Análise Yo-Kai Watch Blasters: White Dog Squad

Enquanto os fãs europeus de Yo-Kai Watch aguardam ansiosamente pela terceira edição do jogo para a Nintendo 3DS (ou até mesmo a quarta edição, para a Nintendo Switch), a Level-5 trouxe para a Europa e América, três anos depois do seu lançamento no Japão, o spin-off da série principal: Yo-Kai Watch Blasters.

Yo-Kai Watch Blasters é uma sequela de Yo-Kai Watch 2, inspirado no seu mini-jogo Blasters, onde competimos contra inimigos no mundo paralelo de “Terror Time”. Mas na edição Blasters, embora baseado no mesmo princípio, é possível lutarmos contra bosses e tornarmo-nos amigos de novos Yo-Kai.

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Para aqueles que têm vivido debaixo de uma pedra de calçada portuguesa nos últimos anos, os Yo-Kai são, desde o seu lançamento, um grande fenómeno no Japão. Desde desenhos animados, filmes, merchandising e, claro, os videojogos, há todo um mundo Yo-Kai Watch no Oriente que poderá ser desconhecido do público Europeu.

Mas estas figuras já existiam anteriormente na cultura japonesa. Os Yo-Kai são, no folclore japonês, espíritos e monstros que tanto podem trazer boa sorte como ser simplesmente maquiavélicos e isto traduz-se, também, nas personagens e NPCs deste jogo.

Duas versões: Cães ou Gatos

À semelhança do que acontece nos jogos Pokémon, Yo-Kai Watch Blasters também nos traz duas versões diferentes: Red Cat Corps e White Dog Squad, sendo que ambas são idênticas, quer na história, quer na jogabilidade.

Contudo, as mascotes, o tema musical e cutscene de abertura, bem como 50 dos Yo-Kai e 2 dos big bosses são exclusivos de cada versão. Por exemplo, a mascote de White Dog Squad é Komosan, enquanto que a de Red Cat Corps é Jibanyan.

Assim sendo, neste caso, a escolha entre uma ou outra versão irá depender exclusivamente da vossa preferência pessoal em relação aos Yo-Kai disponibilizados.

RPG de ação

Após a cutscene inicial, conhecemos a equipa de Yo-Kai e o Sargento Burly, que a irá pôr a mexer ao ponto de a tornar num esquadrão de classe A, pronto a defender os Yo-Kai mais fracos e oprimidos.

Como qualquer RPG que se preze, o jogo começa com um tutorial bastante detalhado e, por isso, torna-se um pouco lento no arranque. A meu ver, este detalhe pode ser uma mais-valia para os jogadores menos experientes em RPGs, pois apresenta os princípios básicos deste tipo de jogo, como, por exemplo, as classes e os elementos dominantes de cada membro da equipa.

Cada equipa é composta por quatro personagens à nossa escolha, e entre elas temos as classes de fighter, tank, healer e ranger, sendo que cada uma delas conta com 3 movimentos – um de ataque e dois especiais.

Ao contrário da série principal, onde antes de podermos atacar os inimigos tínhamos que resolver uma série de mini-eventos em que usávamos a stylus da DS, o combate aqui acontece em tempo real. De destacar que a IA dos elementos da nossa equipa é bastante boa e facilita o combate, embora a dificuldade do mesmo seja de fácil a moderada.

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Orbs, orbs e mais orbs

A narrativa divide-se maioritariamente entre dois cenários: uma espécie de quartel de bombeiros, com vários pisos, onde podemos mudar a equipa ou comprar itens que nos serão úteis durante o jogo, entre uma série de outras atividades; e os vários mapas ou bairros, onde decorrem as missões.

Durante uma missão, o primeiro ecrã da DS é o de ação, onde podemos ver o tempo limite e o nível de HP da equipa ou o número de inimigos eliminados, se for esse o objetivo da missão. Já o ecrã tátil é onde é apresentada a informação sobre a missão, nomeadamente onde se localizam os itens e os inimigos, e é também onde podemos usar os nossos ataques especiais específicos de cada Yo-Kai – Soultimate.

Existem três modos disponíveis em Yo-Kai Watch Blasters:

  • Campanha: é aqui que avançamos na história do jogo. Estas missões, principais e secundárias, têm um limite de tempo, um objetivo e uma recompensa para quando as completamos. No final de cada capítulo temos que defrontar um big boss.
  • Patrol: em que, como diz o nome, patrulhamos diversas áreas do mapa, durante 20 minutos, nas quais encontramos vários inimigos.
  • Big Boss: é aqui que voltamos a enfrentar os bosses que encontrámos durante o modo campanha, o que nos permite desbloquear itens raros.

