Análise Yaga

Num período cada vez mais preenchido por lançamentos de jogos de companhias independentes começa a ser da vez mais difícil um jogo de baixo orçamento se afirmar ou de se destacar perante as inúmeras ofertas existentes no mercado. A difícil entrada para as plataformas digitais, o rigor de controlo de qualidade e o acesso de promulgação foram-se diluindo, e actualmente o acesso ao mercado é bem maior.

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Mas não é só de jogos incríveis ou péssimos que vive a indústria do entretimento eletrónico. Haverá também sempre espaço para títulos que não ascendem aos céus ou que ficarão eternizados na memória de todos e que servem perfeitamente para desanuviar e oferecer mais alternativas. E é precisamente através desse ponto de vista que Yaga, um RPG com características de ação, se apresenta.

Em Yaga assumimos o papel de Ivan, um ferreiro que possui desde logo uma característica pouco comum: só tem uma mão. Dotado de um azar tremendo, Ivan terá de ultrapassar uma série de tarefas, travar uma batalha feroz contra uma terrível bruxa, e para piorar ainda, ter uma paciência de mestre perante as dicas saudáveis da sua avó.

Quem determina a aventura, é o jogador

Conforme o jogo avança, o jogador terá papel fundamental no que será a personalidade de Ivan segundo as respostas e as ações que irá selecionar. A personagem vai construindo uma reputação e a interação com as várias figuras que se vão cruzando ao longo da jornada vai sofrendo alterações. Toda esta interação é bastante divertida e oferece ao jogador o papel principal e a possibilidade de moldar certos momentos da história ou da sua aventura.

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Em termos de jogabilidade Yaga flui bem. O jogo tem um método natural de evolução numa árvore de habilidades e os combates são ativos tal como o género manda, porém, a ausência de incentivos para a exploração dos mapas, embora sejam gerados aleatoriamente, e nunca serem iguais, são usualmente alimentados por hordas de inimigos onde se nota, durante confrontos, alguma falta de imersão, apesar de exigir quase sempre uma estratégia para cada embate. Ainda sobre a jogabilidade, alguns controlos poderiam estar melhor definidos.

Várias formas de abordar a jornada

Nunca uma experiência será igual. Para além dos cenários que são gerados de forma aleatória, há ainda vários finais, várias formas de se defrontar e de resolver os enigmas que vão surgindo durante a jornada. Conforme o jogador vai avançado vai também recolhendo materiais de forma a que possa forjar o seu próprio equipamento. Todas estas particularidades oferecem e convidam o jogador a voltar a jogar e a resolver o jogo de várias formas. Apesar disso, Yaga não oferece nada que o faça destacar perante todas outras ofertas que atualmente estão no mercado. Mas também não é um título que fique para trás.

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Yaga é visualmente apelativo e é bastante vistoso pelas suas cores sólidas. Tem um estilo de desenho atraente em 2D e mesmo apesar de a temática ser obscura, envolvendo alguns momentos que fazem lembrar contos de fadas e histórias mitológicas, é um estilo que lhe fica bem. Não possui um charme nem uma animação de títulos com maiores orçamentos, mas o cuidado e o carinho de produção são visíveis.

Já a componente sonora apesar de ser bastante viva, puxar pelo ritmo de hip-hop e de se sobressair durante os embates com os inimigos, as músicas tendem a ser um pouco intrusivas e com ritmos que por vezes não assentam bem com o que se está a passar no momento.

Yaga tem alguns momentos em que a dificuldade sobe e está ligeiramente mal regulada, mas perante a proposta inicial do jogo, e de incentivar evidentemente o jogador a repetir várias vezes não só as missões como também para tentar os vários finais existentes, são pormenores que vão saltando à vista, mas que pouca importância pode ter. Ainda de se fazer notar, há por vezes alguns conflitos com os ecrãs de carregamento e algumas quebras de fluidez durante as animações.

Considerações Finais

Yaga vem com o propósito de trazer mais oferta aos amantes do género de RPG de ação. Não possui grandes revoluções em termos de género, mas também não perde para nenhum. É, portanto, uma proposta que não vai desiludir quem procura um jogo com uma história simples, com uma grande variedade de finais alternativos e com possibilidade de ser o próprio jogador a definir o rumo das várias missões e da personalidade da personagem principal.

Tem alguns problemas nos ecrãs de carregamento e a jogabilidade possui algumas, mas ligeiras, imperfeições. Todavia, apesar de alguns pequenos problemas estarem presentes, nenhum impossibilita Yaga de oferecer uma boa experiência.

Yaga já se encontra disponível para Windows PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch

N.R.: A análise a Yaga foi realizada numa Nintendo Switch com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela Plan of Attack.

 

Yaga - Uma aventura personalizável
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Visuais em 2D bem desenhados
Finais alternativos e batalhas desafiantes
Possibilidade de personalizar e criar armas
Algumas missões desinteressantes
Controlos um pouco desajustados
Ecrãs de carregamento mal regulados
3
Tiago Marafona: Um autêntico fã de RPGs japoneses e um belo apreciador de jogos de plataformas. Nunca diz não aos clássicos Super Mario, The Legend of Zelda e Final Fantasy. É também um acérrimo admirador do trabalho do Ryu Ga Gotoku e da Monolith Soft.
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