jogadores. Tenho a informar que eu me sentia no centro destes dois pólos. Sempre gostei de Sonic Colors, mas voltar a jogá-lo numa versão remastered não era exactamente a novidade mais excitante com a qual a SEGA me poderia presentear. Depois de o jogar, sinto que me encontro no exacto ponto do espectro em que me encontrava antes de jogar Sonic Colors Ultimate.
Segue o Future Behind: Facebook| Twitter| Instagram
Falando do jogo em si, este Sonic Colors Ultimate é um remastering do original que saiu na Wii e Nintendo 3DS em 2010 que aproveita tudo do original, passando lhe uma camada HD por cima (algo que não acontece nas custcenes) e pouco mais foi acrescentado (tirando um menu de customização do próprio Sonic em si).
Sonic Colors Ultimate e os fins-de-semana
Sonic Colors Ultimate apresenta-nos os nossos amigos Sonic e Tails a enfrentarem um Eggman com um plano maquiavélico interessante. Eggman aparenta ter construído um parque de diversões como desculpa por todos os ataques anteriores e convidou Sonic e Tails a conhecerem o parque e divertirem-se. Obviamente que a intenção de Eggman não é bem essa, e Sonic e Tails apercebem-se que terão, mais uma vez, de derrotar Eggman. Esta é capaz de ser das histórias mais “infantis” dos jogos mais recentes de Sonic, mas funciona bem. Todo o aspecto e diálogo fez-me lembrar os bons momentos passados a ver desenhos animados nas manhãs de fim-de-semana. Aqui não há Shadow The Hedgehog ou a representação de uma mentalidade edgy, e ainda bem.
O jogo, apesar de curto, apresenta diferentes mecânicas de jogabilidade para manter o jogador agarrado de início ao fim. Isso acontece devido à natureza dos Wisps, a grande novidade de Sonic Colors. Wisps são criaturas alienígenas que foram introduzidos no universo de Sonic em neste jogo e que permitem a que Sonic possa usar power-ups, oito para ser mais concreto. Estes poderes fazem com que cada nível no jogo tenha sido desenhado com a atenção de oferecer a possibilidade dos jogadores poderem enfrentar os perigos com diferentes abordagens.
Segue o Future Behind: Facebook| Twitter| Instagram
Nas poucas horas que o jogo nos ocupa até chegarmos ao final, nunca senti aborrecimento ou que estaria limitado de alguma forma para chegar ao objectivo. As transições entre os níveis 3D, os 2D e os Auto Running é suave e ajuda a que não haja fadiga do jogador.
A jogabilidade é de facto o ponto forte de Sonic Colors, em conjunto com o aspecto colorido e o bom design dos níveis, e consegue não só agradar a quem pretende só passar um bom tempo a controlar Sonic como também agrada quem pretende conquistar tudo o que há para conquistar no jogo.
Consideraçãoes Finais
Como remaster, esperávamos ver mais de Sonic Colors Ultimate. É verdade que os assets dentro do jogo estão com melhor definição (o que acaba por destacar, e bem, o bom design do jogo), mas o facto de as cutscenes serem as originais quebra por completo a imersão deste remaster e dá um ar de desleixo por parte da SEGA neste produto.
Segue o Future Behind: Facebook| Twitter| Instagram
Sonic Colors Ultimate é um jogo indicado para qualquer fã do ouriço azul que não tenha experimentado o jogo original, já que as mecâncias de Sonic Colors continuam actuais e recomendadas. Para quem jogou o jogo de 2010 não terá aqui grandes novidades para se agarrar a um título que, apesar de ter qualidade, é algo curto. Foi interessante revisitar Sonic Colors, mas não matou a fome dum novo Sonic que mexa com o mercado, como Sonic Mania o fez.
N.R.: A análise a Sonic Colors Ultimate foi realizada numa PlayStation 5 com acesso a uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Play & Game