Nunca gostei de usar relógios. Há muitos anos atrás tive um Swatch Scuba, mas na verdade só o usava porque era “cool”, ou pelo menos eu achava que era. Em 2015 saiu o primeiro Apple Watch e eu, como early adopter que gosto de ser, comprei mas com perfeita noção que não iria durar muito no meu pulso e ia acabar no eBay, OLX ou numa gaveta.
A verdade é que não aconteceu, nem foi para o eBay nem ficou nunca gaveta, Andou durante uns bons anos no pulso. Confortável de usar ao ponto de me esquecer que o tinha uma experiência de utilização muito boa para o smart device que era. Mas lembra-se da parte do early adopter? Pois, lembrei-me que queria um Samsung Galaxy Note 7, sim esse mesmo. Aguentei com ele uma semana antes da marca o chamar de volta, mas sabem o que é que fiz depois? Experimentei um dos flagships da Xiaomi. E com a mudança para o ecossistema Android lá se foi o Apple Watch de primeira geração.
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Foram vários os relógios que experimentei, incluindo um relógio Android produzido pela Fossil, mas nada me agradava. Não havia, no mercado, algo que para mim conseguisse substituir o Apple Watch. Fast Forward uns anos e voltei para o ecossistema da Apple e com o telemóvel veio também o Apple Watch 6, um voltar às origens que me fez sentir bem.
Com o lançamento do OPPO Find N2 Flip percebi que estava na altura de dar uma oportunidade ao sistema desenvolvido pela Google, e lá fui eu. Mas desta vez mantive também o iPhone 14 Pro e o Apple Watch 6. Preferi não arriscar, só isso. No entanto, o Apple Watch 6 está na gaveta. O que é que aconteceu? A gama Pixel, incluindo o Google Pixel Watch 2, chegou a Portugal e lancei-me a aventura que é testar um dispositivo com o qual a minha relação ia começar da mesma forma que começou com o primeiro relógio da Apple… a medo.
Tive que ser forte, tirar o Apple Watch e colocar o Google Pixel no pulso. A primeira sensação foi a de conforto, o mesmo conforto que tive quando há alguns anos atrás coloquei o Apple Watch no pulso pela primeira vez. A bracelete de borracha é confortável e o relógio assenta no pulso na perfeição, não existindo qualquer tipo de desconforto, mesmo passando algumas horas de utilização. Na verdade, passado alguma horas de utilização até me esqueci que o tinha, passou a fazer parte do pulso e de forma natural adaptei-me ao novo relógio como nunca tinha a acontecido.
O design do relógio, bastante minimalista, ajuda a que passe despercebido e que possa ser usado em qualquer tipo de situação, mesmo que o queiram usar num evento mais clássico e a bracelete preta não seja a melhor opção, existe sempre a facilidade de trocar a bracelete por algo diferente e terão convosco um relógio para qualquer evento.
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Fazer o setup do relógio também é extremamente fácil aos usar a app disponível em telemóveis Android e a personalização do interface do relógio pode ser realizada ao pormenor, tornando o dispositivo quase único já quer qualquer pessoa pode personalizar o relógio de forma a ter todas as características que consideram importantes para o dia a dia.
A implementação de serviços como o Fitbit fazem com que o Google Pixel Watch 2 seja uma excelente alternativa a produtos marcados como acessórios para desporto, que geralmente chegam ao mercado com preços inflacionados. Nas ultimas semanas tenho usado o relógio não só para controlar o tempo e distância das minhas caminhadas, mas também para registar o exercício feito em jogos de Ténis. Ao jogar Ténis nunca aconteceu, mas nas caminhadas por vezes esqueço-me de dizer ao relógio que vou começar uma atividade para assim começar a registar o tempo e distância. No entanto, o Pixel Watch 2 reconhece que estou em movimento e passado algum tempo pergunta-me se quero começar a registar a caminhada ou não, recuperando até o tempo que já passou desde o inicio da atividade. Isto acontece independentemente de ter o telemóvel comigo ou não.
O registo das atividades pareceu-me correto. O tempo e a distância são fáceis de perceber se estão certos ou não, mas dados como batimentos cardíacos ou até as calorias gatas são mais complicados de medir. A única coisa que vos posso dizer é que quando comparado com o Apple Watch o Google Pixel Watch 2 apresentou resultados bastante semelhantes o que me leva a crer que os sensores usados pelo Pixel estão a funcionar de forma eficaz, apresentando resultados reais nos quais podemos confiar.
O controlo do relógio é feito através de swipes, toques no ecrã e de dois botões físicos na zona lateral. Tudo bastante intuitivo e com uma curva de aprendizagem bastante suave: o assistente inicial faz uma excelente trabalho a apresentar ao relógio e a forma de o usar, fazendo que com que até alguém novo no mundo dos smartwatches consiga ter uma experiência agradável a partir da primeira utilização. O acesso a chamadas, mensagens e a aplicações como o Spotify fazem com que o relógio seja uma excelente ferramenta não só a nível desportivo, mas também para controlar o vosso smartphone sem o tirar do bolso.
Para além da Wallet, de controlarem a camera do telemóvel ou até de terem aceso ao Google Home para assim conseguirem controlar os smart devices da vossa casa, conseguem ainda, através da aplicação Fitbit (a Google oferece ainda 6 meses gratuitos da opção Premium ao comprarem o Google Pixel Watch 2), seguir o vosso padrão de sono, algo que pode ser bastante importante para perceberem se estão a descansar corretamente ou se existem algumas rotinas que têm que ser alteradas ou até criadas para conseguirem recarregar energias durante a noite.
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No entanto, é com esta possibilidade que aparece o principal problema do Google Pixel Watch 2: Durante os testes a bateria durou para cerca de 30H. Um resultado interessante dado que estava a usar o relógio ao extremo, mas que significa que a cada dia e meio tem que existir carregamento. Para mim a melhor altura para carregar o relógio é mesmo quando estou a dormir, porque é aí que lhe vou dar menos utilização, no entanto caso queiram seguir o vosso padrão de sono é importante que encontrem uma rotina de carregamento diferente, por exemplo enquanto estão sentados à secretária durante uma reunião ou assim que chegam a casa depois de um dia de trabalho. Usar alturas que são menos ativas para carregar o relógio faz com que tirem maior proveito do aparelho.
No geral, o Google Pixel Watch 2 é o relógio bastante robusto com uma construção de qualidade e um design que, para mim, é o ideal. O peso do equipamento também está no ponto, não é leve em demasia nem é pesado de forma a se tornar desconfortável. Caso, tal como eu, sejam uma daquelas pessoas que sempre olhou para Smartwatches, mas que nunca arriscaram porque não gostam de relógios, este equipamento pode muito bem ser a vossa solução.
O Pixel Watch 2 e a versão de WearOS que o acompanha são a concorrência de peso que o Apple Watch e o seu WatchOS nunca tiveram, o que faz com que sejam por sua vez a melhor oferta atualmente atualmente existente no mercado de smartwatches Android. Claro que o relógio está fechado a equipamentos com sistema Android, mas o nicho de pessoas que nunca mudou para Android devido ao ecossistema Apple ser tão bem cuidado no que toca a smart tech para usar com o telemóvel têm aqui a resposta da Google. Caso a gigante da internet continue e a apostar nos seus equipamentos e no software que os acompanham da mesma forma que apostaram na atual linha Pixel, a Apple pode muito bem ter encontrado alguém que está ao mesmo nível no que toca ao funcionamento dos seus dispositivos entre si.