PlayStation Portal – Ideal para Remote Play, mesmo em 5G, mas cuidado com os gastos de dados

A Sony PlayStation lançou o seu novo equipamento, o PlayStation Portal, como sendo o local ideal para jogar PlayStation 5 de forma remota. O equipamento conta com um ecrã LCD Full HD de 8” e conta com todas as funcionalidades do comando DualSense. uma bateria que aguenta quase toda a campanha de Call of Duty Modern Warefare 3 e dois speaker que embora sejam pequenos conseguem surpreender.

Segue o Future Behind: Facebook | Twitter | Instagram | TikTok

Mas para quem é que é o PlayStation Portal? E será que conseguem jogar em qualquer lugar? Vou dar o meu melhor para responder a todas as perguntas que possam ter enquanto falo da minha experiência de utilização nos últimos dias.

A experiência de unboxing leva-nos logo para um produto premium, e é isso mesmo que o primeiro contacto com o equipamento também transmite. A qualidade de construção aparenta ser sólida e a experiência de segurar no PlayStation Portal é quase a mesma que pegar num DualSense, embora seja mais pesado que o comando da PS5, o novo equipamento é surpreendentemente leve.

Experiencia de jogo, som e imagem

O ecrã do PlayStation Portal tem 8”, uma taxa de atualização de 60Hz e resolução Full HD. Numa altura em que muita gente olha para resolução e fps como o holy grail do gaming, terá este ecrã LCD o suficiente para deixar felizes os jogadores PlayStation 5? A resposta curta é “sim”, mas porquê?

O ecrã do PS Portal tem a resolução ideal para o tamanho que tem, em ambientes de rede perfeitos a imagem é detalhada e é praticamente a mesma coisa que olharem para a vossa consola através de um monitor convencional ou de uma TV. Mesmo para jogar no exterior ecrã do dispositivo portátil têm brilho suficiente para vos deixar fazer uma sessão de jogo no exterior e através dos controlos táteis do ecrã, mudar estes settings é bastante rápido e super fácil.

As cores não ficam nada atrás do que se pode esperar em qualquer outro ecrã e os níveis de contraste são ótimos, sendo que as áreas do ecrã que são suposto ficar a preto ficam de a preto não existindo qualquer tipo de light bleeding. Ah, aconselho-vos a comprar uma proteção de ecrã e uma bolsa de transporte (disponiveis em locais como o Amazon ES) não só para proteger o equipamento, mas porque o ecrã é um bom iman de impressões digitiais.

Algo que reparei, e não sabia como resolver (obrigado David), é que mesmo em condições de rede perfeitas existe uma pequena irregularidade na forma como a imagem é transmitida para o Portal, uma espécie de soluções tão pequenos que por vezes podem passar despercebidos. Ou seja, a imagem não tem uma transmissão estável, algo que acontece devido à forma como o dispositivo recebe a informação e o tipo de informação que recebe. Tecnologias como HDR e VRR podem aumentar esta instabilidade pelo que se desligarem o HDR da consola (só o podem fazer através da consola, em remote play não é possível) a experiência de jogo fica muito melhor.

Segue o Future Behind: Facebook | Twitter | Instagram | TikTok

Jogar algo como EA Sports FC 24 ou EA Sports WRC online é possível e a experiência é agradável, o lag entre o clicar de cada botão no dispositivo e a ação acontecer no jogo é quase inexistente ao ponto que estar a jogar na TV e usar o Portal como comando é possível, inútil, mas possível. Agora, caso sejam jogadores demasiado competitivos, tenham em atenção que as sessões de jogo vão estar dependentes de duas ligações à internet: a da consola e a do portal, o que faz com que por vezes possam existir momentos em que o jogo não se comporta da forma que querem.

Jogar títulos em modo campanha ou jogos que não necessitem de uma ligação à internet, como é o caso de Final Fantasy XVI, Marvel’s Spider-Man 2 ou até Call of Duty Modern Warfare 3, a experiência é fantástica. Posso-vos dizer que desde que comecei a usar o Portal no seu dia de lançamento não usei a consola ligada ao monitor ou à TV… já lá vão quatro dias.

É no som que está o verdadeiro problema do PlayStation Portal. Não que as colunas do equipamento sejam más, pelo contrário, portam-se muito bem e são excelentes para as sessões de jogo que vamos ter neste equipamento. O microfone é tão bom quanto o do DualSense e serve perfeitamente para falar com amigos ao mesmo tempo que estamos a jogar.

