Uma história que começou em 1993 com FIFA International Soccer chega agora ao fim com FIFA 23, o último jogo da série a ser desenvolvido e publicado pela EA. A partir do ano que vem a FIFA irá procurar novos parceiros e a EA passará a publicar o seu jogo anual de futebol com o nome de EA Sports FC.
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FIFA 23 chega com a versão 2.0 da tecnologia Hypermotion, uma adição que chegou o ano passado e que faz com que os jogadores controlados pela inteligência artificial do jogo se movam de forma mais natural e que acabem por contribuir para jogadas criadas por cada um de nós.
Depois de um FIFA 22 que mostrou uma excelente evolução quando comparado com as edições anteriores, a EA Sports tem agora a oportunidade, com FIFA 23, de se despedir em grande e mostrar os fãs de longa data que devem continuar a apostar nos seus jogos de futebol, ainda que com outro nome.
Pontapé de saída
Já em FIFA 22 me aconteceu o mesmo, peguei no jogo pela primeira vez e pareceu-me mais tático, mais lento e a puxar mais para o futebol bonito do que para velocistas nas alas capazes de passar por qualquer defesa com a arte do correr em frente. No entanto, atualizações atrás de atualizações fizeram com que o jogo do ano passado ficasse mais parecido com o do ano anterior… onde os heróis velocistas eram a principal arma do ataque, do meio-campo e da defesa.
Demorei a lançar esta análise por isso mesmo, queria perceber se FIFA 23 sofria do mesmo mal. O mal das atualizações que estragam jogos. Ao início, nas primeiras 30 horas de jogo, apercebi-me de um jogo onde a verdadeira dificuldade estava na defesa, estava mais manual, obrigava-me a perceber melhor o que fazer mesmo com os jogadores que não estava a controlar. Os primeiros jogos foram para esquecer… marcava golos, mas sofria sempre mais.
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Com tempo comecei a perceber como é que se defendia, e FIFA 23 continua igual. O jogo ainda não tinha mudado, algo que me deixava aprender e aperfeiçoar o meu futebol virtual. Foi também com o tempo que comecei a perceber melhor as novas formas de bater livres ou de marcar cantos e penáltis, comecei a tirar melhor proveito do novo sistema e a concluir, ou pelo menos a criar perigo, mais vezes.
São estes os jogadores com melhor rating em FIFA 23
Os cantos: a nova forma de interagir com estas bolas paradas é muito mais cativante. Deixa-nos escolher com boa precisão onde queremos bater na bola, mudando assim o efeito ou a altura da mesma e fazendo com que seja mais fácil meter a bola onde realmente queremos… tal e qual como os jogadores fazem na realidade. Com este novo sistema é também mais fácil pensar em pequenas jogadas estudadas ou até tentar cantos diretos.
O livres diretos: com o mesmo sistema que existe nos cantos, tudo o que disse sobre tal volta a ser válido aqui. Mais preciso, mais interessante e no fim, capaz de me fazer gostar de marcar livres em FIFA 23. Gostar ao ponto de tentar ganhar uma falta ou outra só para ir treinando…
Os penáltis: foi a oportunidade perdida de fazer algo parecido às outras bolas paradas. Aqui continua a ser tudo demasiado parecido ao anterior. Carregar na altura certa no botão de remate e escolher entre o lado e cima ou baixo. Demasiado simples e pouco interessante.
Depois de muitas horas de FIFA 23 e alguns dias passados desde o seu lançamento, é com alguma felicidade que digo: o jogo continua igual ao que era quando foi lançado. Um ponto a favor da nova atualização ao título de futebol da EA.
Segunda Parte
Nunca tive muito interesse em perceber como é que aquilo a que a EA chama tecnologia Hypermotion funciona. No fim do dia só quero que o jogo se comporte como deve ser, que seja justo, e que os jogadores não pareçam robots sem liberdade de pensamento quando estão a ser controlados pela inteligência artificial do jogo.
Em FIFA 23, com Hypermotion 2, a inteligência artificial do jogo parece estar melhor. Os jogadores mexem-se mais, criam mais jogadas e apoiam de melhor forma quando preciso de ajuda na defesa. Até mesmo em modos como os Clubes Pro caso não esteja a jogar com a equipa “completa”.
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As animações do jogo parecem também mais naturais, existem em maior número e conseguem tornar o jogo mais divertido de se jogar ou até de se ver jogar. Por isso, EA, continuem a fazer o que estão a fazer com esta coisa do Hypermotion. Está a funcionar.
No modo Ultimate Team a possibilidade de adquiri pontos para comprar mais e mais packs continua lá, é verdade. No entanto, também é verdade que existem cada vez mais formas de ganhar packs para construir a nossa equipa sem gastar dinheiro. Espero que com isto a EA esteja a caminhar, embora que lentamente, em direção aquela que acho ser a atitude correta: manter os packs e a forma como o Ultimate Team funciona, mas acabar com os pontos.
Prolongamento
Pelo segundo ano consecutivo a EA Sports conseguiu entregar aos fãs um jogo que mostra evolução quando comparado com o anterior. FIFA está mais sólido, com menos problemas (embora tenham existido alguns bugs, nada que me impedisse de jogar o que me deitasse um jogo abaixo) e com mais vontade de mostrar futebol bonito.
Agora, EA, é preciso que assim continue. Faço-vos um pedido que também fiz o ano passado e infelizmente não aconteceu: não estraguem o jogo com atualizações. Não tornem, de forma propositada, FIFA 23 em algo arcade. Não é preciso e não quero. Acredito que a comunidade também não o queira, queremos é algo diferente. Algo melhor. E, por agora, este FIFA 23 está a ser isso mesmo… algo melhor.
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Caso sejam fãs do desporto rei e queiram voltar a apaixonar-se por um jogo de futebol olhem com atenção para este FIFA 23, talvez seja “o tal”. Tudo isto, claro, com acesso a uma consola de nova geração ou um PC com specs para correr o jogo a um bom nível.
N.R.: A análise a FIFA 23 foi realizada numa PlayStation 5 com acesso a uma cópia do jogo cedida pela EA Portugal