Os JRPG são uma categoria que, por vezes, suscitam algum receio por parte de quem não se costuma aventurar neles. Ora pelas fórmulas e design demasiado complexas, ora pelas narrativas longas e repletas de ramificações. A saga Atelier, da Gust, traz-nos uma visão diferente: um foco quase direto e absoluto na alquimia e na construção de novos itens.
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A Atelier Mysterious Trilogy é a mais recente coleção, lançada pela Koei Tecmo, trazendo a trilogia Mysterious numa só edição – Atelier Sophie DX, Atelier Firis DX, Atelier Lydie & Suelle DX. A questão a responder é simples. Trará a coleção assim tantas diferenças?
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Materiais, materiais e mais materiais
Há um elemento importante a frisar, antes de continuarmos. Vamos analisar, sobretudo, as diferenças e alterações que a Atelier Mysterious Trilogy traz, num todo, e não cada jogo individualmente. Assim, e olhando primeiro para Atelier Sophie DX, as diferenças não são assim tantas.
A aventura continua a centrar-se na história de Sophie, a pequena aprendiz de alquimista com Plachta, um livro falante e mágico, que esconde muitos segredos. A partir daqui, a jogabilidade foca o elemento de crafting, assente na descoberta de variados materiais ao longo do jogo, seja em combate, seja nos mapas. Para além de uns sólidos 60fps na PS4 base onde testámos, também notamos algumas melhorias simples, mas eficazes.
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Agora é possível sprintar, bem como acelerar os diálogos, perfeito para quem já tenha jogado ou queira apenas explorar a alquimia. Não esquecer, também, a integração de diversos DLCs (não todos, curiosa e estranhamente) e um ligeiro mas existente melhoramento gráfico nos modelos das personagens.
Contudo, o jogo mantém-se essencialmente o mesmo, fora alguns caldeirões adicionais e músicas de outros jogos da saga. Lógica que acaba por ocorrer com o resto do Pack.
Vira o disco e toca o mesmo?
Atelier Firis DX, por exemplo, mantém a mesma performance acidentada da versão original, principalmente nas secções de mundo aberto. Por outro lado, recebeu imenso conteúdo extra – desde novos veículos, a novas personagens jogáveis, roupas novas, músicas e novos locais para recolher materiais. É, de facto, uma experiência diferente da base, justamente por trazer à priori as adições que teriam de adquirir à parte, o que aumenta exponencialmente o valor desta proposta.
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Quanto a Atelier Lydie & Suelle, existem alguns retoques aqui e ali, mais especificamente nos reflexos, nos objectos e nas cores com que se apresentam no ecrã. Nada de drástico, no entanto, pelo que se o jogaram originalmente, não esperem ficar surpreendidos com as mudanças. Já os DLCs que a versão DX traz justificam, quase em si, o pack completo.
Mais que a variedade, são os preços singulares de cada DLC para Atelier Lydie & Suelle, que dentro desta coleção, acabam por justificar sobremaneira o investimento. Contudo, este investimento tem dois pesos e duas medidas.
Considerações Finais
A primeira pergunta a que têm de responder é se Atelier Mysterious Pack é a vossa primeira interação com qualquer um dos jogos da saga Mysterious, ou não. Porque se for, ou se vos faltar mais do que um título, esta coleção acrescenta imenso valor. Poder contar com algumas melhorias simbólicas, mas principalmente com a maior parte do conteúdo opcional sem custos adicionais, é um fator positivo a ter em conta.
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Agora, se já têm os jogos? Não vale a pena. As mudanças não justificam adquirirem tudo junto, a menos que apenas tenham uma Nintendo Switch e queiram jogar os dois primeiros. Se, no entanto, nunca jogaram um título Atelier, este pode ser um bom primeiro passo, apesar de acharmos que os Atelier Ryza são a melhor porta de entrada na franquia da Gust.
No fim do dia, são três JRPGs que servem como aventuras mais leves e simples, tanto para quem procura descansar de franquias mais intensas como Persona, Final Fantasy ou Legend of Heroes, como para quem queira experimentar uma aventura mais descomprometida.
N.R.: A análise a Atelier Mysterious Trilogy Deluxe Pack foi realizada numa Nintendo Switch com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela equipa da Koei Tecmo.
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