O problema está na falta de bluetoothe no quão fechado fica o equipamento devido a isto. Neste momento, caso queiram usar um headset ou ear-buds só existem duas opções: usar a entrada 3.5mm que o equipamento tem ou adquirir os dispositivos premium da PlayStation, algo que pode ser limitador, principalmente para jogadores que já tenham equipamentos de áudio (incluindo headsets PlayStation lançados ao mesmo tempo que a PlayStation 5) e que não sintam a necessidade de comprar um novo par de headphones só porque o Portal não oferece conexão bluetooth.

Percebo que a PlayStation queira dar a melhor experiência aos jogadores, mas, na verdade, devia ser escolha de cada um de nós o que usar… ora imaginem um iPhone que só permitisse o uso de AirPods. Não faz sentido e deixa os usuários que acabam de gastar mais de 200 euros por um equipamento com poucas escolhas: andam com um cabo atrás por causa de um equipamento portátil ou compram os novos equipamentos da PlayStation.

Bateria

Com a bateria do DualSense a durar cerca de 6 horas esperava que o PlayStation Portal tivesse aqui um dos seus problemas, mas pelo contrário. Com o brilho no médio, a usar as colunas com o som a cerca de 50% e com todas as opções de vibração do comando ligadas consegui desfrutar de alguns jogos de FC 24 e de quase toda a campanha de Call of Duty Modern Warefare 3 numa única carga. Traduzindo isto para horas, no período de teste cada carga do PlayStation Portal entregou entre 5 a 6 horas de jogo.

Segue o Future Behind: Facebook | Twitter | Instagram | TikTok

Ou seja, vão passar o natal a casa da tia e do tio, mas nem vos apetecia muito? Aquele membro da família quer ver o último filme do Christopher Nolan, mas vocês queriam era fazer uma speedrun pela campanha de COD MW 3? É ok, usem o Portal.

Por fim, indicar apenas que durante o período de testes, o desempenho do equipamento não sofreu qualquer tipo de limitações à medida que a bateria ia ficando mais baixa. Significando isto que aquelas 10% de bateria finais ainda podem dar para um jogo de Rivals no FC 24 ou para uma partida de Fortnite.

Onde jogar

Literalmente onde quiserem, desde que tenham uma ligação à internet. Durante o teste experimentei quatro ambientes diferentes e vou falar de cada um deles: Na mesma rede que a PlayStation 5; numa rede privada, mas noutro local; numa rede pública afastado da PlayStation 5 e em 5G.

  • Na mesma rede que a PlayStation 5: A experiência ideal, como já fui dizendo ao longo do texto, usarem o Portal ou a vossa TV é quase a mesma coisa. Especialmente se o vosso ambiente de rede for estável. Claro que existirão sempre momentos em que a rede não será tão estável e a vossa ligação sofrerá com isso. No entanto, tirando estes casos é uma experiência fantástica… muito melhor que a que tive ao usar o iPad e o DualSense para fazer remote play.
  • Numa rede privada, afastado da PlayStation 5: A experiência foi extremamente idêntica à que tenho em casa, lado a lado com a PlayStation 5. Claro que não sendo a vossa rede não a conseguem controlar da mesma forma e isso poderá fazer com que mesmo sendo uma boa ligação não esteja tão bem otimizada levando a problemas de ligação. Ou seja, caso a rede seja boa a experiência será boa.
  • Numa rede pública, afastado da PlayStation 5: É possível, mas com muitos asteriscos. Uma rede pública é isso mesmo: pública. Qualquer pessoa se pode ligar, saturando assim a rede, e geralmente são ligações mais lentas para vos dar apenas o essencial. Durante o período de teste consegui jogar, embora a ligação à consola demorasse mais tempo a ser feita, mas a qualidade de imagem desceu significativamente, tendo existido momentos onde a própria conexão à PlayStation 5 foi perdida. O PlayStation Portal é portátil e deixa-vos jogar em quase todo o lado, mas nem todos os locais são ideais para o efeito.
  • Em 5G, afastado da PlayStation 5: O ambiente de teste contou com 109.7Mbps de download e 18.7Mbps de upload; sinal máximo e uma zona onde a cobertura 5G é de 100%. A ligação à consola é feita de forma quase tão rápida quanto nos testes a usar redes privadas e a sessão de jogo não teve qualquer perda na qualidade de imagem ou problemas de ligação ou lag. Para todos os efeitos a experiência com o PlayStation Portal a usar dados 5G (através de um hotspot feito com um iPhone 14 Pro) é muito boa. Mas cuidado, caso o vosso pacote de dados não seja ilimitado ou com um limite bastante generoso podem ficar sem dados num abrir e fechar de olhos: a minha sessão de jogo (EA Sports FC 24) durou 8 minutos e consumiu 409MB.

