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Análise Ys: Memories of Celceta

O posicionamento que a Nihon Falcom teve durante vários anos fez com que séries como Ys e The Legend of Heroes não se destacassem tanto em popularidade e que ainda hoje permaneçam como séries e jogos de nicho, desenvolvidos com valores de produção medianos e estilos singulares, quase sempre destinados a um grupo de jogadores restritos e dedicados. O estatuto de uma das empresas mais antigas e dedicadas ao desenvolvimento de videojogos ainda no ativo, vai alimentando ainda mais esse núcleo de jogadores que se vão nutrindo a cada lançamento. Embora a visão da empresa não se tenha alterado muito desde que foi fundada até aos dias de hoje, e embora esse posicionamento tanto tem sido encarado como certo por uma fração de fãs, e outros encarem como um comportamento contraproducente, a verdade é que essa posição tem vindo a conquistar cada vez mais fãs epicuristas de RPGs, principalmente os de ação, sendo um género em que a Nihon Falcom é pioneira.

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Lançado para a PlayStation Vita, a segunda consola portátil promovida pela Sony, Ys: Memories of Celceta foi o remake do quarto jogo da série lançado em 2012, no Japão. Apesar de ter tido um lançamento meio obscuro no Ocidente, tal como de resto é comum a cada título da Nihon Falcom, Memories of Celceta ainda permanece como um dos títulos a ter em conta no momento de nomear os melhores jogos da consola portátil, mas que agora chega à PlayStation 4, numa adaptação direta, no entanto com melhorias significativas quer de desempenho, quer de visuais. A chegada desta adaptação de Ys: Memories of Celceta à PlayStation 4 servirá, com certeza, também para voltar a estimular o nome da série Ys no mercado, assim como também para começar a preparar terreno para aumentar o entusiasmo da localização no Ocidente do tão aguardado nono título, Ys IX: Monstrum Nox.

História nova, com referências do passado

A história de Ys: Memories of Celceta segue as pisadas dos títulos anteriores da série, onde conta as aventuras de Adol Cristin, o protagonista de toda a série Ys. Nesta jornada, Adol – um ruivo dotado de uma bravura implacável, desperta num sítio estranho, sem qualquer rasto de memória onde conhece Duren, uma personagem de grande porte e de língua afiada, que revela conhecê-lo. Em busca de mais respostas para a sua súbita perda de memória, Adol e Duren embarcam numa jornada pelas terras de Celceta, pelos cantos inexplorados de uma enorme floresta e de áreas repletas de monstros e masmorras misteriosas. A narrativa começa de forma ligeira e vai-se compondo aos poucos. Embora não seja uma história de grande calibre, o mistério alimenta a jornada e faz com que o jogador se sinta seduzido por desvendar toda a trama e as várias camadas que vão constituindo o enredo.

Uma adaptação bem-vinda, com algumas melhorias

Pensado originalmente para uma consola portátil, Ys: Memories of Celceta traz também imenso de Ys Seven, com um sistema de exploração e de jogo muito semelhante. A ideia base é boa, e o que fora aprimorado, levou ainda mais umas afinações nas ideias originais daquele formato, porém agora a jogá-lo numa consola de mesa, as limitações são obvias, embora tenham sido bem disfarçadas com algumas opções que fazem todo o sentido. Nesta adaptação de Ys: Memories of Celceta para a PlayStation 4, os visuais também foram melhorados e o desempenho praticamente sem quebras fazem maravilhas, realçando-se durante os combates frenéticos a praticamente todos os instantes de exploração. No entanto, convém lembrar que Ys: Memories of Celceta já na PS Vita não detinha de visuais ricos e caprichados, e a inteligência artificial das personagens não era de grande calibre. Contudo, a série não é conhecia por esses feitos, portanto, mesmo com animações por vezes pobres e datadas, o entretenimento e os pontos de interesse vão claramente para outras coisas.

Um vasto mundo e batalhas desafiantes

Ys: Memories of Celceta é um jogo desafiante e faz com que o jogador se sinta com vontade de explorar as várias dificuldades disponíveis. O desafio passa essencialmente por derrotar várias hordas de inimigos espalhados pelos vários cenários dos mapas, e os grandiosos bosses onde geralmente põem à prova as habilidades dos jogadores até àquela fase. A vontade de explorar os cenários, para além de oferecer o sentimento de realização ao defrontar monstros ocultos, vai também sendo feito à medida que o jogador vai obtendo pontos de memória que vão revelando mais dos eventos passados de Adol. Ys: Memories of Celceta oferece uma banda sonora ritmada, com vários elementos sonoros clássicos, e melodias agitadas com forte componente de fazer ficar no ouvido. Por vezes, algumas músicas tendem a ser curtas para as zonas onde estão idealizadas, mas no geral o ambiente sonoro é de grande qualidade. Disponíveis estão também vozes em inglês e em japonês, contudo na maioria dos diálogos as vozes não estão presentes, o que é uma pena. Compreende-se o jogo original para a PlayStation Vita tivesse limitações próprias da natureza da consola, mas numa adaptação para uma consola claramente mais potente como é o caso da PlayStation 4, essa desculpa já não é válida. Outra coisa que também poderia ter sido corrigida, é a possibilidade de saltar diálogos ou animações.

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Não sendo um jogo muito extenso para ser finalizado, Ys: Memories of Celceta tem vários desafios extra para além das missões opcionais, que embora não sejam grandes complementos à história principal, servem para enriquecer a experiência e tempo do jogo. O vasto mapa para ser concluído a 100% também irá fazer com que se invista praticamente meia centena de horas, o que é bastante aceitável, sem tornar uma experiência completamente massiva. Para os jogadores mais competitivos, e que geralmente é um dos pontos fortes para os fãs da série, estão disponíveis as dificuldades mais altas, entre elas a mais desejada de todas a Nightmare, que levará a que se combine itens para reforçar o armamento e as habilidades estejam praticamente no ponto.

Considerações Finais

Embora Ys: Memories of Celceta seja um jogo idealizado para uma consola portátil e desta adaptação para a PlayStation 4 ser, de um modo geral, um trabalho aceitável, esta versão poderia ter sido muito mais ousada. Ys: Memories of Celceta é um RPG de ação divertido, com uma história interessante e com um bom enredo de personagens. A exploração e o sistema de combate rápido, frenético e constante, preenchem todos os vazios durante cada sessão de jogo, contudo, os visuais datados e as animações pobres, fazem por vezes um contraste estranho, principalmente quando se tem em atenção que se trata de um lançamento de final de geração.

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Para os acérrimos fãs da Falcom, esta adaptação de Ys: Memories of Celceta para a PlayStation 4 é de ter em conta, e para quem não conhece a série, mas que gostava de se estrear num título Ys, se for com as devidas cautelas, Ys: Memories of Celceta é um bom jogo para se iniciarem nas aventuras do aventureiro Adol.

Clica na imagem para mais informação sobre as nossas classificações

+ Sistema de combate rápido e frenético com inúmeras batalhas desafiantes

+ Interação com os cenários e exploração de mapas aliciante

+ Narrativa crescente com um agradável enredo de personagens

– Alguns visuais e animações datadas

– Impossibilidade de saltar diálogos e cenas da narrativa

– Inteligência artificial das personagens muito mal apurada

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N.R.: A análise a Ys: Memories of Celceta foi realizada numa Playstation 4 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela Decibel PR