Halo Infinite – Análise

Tal como fiz na preview a Halo Infinite quero deixar uma coisa clara, este foi o meu primeiro Halo. Caso queiram a visão de alguém que jogou os anteriores ao longo dos anos podem ler a análise do David Fialho no Echo Boomer. Ficaram por aqui? Excelente, vamos a isso.

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Durante as primeiras cerca de 4 horas que me serviram para escrever a antevisão tinha ficado espantado com o jogo e com tudo o que esta franquia me estava a mostrar pela primeira vez. Agora, e todo um jogo depois, as ideias são muitas sobre um título que, mesmo para os que chegam à franquia pela primeira vez, aparenta ser um puzzle ainda por completar.

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A história que seguimos leva-nos para Zeta Halo, todo um novo anel para descobrir e onde Master Chief tem a seu cargo aquilo que é a job description de qualquer super-herói: salvar o universo.

Com ou sem balas, há uma batalha para vencer

Umas das coisas que mais me impressionou em Halo Infinite foi algo que sempre me deixou um pouco desapontado noutros shooters, a qualidade da Inteligência artificial para tudo o que é NPC inimigo. A jogar em modo normal, noutros fps, parece que estamos a fazer tiro ao alvo em sessões de treino, em Halo Infinite os inimigos apresentam-se de uma forma fantástica.

Para além das falas, sempre divertidas (mesmo na hora de levarem um tiro) dos pequenos Grunt, que ajudam a aliviar o espírito pesado que os shooters geralmente têm, há muito mais por onde falar sobre cada uma das batalhas no novo Halo. Os inimigos, para além de terem uma perfeita noção de espaço e contornarem rochas ou outros obstáculos para me tentarem apanhar despercebido, têm ainda o “descaramento” de trocar de arma a meio da batalha caso se apercebam que a que têm nas mãos não está a ter grande resultado.

Para juntar à festa que é ter inimigos mais inteligentes que a média (inteligência que não se vê nos soldados da UNSC que vamos libertando ao longo do jogo) tenho ainda que falar sobre a curva de dificuldade, muito bem implementada, de Halo Infinite. Se nas horas iniciais os inimigos eram fáceis de aniquilar, à medida que ia avançando no jogo reparava também que coisas ficavam mais difíceis. Inimigos com a mesma inteligência, mas com armaduras que os fazem mais resistentes e, tal como nós, com a cesso a melhores armas (que tal como os inimigos, também vão sendo introduzidas no jogo pouco a pouco). As batalhas foram ficando mais complicadas, não só as em mundo aberto, mas também as que se passaram dentro de edifícios, onde as hipóteses de fuga eram menores e, por isso, a estratégia usada tinha que ser outra.

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Também as batalhas com cada um dos bosses vão ficando mais complicadas ao longo que o jogo avança, algo que não só me deu a entender que estava a chegar ao fim da história criada, até agora, para Halo Infinite, mas que me fez apreciar muito mais cada uma das vitórias.

Importa ainda dar destaque à forma como tive que me adaptar, ao longo do jogo, a cada uma das batalhas. Quase sempre, mas sendo mais notório em zonas fechadas, antes de cada batalha temos uma zona com armas e por vezes munições. É aqui que a batalha, e o sucesso na mesma, é decidida. Podemos seguir com as armas que temos e chegar ao calor da guerra apenas para perceber que as munições presentes no palco da batalha não são as que precisamos e, aí sim, vimo-nos obrigados a optar por outra estratégia. Seja a de trocar de arma para uma needler ou uma plasma pistol de um inimigo e seja o que for ou carregar à base de cotoveladas e granadas. Por isso sim, podemos ganhar uma batalha para a qual entramos com uma bala apenas.

Toda esta alteração de estratégia de batalha para batalha, ou mesmo a alteração de ritmo que existe de partes em mundo aberto para zonas fechadas, fizeram com que Halo Infinite nunca se tornasse aborrecido e me mantivesse agarrado do início ao fim.

Ainda sobre o sistema de batalhas, tenho que vos dizer que os danos causados em combate me parecem justos e nunca existiu uma vez que tivesse perdido um frente a frente porque o jogo foi injusto. É certo que existem armas mais fortes que outras, mas é tudo uma questão de estratégia, criada no momento… só assim, com a estratégia certa, conseguem sair vitoriosos das guerras mais acesas.

No decorrer do jogo temos ainda a oportunidade de recolher Spartan Cores que nos permitem fazer upgrade a vários aspetos da nossa personagem. Algo que é bastante interessante e que acaba por ajudar a que a curva de dificuldade apresente uma evolução continua, mas constante.

