Moonscars – Análise

O caminho para a autodescoberta nunca foi tão desafiante e recompensador. Moonscars do estúdio Black Mermaid leva-nos ao limite, fazendo-nos confiar nas nossas capacidades de combate num mundo estranho e desolador, mais um jogo que bebe da influência dos souls like e metroidvania, com algumas ideias novas.

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Somos Grey Irma, um guerreiro com um propósito, encontrar The Sculptor, uma espécie de divindade que detém as respostas sobre a nossa existência.


Sombrio, obscuro e dramático

Para quem gosta de pixel art e desse tipo de arte gráfica fica logo deslumbrado com o que Moonscars apresenta. Mesmo em tons quase monocromáticos, numa palete de cores escura, a variação dos tons e as sombras destacam-se criando o ambiente ideal para a premissa do jogo. Quando algumas cores se destacam, como o vermelho sangue, complementam esse mesmo ambiente e toda esta estética nos transporta para outro lado.

Moonscars tem uma atmosfera sinistra e misteriosa e o mundo em que se insere é intrigante e obscuro. À medida que vamos aprendendo sobre os nossos camaradas e o The Sculptor, vemos a emoção e confusão na mente de Irma e começamos a imaginar o que levou a toda esta situação e como perceber o nosso passado. O enredo serve como um veículo para progredirmos como personagem na nossa própria viagem através das trevas.

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Existem momentos muitos bons nos diálogos e interação com os outros, especificamente com o gato do The Sculptor, mas muita da história é muito críptica, o que me deixou um pouco desinteressado e como é um jogo souls like, teria de aos poucos ir entregando mais do lore ao jogador, e aqui não se vê tanto isso. Assim, os momentos mais impactantes que acontecem, passam um pouco ao lado.

A história pode não ser o ponto forte do jogo, mas a atmosfera, já falei da estética antes, mas o ambiente é também criado pela envolvência dos sons e banda sonora. Esta pode não ter muita variedade, mas acerta em cheio no tom sombrio do jogo. À medida que vamos dilacerando ondas de inimigos, ouvimos coros a cantar numa toada épica magnífica. Os efeitos sonoros são poderosos empregando impacto aos nossos golpes e dando dramatismo ao combate.

Se tivesse algo a apontar, seria a falta de variedade do estilo de cenários ou níveis, o que pode cansar se não estivermos embrenhados no mais importante, progresso e jogabilidade.

Parry, dash e muitos golpes

Algumas áreas estão cheias dos mesmos tipos de inimigos, o que ao fim de um tempo servem para praticar as nossas técnicas de combate, mas pode ficar um pouco monótono fazer sempre as mesmas ações. A jogabilidade é rainha em Moonscars e só em alguns movimentos de reação como o dash ou parry, sentimos por vezes um pequeno atraso, como de lag se tratasse. Mas nada de muito importante, nunca nos causou frustração.

Temos ataques light e heavy que podemos intercalar em pequenas combinações e junto com o parry, são os nossos golpes mais básicos. Desbloqueamos habilidades e armas secundárias que ajudam imenso com inimigos mais difíceis e a limpar obstáculos, encerrando o nosso rol de movimentos. Neste tipo de jogos existem sempre várias maneiras de abordar cada luta e aqui não é exceção, apenas ter atenção aos padrões de combate do adversário e muitos perigos ambientais.

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Adicionalmente temos um medidor de energia de seu nome Ichor, sendo que esta energia decresce cada vez que nos curamos ou usamos um ataque especial e aumenta quando matamos um inimigo dando-nos incentivo para ser agressivo nessa área. Não havendo essa estratégia, vamos usando essa energia e ficamos à mercê dos mesmos.

Ao morrer, somos transportados para um hub que desbloqueamos ao encontrar espelhos místicos espalhados pelos níveis que servem de checkpoint e pontos de teleporte. O mundo de Moonscars é vasto e estes espelhos vão ser muito úteis na vossa aventura se tivermos que voltar atrás para continuar a exploração.

No hub estão personagens que vendem itens e habilidades passivas para melhorar a nossa maneira de lutar. Existem muitas escolhas para personalizarmos o nosso estilo.

Considerações finais

Ao iniciar Moonscars fez-me lembrar outros jogos do género como Blasphemous e Salt and Sanctuary e não obstante as comparações serem válidas, a Black Mermaid faz um bom trabalho em o elevar e apresentar ideias novas e se destacar dos outros.

Pixel art fantástico, som a complementar e o combate é excelente mesmo que a intensidade e dificuldade do mesmo possa retrair alguns jogadores. a história pode não ser a melhor, mas se gostarem do estilo medieval gótico podem retirar algum sumo da mesma.

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Se tivesse de apontar alguma falha, seria o tamanho da letra nos menus e legendas, mas rapidamente no adaptamos a isso.

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Moonscars é uma grande aventura 2D e merece estar na conversa quando se fala em souls like.


+ Arte e design gráfico
+ Combate e jogabilidade
+ Atmosfera

– Tamanho do tipo de letra
– Pode ser frustrante para alguns

N.R.: A análise a Moonscars foi realizada numa Nintendo Switch com uma cópia do jogo cedida pela Plan of Attack

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