Convergence: A League of Legends Story – Análise

O universo albergado hoje por League of Legends é totalmente desconhecido para mim. O que parece logo um ótimo cartão de visita para uma análise de um videojogo que se baseia na sua plenitude no MOBA de inegável valor. Então sou claramente a melhor pessoa para o fazer. Mas… A Carla foi coagida a voltar a estas lides, a troco de sushi, uma tarde com as amigas (pago eu) e diversos vales de massagens nos pés que pode usar a qualquer altura. Sejam bem-vindos a Convergence: A League of Legends Story!

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(A análise pode conter alguns spoilers porque a Carla está claramente a borrifar-se para isso.)

Espadas e teryaki

  • Paulo: Olá, pronta para este novo petisco? É que desta vez também estou completamente por fora. Então, baseia-se num portento dos videojogos que se chama LOL – League of Legends, e como o seu universo é tão grande e por explorar, começaram a produzir jogos em que se centram numa personagem do jogo original, mas com novos géneros.
  • Carla: Onde é que meteste o molho de soja? Hum? Eh pá, só ouvi LOL. Isso deve resumir na perfeição estas horas que vou perder aqui contigo. O teryaki está onde?
  • Paulo: Miúda, concentra-te. Então, este é o Ekko. É um puto rebelde mas com um coração de ouro que consegue manipular o tempo. Nasceu em Zaun, que é tipo a favela de Piltover, onde vivem os manda-chuvas.
  • Carla: Pergunta. Então o puto manipula o tempo, mas não foi ao futuro buscar uma arma em condições? Que obsessão vossa e as espadas. Já o Nuvens que tanto adoras é a mesma coisa. Mete-lhe uma arma em condições!
  • Paulo: Não lhe chames isso. É Cloud e é um herói incompreendido de Midgar e…
  • Carla: É tão fácil picar-te. LOL. Olha, vês? Primeira referência ao jogo!
  • Paulo: Uff… Continuando: Depois de uma enorme explosão, aparece uma substância laranja que capta a total atenção da elite de Piltover, mas que não é segura. Pode dizer-se que será a razão pela qual Ekko lutará hoje e amanhã.
  • Carla: Não, a cartada do “eu do futuro” vem aí? LOL. Como o salmão e vou ver da Alice já. Básicozinho, não?
  • Paulo: Uff… Sim, o Ekko do futuro vem avisar de que Zaun corre perigo e que ele tem que tomar providências já hoje, para que o amanhã possa existir.
  • Carla: (quase cuspindo o sashimi, de pauzinhos apontados para a televisão) O Ekko do futuro é o mau da fita. A luta final é entre Ekkos. Que desapontante.
  • Paulo: Hum? Ele só quer ajudá-lo. Perdeu a relação com a família e…
  • Carla: Pois. E a Aerith ainda está viva e o Hamilton vai ser campeão.
  • Paulo: (respirando fundo, de olhos fechados) Continuando… Isto é uma espécie de jogo de plataformas à moda de Metroid e Castlevania, com muito para explorar. O mapa dá um jeitão. Aqui não conseguimos passar, de certeza que há uma habilidade que temos de aprender primeiro.
  • Carla: (depois de um golo demasiado ruidoso no refrigerante) Vais andar para a frente e para trás nos níveis, não é? Ei, prolonga bastante o tempo de jogo. E o meu sofrimento.  Hum, venham mecânicas interessantes.De certeza que há alguma ligada à manipulação do tempo. Explica.
  • Paulo: Sim, tens razão. Outra vez. O Z-Drive, uma das suas invenções, permite recuar no tempo alguns segundos. Agora pensa, isto dá um jeitaço: num inimigo mais comum que te acerta com um raio verde saltitão ou quando cais numa vala sem fim, basta com o clicar de um botão recuares no tempo e tomares uma melhor decisão. E mais informada. Padrões de inimigos, por exemplo.
  • Carla: Isso cheira a batota. Qual é o senão?
  • Paulo: Tem usos limitados, claro. Mas já tenho outra habilidades e são todas diversificadas, fáceis de usar e permitem alguma criatividade aquando de as usar. Correr em paredes, congelar no tempo plataformas para as poder usar e ainda um ataque super poderoso que causa imensos problemas aos inimigos. É só carregar no L3 e R3.

