O mundo dos wearables tem vindo a evoluir lentamente, existindo muita experimentação de várias empresas e, consequentemente, com muitos sucessos e falhanços pelo caminho. Os smartwatchs não tiveram ainda a explosão que inicialmente se previa, mas as smartbands, com o seu custo mais baixo e form factor mais discreto, conquistaram uma parte do mercado que na altura não era esperado.
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Enquanto ainda não temos disponível smart-vests, coletes apticos para termos o próximo nível sensorial no mundo da realidade virtual ou até lentes de contacto inteligentes que nos darão novas funções biónicas, algumas empresas começam a explorar o mundo dos óculos com algumas ofertas designadas de smart-glasses. No entanto, estas ofertas não contemplam, ainda, a tão ansiada realidade aumentada mas sim funções “inteligentes” mais simples.
Algumas empresas como a JLab, Amazon e Bose começaram a apresentar as suas versões de óculos inteligentes, com funções semelhantes entre si e a fim de não só marcar a sua posição neste novo mercado mas também para perceber qual o interesse dos consumidores neste novo tipo de wearable. A Razer pretende ser também um concorrente, decidindo entrar no mercado com os Razer Anzu, os óculos inteligentes da empresa que já habituou os seus utilizadores a produtos de qualidade e com uma performance bastante elevada. Mas será que aquilo que a Razer oferece é capaz de marcar a diferença?
Características Razer Anzu
Razer
Razer Anzu
| Microfone | Incorporado e Omnidirectional |
| Ligação de Audio - Bluetooth the baixa latência |
| Tamanho dos speakers - 16 mm |
| Resistência a água - IPX4 |
| Carregamento - Cabo USB |
| Bateria - 5 h |
| Peso - 43g / 44g / 46g / 48g |
| P.V.P. - € 209.99 |
Os óculos Razer Anzu são a aposta da empresa no mercado de smart-glasses. Disponíveis em dois formatos, redondos e quadrados, e dois tamanhos, os Anzu pretendem criar uma experiência sonora imersiva ao mesmo tempo que protegem os olhos do seu utilizador.
As suas duas colunas incorporadas de 16mm prometem uma ótima experiência, graças à sua tecnologia inovadora que garante um áudio com uma baixa latência na sua ligação de Bluetooth e um som sem qualquer tipo de interrupção. A acompanhar, contam também com um microfone omnidirectional, ideal para ser usado em chamadas ou para interagir com os assistentes inteligentes dos telemóveis.
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As astes dos óculos contam com uma interface sensível ao toque para se controlar a música ou atender chamadas e onde estão as baterias que permitem que os Anzu funcionem por mais de 5 horas. Além disso, o seu design garante uma resistência à água com base na norma IPX4, garantindo que se mantêm seguros contra o suor, derrames acidentais ou tempo mais agreste.
Estes óculos vêm com um par de lentes que filtram cerca de 35% de luz azul típica da maioria dos monitores, reduzindo o cansaço ocular e permitindo que o utilizador consiga estar mais horas focado, seja tanto em sessões de trabalho como de jogos. Para quem quiser utilizar os óculos no exterior, estas lentes podem ser trocadas por lentes polarizadas, tornando os Anzu nuns óculos de sol com capacidade de bloquear 99% da luz ultra-violeta. Para quem tem necessidade de óculos com prescrição, existe ainda a possibilidade de, a um custo extra, solicitar lentes graduadas compatíveis.
Opinião
Devido aos diversos produtos que já colocou no mercado e nos anos de experiência com que conta, a marca Razer é associada a produtos de uma certa qualidade e performance, seja qual seja o produto. Desde tapetes de rato com um material de elevada qualidade que garante uma melhor utilização do rato, ou ratos de gaming que vão desde os mais simples e leves até os mais complexos e versáteis, passando por microfones condensadores mais compactos pensados para utilizadores que procuram simplicidade ou até uns simples auscultadores que oferecem uma boa qualidade para o seu preço. De certa forma, a oferta da Razer dificilmente acaba por desiludir mesmo não superando as expectativas. No entanto, no caso dos óculos Anzu, este padrão não foi cumprido, não existindo uma relação justa entre o custo e aquilo que é oferecido.