Após completarmos as missões no modo campanha, surgirão portas para podermos escapar da missão, caso não queiramos contin

uar à procura de mais itens e, neste caso, mantemos os que já adquirimos.

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Neste jogo, tudo se adquire em troca de oni orbs. Existem várias espalhadas pelo mapa e, por vezes, os inimigos também deixam cair algumas, tornando relativamente fácil apanharmos uma considerável quantidade de orbs durante um gameplay normal.

Estas orbs permitem-nos desde forjar novos equipamentos até aumentar o nível das personagens, algo que neste jogo é possível apenas manualmente no LvGym, um dos locais existentes no quartel.

Colecionar Yo-Kai

Uma das funcionalidades de Yo-Kai Watch Blasters é, após enfrentarmos alguns inimigos, podermos convertê-los em amigos e recrutá-los como aliados. Ao se juntarem a nós, recebemos medalhas por eles, preenchendo a nossa coleção de Yo-Kai, que posteriormente nos dará novos itens ou um novo Yo-Kai para a coleção.

A criação de equipas, tanto online como local, é possível, mas, se o jogador optar por jogar sozinho e offline, não terá problemas em concluir o modo campanha. Contudo, é importante referir que, se formarem uma equipa com alguém que tenha uma versão do jogo diferente da vossa, ou inclusivamente com Yo-Kai Watch 2, poderão trocar os Yo-Kai exclusivos de cada versão a fim de completarem a vossa coleção.

 

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Novo conteúdo gratuito

Graficamente, o jogo é muito colorido e dinâmico e tira total proveito dos gráficos da DS. A banda sonora está bem conseguida, pois envolve-nos no espírito divertido do jogo, e o voice-acting acaba por ser engraçado devido aos diferentes sotaques das personagens.

A nível de longevidade, Yo-Kai Watch Blasters oferece cerca de 20 horas de gameplay para completar a história principal e, pelo menos, mais do dobro para conseguir todos os colecionáveis, nomeadamente os Yo-Kai.

Para além disso, saiu no passado dia 27 de setembro a expansão gratuita Yo-Kai Watch Blasters: Moon Rabbit Crew, que acrescenta mais umas horas de jogo, com novos Yo-Kai e big bosses.

Apesar de conseguirmos controlar a câmara, uma vez que não o permite fazer em 360º, esta acaba por ser um pouco limitada. Por vezes, durante um confronto, ficamos presos numa situação em que não conseguimos ver nem a nossa personagem nem os inimigos, o que pode ser um pouco frustrante.

Considerações finais

Não tendo uma narrativa extraordinária, Yo-Kai Watch Blasters é um jogo que assenta que nem uma luva na portátil da Nintendo. Com cerca de 20 a 40 horas de jogo, é bom saber que a expansão Moon Rabbit Crew, para além de gratuita, oferece mais conteúdo e traz maior longevidade ao jogo.

Até ao lançamento europeu de Yo-Kai Watch 3 em 2019, e dado que Yo-Kai Watch 4, para a Nintendo Switch, apenas deve chegar à Europa já a meio do ciclo de vida da consola,Yo-Kai Watch Blasters oferece-nos uma experiência sólida e divertida que não irá dececionar os fãs mais antigos da franquia e irá, certamente, conquistar novos fãs.

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Yo-Kai Watch Blasters já se encontra disponível desde dia 7 de setembro, em exclusivo para a Nintendo 3DS e Nintendo 2DS.

Esta análise foi elaborada em conjunto com o site Meus Jogos. Poderão encontrar uma segunda opinião, baseada na versão Red Cat Corps, através do seguinte link: https://www.meusjogos.pt/2018/10/yo-kai-watch-blasters.html

 

N.R.: Yo-Kai Watch Blasters foi analisado numa Nintendo 2DS, com uma cópia da edição White Dog Squad disponibilizada pela Nintendo Portugal.

 

Yo-Kai Watch Blasters: White Dog Squad
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Duas versões diferentes
Possibilidade de trocar Yo-Kai com amigos
Expansão gratuita
Controlo da câmara
Narrativa fraca
80
EM 10
Ana Morais: Digital Marketer de profissão e gamer desde os anos 80. Gosta de todo o tipo de jogos, mas prefere JRPGs, jogos de acção e plataformas.
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