Todo um mundo para explorar

Todo o jogo varia entre dois momentos que acabam por se complementar. A exploração em Zeta Halo e os momentos em edifícios onde o objetivo é simples: ir do ponto A ou ponto B aniquilando toda e qualquer força inimiga que nos aparece pela frente. Se nos momentos interiores o combate tem momentos quase claustrofóbicos, onde só queria sair dali, mas não tinha forma de o fazer nem sítio para me esconder, no exterior é tudo diferente… é aqui que Halo Infinite brilha.

Explorar Zeta Halo é de uma liberdade imensa. Se ao início, num primeiro contacto, tive um pouco de receio que se tornasse aborrecido por pouco haver por fazer a minha percepção do mundo que me foi apresentado depressa mudou. Seja a pé, ou em qualquer um dos veículos, encontramos sempre o que fazer: bases inimigas para conquistar, ou até inimigos que andam apenas em patrulhas isoladas.

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Em alguns casos encontramos ainda líderes das forças inimigas que, é-nos dito, ao acabar com eles tornamos Zeta Halo mais seguro para as forças da UNSC. Estas batalhas, que se assemelham a “mini boss fights” acabam por tornar aquilo que podia ser uma calma exploração num festival de tiros, explosões e gritos dos pequenos Grunt.

Embora Zeta Halo parece um pouco incompleto, quase como se estivesse planeado ser algo que ainda não é, como se dissesse que ainda há mais para vir, é esta mistura de momentos open world com momentos mais fechados que fizeram com que Halo Infinite se tornasse num jogo que me puxava para a consola.

Será isto? Loading

Tal como Zeta Halo, também a história que nos é contada em Halo Infinite parece incompleta. Mesmo eu, que tive aqui a primeira experiência com Halo, senti existirem momentos que pediam mais explicações e não apenas factos atirados quase que para o vazio, à espera que alguém os apanhasse. A história está lá e vai-nos sendo contada, mas por vezes falta um pequeno fio condutor de uma para outra passagem que iria, certamente, ajudar e muito a perceber o que se está a passar.

Ainda como Zeta Halo, que se apresenta com um mundo que quer ser algo que ainda não o é, onde faltam elementos mais diferenciadores de um bioma para outro, também a história é -nos dada como algo que tem potencial para ser mais. Diria até que Halo Infinite tem tudo para ser o único Halo desta geração, onde as possibilidades de mudanças no mundo e de novos capítulos adicionados à história é quase infinita… algo que me deixa muito entusiasmado, porque saiu daqui com a sensação que vou voltar, algo que me agrada.

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O que não me agradou, mas percebo já que é um jogo cross-gen e que estava a ser jogado numa build pré-lançamento, foram os ecrãs de loading que apareciam em alguns momentos que eram facilmente evitáveis. O melhor exemplo que posso dar são os elevadores: aqui em vez de um ecrã de loading estático poderia ter sido usado a mesma animação do elevador a subir ou descer enquanto que o andar seguinte carregada em background. Isto faria com que a imersão, conseguida nas batalhas de cortar a respiração dentro de alguns edifícios, não fosse quase que por água abaixo por causa daquele ecrã desnecessário.

Mas eu percebo, só estou a reclamar disto porque estou mal-habituado. Esta geração de consolas está a habituar-me mal.

Considerações Finais

Uma nota final para a qualidade da sonoplastia em Halo Infinite. Dos sons das armas, das falas dos inimigos, da imersão que existe em cada passo, ou a cada cutscene, até à qualidade da música que nos é dada. Está tudo tão bem ligado que só ajuda que me tenha sentido um verdadeiro SPARTAN.

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Foi uma viagem inesquecível. Agora que terminei Halo Infinite, embora ainda tenha muito para explorar em Zeta Halo, quero pegar em todos os outros jogos da franquia, um a um, até chegar de novo à última história de Master Chief. Quando lá chegar, vou meter de novo o capacete e viver esta história, que sinto minha, como se fosse a primeira vez.

Halo Infinite é, sem dúvida alguma, o exclusivo que a Xbox precisava. Embora fiquem algumas coisas por fazer, aquilo que nos dá é mais que suficiente para querer repetir a história mais que uma vez.


+ Variações entre mundo aberto e fechado fazem com que nunca se torne aborrecido
+ Sonoplastia de grande qualidade
+ AI dos inimigos está muito bem desenvolvida
+ Zeta Halo acaba por ser muito divertido de explorar

– Alguns ecrãs de loading desnecessários
– Zeta Halo precisa de biomas mais variados

N.R.: A análise a Halo Infinite foi realizada numa Xbox Series X com acesso a uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Xbox Portugal.

André Oliveira Santos: Licenciado em comunicação, a trabalhar em fotografia. Sempre tive um gosto especial e uma grande paixão por gadgets, videojogos e novas tecnologias no geral.
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