LOL e crise de meia idade

  • Carla: OK. Este jogo envolve imensos saltos e coordenação. Ainda tens dedinhos e tempo de reação para isto, meu cota em crise de meia idade?
  • Paulo: Obrigado. Olha que tu és mais velha do que eu. O poder voltar atrás a acertar com o tempo certo de executar os diferentes comandos das habilidades do Ekko ajuda. E é bastante satisfatório conseguir executar encadeamentos de comandos. Embora os comandos sejam por vezes pouco responsivos. Querem que façamos tanta coisa num centésimo de segundo e depois isto acontece.
  • Carla: Eu não tenho idade. Sou como o Ekko do futuro, que, não te esqueças, vai ser o último inimigo do jogo.
  • Paulo: (rindo de escárnio) Claro, Carla, claro. Ele até o está a ajudar. Que disparate.
    • Olha, Vês porque é que vale a pena andar para a frente e para trás em cada nível? Somos sempre recompensados com colecionáveis que nos permitem mudar a estética do nosso herói, desafios que nos premeiam com peças que são essenciais para desbloquear novos poderes e mecânicas… Prolonga bastante a vida do jogo.
  • Carla: O que me parece que prolonga a vida do jogo é teres que voltar a passar por todos os obstáculos físicos simplesmente para ires melhorar as habilidades da tua personagem. Podiam permitir isso com um atalho. Tempo é sushi, Paulo.
  • Paulo: Tens razão. Mas a cidade de Zaun está tão bonita que quase vale a pena esse esforço. Estranha, mas divertida de explorar. Muito ferro e vidro, com gente de diferentes origens. Muito neon, muito grafitti. O steampunk bomba aqui forte! As próprias personagens de desenho animado, com cores fortes e pretos sólidos.
  • Carla: Bomba forte? Uau! Melhor ainda: LOL. Diz-me que tens 43 anos sem me dizeres que tens 43 anos!
  • Paulo: (suspirando, mudando de conversa) E as vozes estão bem conseguidas, embora nunca se levem demasiado a sério. Olha, mais um boss. Não me digas nada agora.
  • Carla: Outro? Isso são tudo personagens do tal LOL? Ui, que o menino está nervosinho. Se perderes, podes sempre voltar atrás no tempo…
  • Paulo: Sim, são. Parece que alguns são até bastante conhecidos do público. Camille, Warwick, Jinx. O giro é que a mesma estratégia não serve pra todos; há que adaptar a abordagem aos seus padrões de ataque. Este, o Warwick, é um bruto e domina pela força, então há que fugir e atacar pela certa; há pouco a Camille era diferente, pois ataca mais pelo ar controlando a arena de combate. Esta diversidade motiva.
  • Carla: Olha, é o Ekko do futuro. (três minutos de silêncio) Eu não percebo muito de inglês, mas tudo parece ter-se precipitado rapidamente para este ser… diz comigo…
  • Carla e Paulo: (em tons contrastantes de entusiasmo) O… ÚLTIMO BOSS DO JOGO!
  • Paulo: Dez horas de jogo, com alguma repetibilidade. Não é mau.
  • Carla: Não mudes de conversa. Tudo isto foi muito previsível. Vou deitar-me. Não demores que os meus pés precisam de atenção. LOL. Prometo que foi o último, até a mim já me está a irritar.

Considerações finais

Carlices à parte, Convergence: A League of Legends Story é uma obra que se destaca pelos visuais e sonoplastia, mas principalmente pelas plataformas desafiantes e combates variados e cheios de emoção.

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Sim, a estória é meio-previsível e faria certamente mais sentido a alguém mais investido no mundo e nas suas personagens, mas não deixa de ser bem contada, cheia de pormenores que acrescentam a um lore já tão rico.

Sim, agora vou massajar pés.

Convergence: A League of Legends Story é mais um passo certo na diversificação deste mundo,  com ação, saltos e gadgets a rodos


+ Plataformas e combate únicos
+ Habilidades variadas e úteis
+ Ambiente e sonoplastia

– Pouco tempo para tanto input
– Estória previsível e morna

N.R.: A análise Convergence: A League of Legends Story foi realizada numa PS5 com uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela Riot Games.

Paulo Tavares: Professor de ocupação, jogador por diversão. Guarda religiosamente as cassetes do seu Spectrum 128k. Leva demasiado a sério a discussão de melhor Final Fantasy. 7, fim de conversa.
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