Ghostrunner 2 – Análise

Faz três anos, quase exato ao dia e mês, que analisei Ghostrunner e foi uma excelente surpresa que coçou uma comichão que não sabia que tinha. Ser um ninja Cyborg quase todo poderoso que degolava mauzões ao som do melhor synthwave num ambiente cyberpunk.

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Confusos? Também eu estava, mas depois de carregar o jogo, percebemos que é uma aventura super-rápida e momento a momento, e a maneira que matamos os inimigos é como que fosse um puzzle e temos de ser milimétricos nas nossas ações para sermos bem-sucedidos.

 Ghostrunner 2 segue a mesma fórmula, muda algumas coisas para manter a fórmula atualizada e Jack, o protagonista, volta após um ano dos acontecimentos do original.

A raiva dos Asura

Depois da derrota do Keymaster, os aliados de Jack estão a tentar trazer estabilidade governatória a The Tower, a megacidade que é o palco deste mundo cyberpunk e tudo muda quando é atacada por uma nova organização que se auto intitula Asura. E pior, os membros dos Asura aparentam ser antigos Ghostrunners.

Este acontecimento despoleta uma narrativa em volta dos objetivos dos Asura, o seu ataque a The Tower, as origens dos Ghostrunners e até o estado atual do mundo. Esta história é um pouco mais ambiciosa que a original, com mais personagens secundários (cada um com algo para dizer sobre a situação em que se encontram) e até temos um hub onde podemos falar com estes personagens entre missões, trocando ideias com eles.

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Estas pequenas conversas com a nossa equipa estão bem escritas refletindo a sua personalidade e o seu lugar nesta história, e apanhamos frequentemente algumas conversas entre personagens que mostram alguma preocupação da One More Level, produtora do jogo, em expandir o lore e construir um mundo coeso para o jogador.

O resultado é uma campanha com uma história que não é marcante, mas resulta no contexto geral.

Rápido e mortal

A jogabilidade está dividida em duas partes e a mais complexa continua a ser o combate em arenas totalmente abertas e temos de eliminar os hostis para progredir. Entre elas, temos pequenos desafios na progressão, em que temos de usar as ferramentas ao nosso dispor, como se fosse um jogo de plataformas elevado a dez.

Os controlos são muito bons e o impulso necessário para a progressão tem um bom feeling e sabemos logo pelo movimento de Jack se fizemos tudo bem ou não. Os saltos são perfeitos, a esquiva abre estratégias de assassinato e limpar todos os inimigos numa arena quando os movimentos são todos perfeitos dá um gozo tremendo e sentimo-nos a última bolacha do pacote. Pena que antes disto morremos umas trinta vezes.

Continua a ser difícil e frustrante se não tivermos calma e planear bem as nossas ações. O meu problema ainda é o excesso de pressionar de botões em pouco espaço de tempo em certas zonas, que me confundo com o que tenho de fazer, já que tudo é necessário para evitar os movimentos adversários. Mas posso alegar erro do utilizador e não do jogo, eu é que não tenho mãozinhas para tudo o que Jack pode fazer.

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Para os que retornam a Ghostrunner, existem algumas diferenças, sempre necessárias numa sequela, até porque o look dos dois jogos são muito semelhantes. Há mais variedade de inimigos, o sistema de upgrade foi refinado e novas maneiras em atravessar as arenas pelas novas mecânicas ambientais que existem.

No sistema de upgrade, os circuitos têm um custo associado a eles e se o queremos equipar temos de pagar por pontos e ganhamos pontos ao encontrar chips ao longo dos níveis.

Estes circuitos podem mudar a maneira que jogamos e a nossa estratégia em cada zona. Para além dos que nos aumenta a velocidade, cooldowns mais rápidos das habilidades, existem circuitos que dão, por exemplo, uma onda de eletricidade quando fazemos um parry perfeito, que dá dano em vários inimigos. Outro, mais focado no movimento de Jack, dá à nossa habilidade telecinética um maior poder de repulsão, que podemos aproveitar nos saltos e na maneira de percorremos os mapas.

Felizmente as lutas com os bosses também foram aperfeiçoadas e é dada mais relevância a estes combates porque os Asura são muito semelhantes a Jack nos estilos de luta, e vamos ser honestos, há poucas coisas mais fixes que combates até à morte entre ninjas cyborg. As lutas são baseadas em padrões que obrigatoriamente temos de aprender senão somos dilacerados sem piedade.

Mais conteúdo, mas nem sempre perfeito

Ghostrunner 2 tem alguns extras relativamente ao original, secções novas de jogabilidade e um novo modo de jogo.

Em certos níveis, o jogo leva-nos a conduzir uma mota futurista (obviamente) e que nos leva a sequências impressionantes de ação, obrigando-nos a estar sempre em alerta. No seu melhor, lutamos contra um mech enorme e como este combate está coreografado, é impressionante o resultado final.

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No seu pior, e não acontece demasiadas vezes, temos de parar a mota, encontrar uma chave para um portão e voltar ao veículo para continuar. Para quem está numa aventura em que o ritmo nunca abranda, estas sequências conseguem fazê-lo e não é para isso que estamos aqui.

A One More Level adicionou um modo novo que em teoria é o modo perfeito para mim como amante de roguelikes. Rogue Runner tira-nos todos os nossos upgrades e equipamentos e transforma-os em recompensas aleatórias ao longo da run. Estas runs são divididas em arenas, de combate e plataformas. Adoro um bom roguelike, mas a minha queixa com este modo são as recompensas finais que nas incursões que fiz, só me deram esquemas de cores para a nossa mota. É giro, mas não adicionada nada para a nossa experiência.

Considerações finais

Ghostrunner 2 é um jogo do caraças para quem gosta de mundos cyberpunk, música eletrónica e um ritmo alto de jogo. Aliás, muito semelhante ao primeiro.

Com bom grafismo mesmo em modo performance (os 60fps são rei e senhor), os cenários são escuros e sombrios, com toques de néon que evidenciam os caminhos a percorrer e coisas a notar para o jogador.

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Pode ser bastante frustrante, tal como cada jogo que tem a sua mecânica fundamental a tentativa e erro, em combate e nas seções de plataformas, e não é fácil lidar com o que por vezes sentimos que a culpa não é nossa. Não acontece muitas vezes, mas quando estamos a repetir o mesmo durante meia hora, o nosso pavio queima mais rápido.

Se são masoquistas como eu e este ambiente futurista vos atrai, deem uma vista de olhos em Ghostrunner 2.


+ Aspeto futurista atrai-me sempre
+ A música e o som são imersivos
+ Bosses mais desafiantes, mas justos

– Pode ser muito frustrante
– O modo Rogue Runner podia ser melhor

N.R.: A análise a Ghostrunner 2 foi realizada numa PlayStation 5 com acesso a uma cópia do jogo cedida pela 505 games

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