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O princípio dos Anzu é um bom princípio, uns óculos que ajudam a proteger os olhos do cansaço causado pelo excesso de exposição à luz azul que sofremos nos dias de hoje com a adição de funções consideradas smart que, após se analisar mais a fundo, não são assim tão smart. Na sua essência, são simplesmente umas colunas que funcionam como um periférico para os nossos dispositivos móveis que, esses sim, é que executam as funções mais elaboradas, nomeadamente as iterações com os assistentes inteligentes. Não obstante, não podemos desvalorizar a tecnologia a nível do áudio, com efetivamente uma latência incrivelmente baixa e sem interrupções e com uma reprodução de som bastante boa quando temos em consideração o tamanho das colunas. A qualidade do microfone não é genial e encontra-se ao nível esperado para microfones do seu tamanho.
Um ponto que desiludiu bastante foi a sensação de qualidade dos próprios óculos, algo rapidamente notório principalmente para quem está habituado a usar óculos. No momento em que pegamos neles a primeira ideia é que estamos a pegar num brinquedo de plástico, uma sensação muito atípica nos produtos Razer, principalmente quando temos em consideração o preço do produto. Inclusivamente, a bolsa de transporte que acompanha os Anzu dá uma sensação de qualidade incrivelmente superior aos próprios óculos. O tipo de plástico também afeta a experiência da sua utilização, fazendo com que a interação com os seus controlos táteis não seja sempre consistente, existindo momentos que parecem reagir ao mais leve toque e outros onde ficamos na dúvida se estaremos a tocar no sítio certo.
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No que diz respeito às lentes, não sendo possível verificar com precisão o nível de luz que é bloqueado, é claro que estas ajudam os olhos a não se cansar tanto, tal como prometido. O seu processo de troca não é complicado, mas poderá causar um pouco de nervosismo das primeiras vezes devido ao receio de partir não as lentes, mas sim a armação. Um ponto a ter em consideração é que todos aqueles que pretendam ter lentes graduadas nestes óculos terão de suportar um custo adicional que irá aumentar o seu preço.
Uma última característica que prejudica ainda mais a experiência com este produto diz respeito à forma como este carrega. Os Razer Anzu utilizam um cabo USB com dois conectores proprietários que tem de ser ligados a cada uma das astes, sendo que estas carregam separadamente. Seria muito mais elegante e prático existir um único conector que carregasse ambas as baterias.
Considerações Finais
Os Razer Anzu não podem ser considerados um mau produto. Tem uma ideia bastante interessante, são uns dos primeiros produtos a explorar novos conceitos de mercado, com boa tecnologia e bastante versatilidade. Apesar do seu tamanho, as colunas conferem um som bom, as lentes são de boa qualidade e ainda existe a possibilidade de serem feitas lentes graduadas compatíveis.
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No entanto, apesar desses pontos positivos, os restantes deixam os Anzu numa posição um pouco mais difícil de definir. Apesar de serem designados como óculos inteligentes, não existe nenhuma inteligência no seu funcionamento, funcionando mais como uns óculos com uns auscultadores abertos incorporados. Além disso, quando aliamos o preço à sensação que transmitem, torna-os um produto muito difícil de recomendar, ainda mais para quem já utiliza óculos e teria necessidade de aumentar o preço para a aquisição de lentes já graduadas. A este valor o utilizador conseguiria comprar uns óculos simples de descanso e uns bons auscultadores ou até, algo mais exclusivo como uns auscultadores de condução ossea.
No entanto, caso o seu custo não seja um fator para o utilizador, é inegável que os Razer Anzu são um produto interessante e que poderão conferir uma utilidade para quem quer um descanso para os seus olhos e, ao mesmo tempo, ter uns auscultadores menos intrusivos sempre presentes.
N.R.: A análise à Razer Anzu foi realizada com acesso a uma unidade do periférico, gentilmente cedido pela Razer.
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