De relembrar que para acederem à consola através do PlayStation Portal a mesma tem que ser deixada em modo de repouso e ativar a opção que permite ligar a consola (quando em repouso) através da internet.

Vale a pena?

Depende. Dependerá sempre do tipo de jogador que são. Para mim sim, vale a pena. Nunca fui jogador de sofá, prefiro estar na secretária ou ter uma handheld na mão tendo assim o ecrã mais próximo ao invés do outro lado da sala, mesmo com um TV de tamanho generoso, a experiência para mim é mais agradável em monitores mais pequenos, mas mais próximos de mim.

O Portal veio dar-me a oportunidade de jogar PlayStation 5 no sofá, ao mesmo tempo que a TV está a ser usada para outra coisa, ou até de fazer uma rápida sessão de jogo antes de dormir, algo que até aqui era possível através de consolas como a Steam Deck ou a Nintendo Switch. No entanto, o PlayStation Portal é mais leve que a Steam Deck e mais confortável de segurar durante longos períodos de tempo que qualquer umas das consolas aqui referidas.

Segue o Future Behind: Facebook | Twitter | Instagram | TikTok

Outra das vantagens para mim é o ir de férias. Férias de natal duram sempre umas semanas, e incluem sempre uma viagem de avião. Nunca levaria a PlayStation 5 comigo, é um equipamento grande, nada prático de levar atrás e toda a energia gasta a fazer tal acontecer não compensa aquelas duas ou três horas de jogo que iria fazer durante as férias. Com o PlayStation Portal posso “levar” a PS comigo de forma tão simples quanto levar uma Nintendo Switch, sendo a unica diferença que muito provavelmente não vou conseguir jogar no avião: a internet, se disponível, é cara e não deve ser a melhor.

Se as vossas sessões de jogo são maioritáriamente em casa, tem sempre um ecrã disponível e nem gostam de levar este tipo de aparelhos para a cama, o custo do Portal (cerca de 220 euros) pode não compensar o investimento para o pouco uso que lhe vão dar.

É isso mesmo, tentem perceber se vão usar durante muito tempo, se têm orçamento para tal e caso a resposta seja sim a ambas as questões provavelmente o equipamento é ideal para vocês. Um “não” em qualquer uma das questões significa que este não é o momento ideal para adquirirem o handheld da PlayStation.

Considerações Finais

Um ecrã que surpreende e uma colunas que fazem bem o trabalho delas, o PlayStation Portal é sem dúvida alguma a melhor exepriência de remote play que alguma vez tive. A ligação à PlayStation 5 é feita de forma simples e bastante rápida e com ambientes de rede estáveis não vão encontrar qualquer tipo de problama na perfomance do equipamento.

Durante os dias de teste, o único problema encontrado não é um problema do equipamento, mas sim um problema nas escolhas feitas ao produzir o aparelho: a falta de bluetooth acaba por limitar em muito as escolhas que os jogadores podem ter no que toca ao áudio.

Segue o Future Behind: Facebook | Twitter | Instagram | TikTok

Num ponto final, espero que no futuro o equipamento sofra atualizações que permitam o uso do mesmo para aceder a jogos disponíveis na cloud, principalmente agora que os jogadores com PlayStation Plus Premium já contam com uma bilbioteca de cloud gaming bastante interessante.

N.R.: A análise ao PlayStation Portal foi feita com acesso a uma unidade do produto adquirida pelo autor.

Este artigo contém links que podem levar o Future Behind a ganhar uma pequena comissão

André Oliveira Santos: Licenciado em comunicação, a trabalhar em fotografia. Sempre tive um gosto especial e uma grande paixão por gadgets, videojogos e novas tecnologias no geral.
Artigo sugerido