Resident Evil Village

Resident Evil VIllage – Análise

Estávamos em 2017 quando saiu Resident Evil VII, 4 anos depois a série da Capcom está de volta com um novo lançamento – Resident Evil VIllage – que promete, acima de tudo, colocar-nos de volta na pele de Ethan Winters enquato lutamos com uma vampira de proporções consideráveis para salvar quem nos é importante.

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Resident Evil VIllage é uma sequela direta de RE VII pelo que, antes de começar o jogo, esperávamos o mesmo grau de pânico, medo, receio, vontade de ficar preso num quarto sem descobrir o que lá está fora, respeito que encontramos ao começar o título anterior.

Resident Evil VIllage já se encontra disponível para Windows PC, Xbox Series X | S, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One e Google Stadia.

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Ethan, Mia e Rose vivem agora na Europa na tentativa de voltar a ter uma vida normal depois dos acontecimentos de Resident Evil VII, No entanto, tudo muda em poucos minutos de jogo e somos levados para uma aldeia onde maior parte dos habitantes já não são humanos e os que são… bem esses não duram muito tempo. A missão? Salvar a filha de Ethan, Rose.

Em Resident Evil VIllage continuamos a jogar em primeira pessoa, uma visão que funciona muito bem, transportando-nos para o clima de medo que se vive na vila de forma impressionante, fazendo, quase de certeza, com que o coração dispare a cada porta que se fecha atrás de nós.

Do gore ao terror

Esta primeira passagem pela vila serve, principalmente, para nos fazer entrar ainda mais no ambiente de Resident Evil VIllage enquanto conhecemos alguns dos inimigos que vamos ter que batalhar durante grande parte do jogo. Porta atrás de porta entramos em casas, vamos seguindo pistas, tudo isto para encontrar Rose. Cada um dos habitantes que encontramos é capaz de nos dar uma nova pista, que caminho seguir, o que fazer ou onde ir.

Também nas casas vazias, outrora habitadas, podemos encontrar pistas e objetos que nos podem ser muito úteis. Nunca deixem uma gaveta por abrir, uma divisão por explorar, enquanto no mapa a casa ou divisão estiverem a vermelho existe algo para encontrar.

Toda a vila parece ter entrado num pacto com o demónio, animais são sacrificados e pessoas de fora não são bem-vindas. Os inimigos que encontramos até aqui são uma espécie de zombies que ao morder fazem com que imaginemos o nosso pescoço com menos um pedaço, tal é o tamanho da boca e vontade com que dão a trinca… tudo isto com um toque de gore onde o sangue é abundante e bem visível. Tanto em nós como nos locais que vamos visitando.

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Deixamos as ruas da vila e vamos até ao já conhecido castelo. Quem nos espera? Madame Dimitrescu e as suas três filhas, que família encantadora. Enquanto exploramos o castelo, primeiro para encontrar Rose e depois para conseguir sair, vamos apanhando as filhas da, agora menos amável, anfitriã. Da cave aos telhados este mapa é enorme, e a primeira experiência transportou-nos para uma ideia de labirinto onde cada porta podia muito bem ir dar a uma divisão já explorada,

Puzzle a puzzle fomos encontrando cada uma das peças necessárias para avançar na história de Resident Evil VIllage. Mergulhamos em sangue, lutamos com mais zombies, voltamos a mergulhar em sangue e visitamos caves onde os corpos pendurados incomodam mais do que a escuridão que se faz sentir. Até aqui o medo ainda não nos tinha conquistado, o que existia era mesmo uma sensação de desconforto criada por todo o sangue, corpos e ambiente do castelo proporcionado pela visão na primeira pessoa.

Sem nada contar, saltamos à frente. No trailer de lançamento por breves segundos conseguimos ver uma casa cheia de bonecas. Essa casa? Das experiências que mais medo trouxeram. Cada corredor, cada porta por abrir, cada armário até… tudo isto foi capaz de trazer suores frios, gritos involuntários e até a tal vontade de não sair de uma divisão porque não queremos enfrentar o que está lá fora. Aqui o sangue continua, mas o ambiente criado é de tal forma pesado que o medo conquistou-nos e foi um verdadeiro alívio voltar a ver luz do dia.

O medo sentido, bem com a tal sensação de incómodo, apenas acontecem devido ao juntar de fatores de enorme qualidade presentes em Resident Evil VIllage. Falamos não só da visão em primeira pessoa, mas também da qualidade gráfica dos cenários, inimigos e claro de um sound design simplesmente divinal.

Resident Evil VIllage 1

O som em Resident Evil VIllage

Cada porta, cada passo, cada momento de respiração mais acelerada. Tudo isto faz com que olhemos à nossa volta, tanto no jogo como na sala onde estávamos a jogar… Não usamos headset, por aqui o som estava a sair da coluna (sound bar) da Bowers & Wilkins presente no Philips Momentum 558M1RY.

