Chegou o momento. Está na hora de levantar voo na mais recente geração de consolas. Depois de uns anos a voar apenas no PC e de ter recebido novas rotas em 2020 com Microsoft Flight Simulator, o simulador de voo que conta com uma legião de fãs prepara-se, pela primeira vez, para entrar no universo das consolas com o lançamento de Microsoft Flight Simulator para Xbox Series X e Xbox Series S.
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Um jogo que sempre foi feito e pensado para PC chega assim, *finalmente*, aos milhões de jogadores com consolas. Mas será que o port de Microsoft Flight Simulator está pronto para viagens de longo curso? Vamos descobrir, e parar com os trocadilhos. Prometo.
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Não vou mentir. A minha aventura pelos ares já dura há 20 anos. Começou em 2001 com Microsoft Flight Simulator 2002 e teve o seu momento alto em 2006 com Microsoft Flight Simulator X. Esta ligação à simulação e ao voar no conforto da secretária chegou até mim através do meu pai. Ainda me lembro de, no natal de 2006, andar a correr loja atrás de loja (com a minha mãe… que isto de gastar dinheiro não era para mim) para conseguir encontrar uma cópia do jogo para oferecer a quem me deu esse gosto. A cópia ainda lá está por casa, mas as situações inverteram-se: quem mais joga agora sou eu, e quem tem um PC bom o suficiente para jogar algo como o novo Microsoft Flight Simulator também sou eu.
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Já tenho algumas horas de Microsoft Flight Simulator, comecei no PC antes do seu lançamento para escrever a análise, mas a partir de agora as horas que vou ter serão diferentes. Graças à chegada do simulador às consolas de nova geração vou poder, aos 32 anos, voltar a partilhar os momentos de há 20 anos com a mesma pessoa, mas desta vez o meu pai vai estar equipado por uma Xbox Series S e não por um PC que na altura devia ter qualquer coisa como 2Gb de RAM.
Microsoft Flight Simulator – A viagem do PC à Xbox
Microsoft Flight Simulator foi pensado para PC, sim sim já se sabia que o jogo ia ter lançamento nas consolas de nova geração, mas o jogo foi pensado para PC. Foi desenhado para PC e até chegou primeiro ao PC. Agora nas Xbox Series X | S as diferenças para a versão de PC não são muitas, o que pode acabar por ser muito bom ou, por vezes, não tão positivo.
Começando pelo “não tão positivo”: continua a fazer falta um rato e um teclado. Não para controlar o avião, porque isso, principalmente para os jogadores não tão puristas, a Asobo Studio fez um excelente trabalho a conseguir adaptar o jogo para a possível falta do teclado e rato. Onde realmente estes periféricos fazem falta é ao navegar nos menus do jogo, principalmente durante uma sessão de voo.
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A forma que temos para mexer o rato passa por clicar no analógico esquerdo para aparecer um círculo com ponto no centro que serve de “ponteiro” para o “rato”. Mas enquanto fazemos isto, por exemplo, para alterar a câmera ou as definições de piloto automático o avião continua a voar enquanto o fazemos, e claro que perdemos sempre mais tempo quando comparado com as mesmas ações de rato e teclado. Após alterar o necessário precisamos ainda de carregar, novamente, no analógico esquerdo para voltar então a comandar a aeronave que até esse segundo pressionar de analógico não vai responder a nenhuma das nossas ações no comando.
Durante o voo, e tendo em conta que vão fazer todas as aulas disponíveis para aprender a pilotar (sim, mesmo que já o tenham feito no PC), o comando da Xbox como único meio de input safa-se muito bem. Existem atalhos para os comandos mais básicos para não termos que procurar o instrumento no cockpit, algo que nos permite, sem dificuldade, apreciar a vista externa e as paisagens que este Microsoft Flight Simulator trazem até às Xbox Series X | S.
Agora a parte boa: o facto de o jogo ser tão parecido com a versão PC faz com que os jogadores de consola consigam ter uma experiência muito idêntica aquela que teriam num PC e até podem usar o mesmo tipo de acessórios que pensariam usar num PC. Para além disto os updates que forem lançados, a partir de agora, serão lançados para PC e consola, deixando então ambas as plataformas lado a lado na arte do voo.
