Ghostrunner: Project Hel – Análise

Ghostrunner saiu em 2020 e foi um título muito falado na altura pela sua abordagem diferente a alguns géneros de videojogos. É um jogo de plataformas? É um jogo de puzzles? Sim, é ambos, mas com um twist que justa os dois numa harmonia raramente bem feita.

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Quando analisei o jogo, percebi que não ia ser fácil jogá-lo. Enquanto não posso culpar a dificuldade, é um jogo desafiante, existe muita tentativa e erro, já que temos de planear bem a abordagem dos saltos e inimigos de uma maneira extremamente precisa, um passo em falso estraga tudo e recomeçamos o checkpoint. Em certas alturas já nem pensamos, reagimos ao que as outras tentativas nos ensinaram e lá passamos a seção.

Estamos em 2022 e temos Project Hel, que não foge muito do original, adiciona algumas novidades, mas se querem mais de Ghostrunner, este DLC é algo a ter em conta.

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De boss a protagonista

Hel é um boss no original e sem dúvida um dos pontos altos do jogo, o meu favorito. Como tudo no jogo, joga muito na tentativa e erro e ter a ginástica mental dos saltos, desviar e atacar, sendo uma dança e um puzzle em simultâneo. Mas sendo uma luta um para um, com um oponente claramente mais forte que nós, ao ganhar dá uma sensação especial de vitória.

Em Ghostrunner: Project Hel, ela a protagonista e esta aventura começa antes dos acontecimentos do original. Enquanto Jack acorda e sobe a Dharma Tower, Hel começa no topo e desce, dilacerando quem se atravessa no seu caminho. Para um personagem tão semelhante a Jack, Hel é o oposto em muitas maneiras.

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Enquanto ele é ninja ciborgue que ultrapassa a sua programação inicial para fazer frente aos seus criadores, essa programação está tão enraizada em Hel que ela nem pensa em rebelião, é uma máquina de guerra, pura e dura.

Quando acordamos na pele de Hel, ouvimos a voz de Mara, uma das antagonistas na aventura original, questionando-nos sobre a nossa lealdade. Estas questões são morais que não são facilmente respondidas com um sim ou não e ainda assim, cada uma das nossas respostas são moralmente repreensíveis. Ela não é um dos bons, é uma assassina.

Salto, boost e uma catanada

Começamos o jogo bem mais poderosos que Jack, somos mais rápidos, temos um boost no ar que é muito útil e um escudo recarregável que permite que sejamos atingidos mais uma vez. é ativado por um rage meter, que vai enchendo à medida que matamos inimigos. É um sistema simples que nos pode dar alguma vantagem, mas nunca achei que era quase obrigatório usar ao estar disponível.

Começar todo poderoso significa que conseguimos desbloquear poderes que podem fazer com que o DLC fique mais fácil que o jogo base. O sistema de upgrade de Hel é diferente do de Jack e deixa-nos desenvolver de maneiras diferentes. Ficamos mais forte e rápidos, mas também ganhamos por exemplo, uma habilidade que nos deixa ver através de paredes. E em Ghostrunner, é algo que nos dá muito jeito.

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Dito isto, a dificuldade ainda é grande e cada seção é um exercício de tentativa e erro como no original, até que conseguimos acertar com a rota certa com saltos, correr nas paredes e desviar dos inimigos até os matar.

O boost que Hel tem no seu reportório de movimentos é quase um pequeno teleporte e é vital para a nossa locomoção e combate. Chegamos a paredes e plataformas mais distantes bem como surpreender um inimigo ao aterrar ao lado dele, mas não deixa de ter alguns problemas. É fácil de, no meio de um salto, não ajuizar bem a distância e ao fazer boost, não chegar ao sítio pretendido, morrendo muitas vezes. Neste ponto, um dos pontos fortes de Ghostrunner é o salto milimétrico e perfeito, enquanto em Project Hel não é tão polido nesse campo.

Considerações finais

Project Hel traz o outro lado da história com um personagem que não tem os mesmos valores que o protagonista de Ghostrunner, por isso não nos sentimos tão relacionados como quando foi na história original.

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 Em termos de grafismo, som e ambiente, temos o look cyberpunk ainda presente e não destoa em nada do jogo base. Se consumiram Ghostrunner até mais não e querem mais, Project Hel dá-nos mais dessa experiência. É um jogo de ação intenso com combate brutal, mas é muito igual ao original e se pensavam em ter algo diferente, não é aqui que encontram. Os fãs certamente vão delirar.


+ Ambiente cyberpunk
+ As novas habilidades são muito boas
+ Um pouco mais acessível

– Pareceu-me curto
– Alguns problemas na jogabilidade

N.R.: A análise a Ghostrunner: Project Hel foi realizada numa PlayStation 5 com acesso a uma cópia do DLC cedida pela 505 Games

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