No sofá, de frente para o ecrã, toda a divisão estava imersa no som de Resident Evil VIllage. O jogo está construido de uma forma que nos faz duvidar daquilo que ouvimos. Será real, ou fruto da nossa imaginação? Aquela porta acabou de se fechar ou alguém entrou na divisão mesmo atrás de nós? Não está aqui ninguém… ou será que está?

Em algumas partes do jogo somos levados a visitar casas em madeira onde cada passo é um martírio, ouvir as placas de madeira a ranger só nos faz pensar que os inimigos também as ouviram. Por outro lado, todas as portas no novo jogo da Capcom precisam de óleo, o barulho a abrir e fechar é impossível de evitar só faz com que a tensão que sentimos continue a aumentar.

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Todos os sons aparentam estar pensados ao segundo, aparecem sempre na altura certa para nos fazer relaxar ou saltar da cadeira. Seja com um inimigo a aproximar-se ou com um porco a correr na nossa direção. Não imaginam o susto. Foi de soltar o comando e levar as mãos à boca… com sorte o comando caiu em cima do sofá e não existem danos a reportar.

O som é, sem dúvida alguma, um dos elementos mais fortes de Resident Evil VIllage. Não deixando de parte a história bem construida, a qualidade no desempenho e até os puzzles com algum interesse. Contudo, o som é o elemento que consegue ligar, na perfeição, todos os outros.

Desempenho, Puzzles e narrativa em Resident Evil VIllage

VIllage apresenta-se de forma bem composta em toda a sua jornada, com puzzles que nem sempre são os mais difícies, mas com pelo menos um que nos faz coçar a cabeça em busca da resolução com o resultado final a ser, quase sempre, “como é que eu não pensei nisto?”. Na verdade, cada um dos puzzles consegue enquadrar-se na perfeição num ambiente que a Capcom quis dar ao jogo. Mais para a frente vão ainda encontrar uma espécie de missões secundárias que vos darão acesso a “tesouros”, algo bastante importante para conseguir derrotar alguns inimigos.

É ainda possível, através de um amigo mercador, o Duke, comprar “receitas” para munições, liquido milagroso para curar tudo o que possam imaginar… sim, até uma mão conseguem voltar a agarrar ao corpo, é melhor que supercola. Mas como arranjar dinheiro? Simples, a matar. Matem inimigos, acabem com bosses, abram gavetas e partam vasos. É assim que vão conseguir Gils ou objetos que podem vender ao mercador em troca de boas quantias da moeda de Resident Evil VIllage.

Resident Evil VIllage 3 1

Já a narrativa apresenta-se de forma coesa e vai evoluindo à medida que avançamos no jogo sempre de forma constante. Sentimos a cada passo que a Capcom quer, realmente, que viajemos até à Romenia para estar na pele de Ethan Winters. Não existiu momento algum que nos sentíssemos aborrecidos, ou no qual olhássemos para a história como algo que não estava a evoluir. Apenas um ou outro ponto em que nos sentimos perdidos no mapa. Quem nunca?

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Ao nível de desempenho o jogo apresenta-se consistente sem se notar qualquer tipo de quebra na performance, mesmo em situações de batalhas mais caóticas. Algumas das texturas não são as melhores, como as dos cadeados que vamos encontrando ou de alguns inimigos “genéricos” quando se aproximam. Contudo, em contrapartida, temos texturas incríveis, como, por exemplo, as variadas pinturas que vamos encontrando onde, ao aproximarmos os olhos conseguimos ver a textura da tinta a estalar devido à passagem do tempo.

Os cenários interiores fazem-nos querer mudar de época para viver em casas construidas em madeira ou em grandes palácios. Já os cenários exteriores fazem-nos querer viajar até à Roménia presente no jogo, mas sem monstros. Obrigado. Em ambos os casos podemos dizer que os cenários são tão belos quanto assustadores. Excelente trabalho da Capcom com o seu RE Engine.

O DualSense traz um toque extra a Resident Evil VIllage, sendo notório principalmente quando trocamos de arma e conseguimos sentir a diferença de pressão no gatilho ao disparar uma pistola ou uma caçadeira, por exemplo. O haptic feedback nas armas também não está nada mau.

Considerações Finais

Resident Evil VIllage é uma excelente sequela de Resident Evil VII, consegue crescer em todos os aspetos, principalmente no áudio e performance aliada a grafismo, mas a história por si só faz com que queiramos mais Resident Evil nos próximos anos.

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Se vale o preço? Isso cabe a cada um de voz decidir, foram 10 / 12 hora de muito medo, mas sempre satisfatórias. Pode ser um jogo curto, mas precisamos de ser justos. Caso Resident Evil VIllage tivesse muito mais tempo acabavam por esticar uma história que está contada de forma bastante coesa.

+ Desempenho de grande nível nas consolas de nova geração

+ Audio design capaz de nos levar para dentro do jogo

+ Narrativa coesa e com bom sentido de evolução

+ Puzzles com bom nível de dificuldade

– Algumas texturas pouco afinadas

– Alguns inimigos, na vila, são demasiado óbvios no comportamento

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N.R.: A análise a Resident Evil VIllage foi realizado numa PlayStation 5 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela Play & Game

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