No fim de contas, depois de tanta hora em Microsoft Flight Simulator, o que queria deste port para as consolas Xbox era isto mesmo: que mantivesse a essência da sua versão PC.
Será um voo alto demais?
O desempenho de Microsoft Flight Simulator na Xbox Series X é surpreendente, principalmente quando me lembro do custo do PC que tenho a correr o mesmo jogo. O desempenho não é perfeito, mas é surpreendente. Viajar pelo mundo fora, visitar locais que nunca pensei visitar, fazer “razias” às pirâmides no Egipto antes de aterrar no aeroporto internacional do Cairo ou até passar por baixo da ponte de Brooklyn e quase sentir a água a tocar nas rodas do Cessna que estava a pilotar.
Este ir de férias sem sair da secretária, ou agora do sofá, acontece com um desempenho constante em 90% das situações. No entanto, por vezes o jogo “engasga-se” um pouco em manobras mais destemidas e a contagem dos frames vai por aí abaixo, mas sem nunca se despenhar. Turbulência momentânea que, na verdade, nem faz disparar as máscaras de oxigénio, nada que afete o momento relaxante que poderão estar a ter ao “volante” de um Boeing 747. Ok, não aguentei e fiz mais trocadilhos. Perdoem-me.
Para além das framedrops e de texturas ocasionais que demoram a carregar não há muito mais que possa apontar a Microsoft Flight Simulator na Xbox Series X. A experiência é, sinceramente, melhor do que aquilo que estava à espera.
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Já na Xbox Series S a experiência foi a mesma: existem momentos em que o jogo sofre de soluços, mas nada que seja constante ou que estrague a experiência. Apenas nas texturas, principalmente do solo, conseguimos perceber sem grandes problemas as diferenças entre o jogo em ambas as consolas. A definição também difere, está claro, mas a experiência na Series S acaba por ser agradável e uma excelente forma de entrar no mundo de Microsoft Flight Simulator por menos cerca de 300 euros (mais o preço do jogo ou a subscrição do Xbox Game Pass: 1 euro para os primeiros três meses).
Para terminar volto à Xbox Series X e junto à consola o Philips Momentum 558m1ry. O monitor da Philips foi o nosso companheiro em alguma das viagens e, nem imaginam, jogar Microsoft Flight Simulator num monitor de 55″, com a qualidade de som e imagem que o Momentum apresenta, é de tal forma surpreendente que fica difícil querer aterrar o avião.
Considerações Finais
A verdade é que não há muito a dizer sobre este Microsoft Flight Simulator na Xbox, tendo em conta que já partilhamos convosco uma análise bastante detalhada à versão de PC. O mais importante é referir que podem ir sem medo: caso sejam fãs deste tipo de simuladores, mas ainda não pegaram no último jogo da série porque as placas gráficas estão caras ou simplesmente porque não querem jogar no PC, podem agora comprar o jogo ou até subscrever o Xbox Game Pass sem medo, tanto a Xbox Series X como a Xbox Series S portam-se muito bem a entregar o melhor e mais completo Flight Simulator alguma vez criado.
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No entanto, não se esqueçam: façam as aulas todas e caso tenham possibilidade para tal arranjem um teclado e um rato. Conseguem jogar sem eles, mas a verdade é que ajuda bastante principalmente se quiserem ter a experiência de simulação mais pura que Microsoft Flight Simulator vos pode proporcionar.
Sim, a nota data a Microsoft Flight Simulator no PC foi de 4 estrelas com “recomendado”. Dar agora 5 estrelas não significa que o jogo esteja melhor, apenas que evoluiu e que a experiência nas mais recentes consolas da Xbox fica muito acima do esperado.
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N.R.: A análise a Microsoft Flight Simulator foi realizada numa Xbox Series X e numa Xbox Series S com acesso a uma cópia do jogo disponibilizada, antes do seu lançamento, pela Xbox Portugal