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Análise Watch Dogs Legion

Watch Dogs. A série da Ubisoft teve o seu início em 2014, ainda lançada para a PlayStation 3, Xbox 360 e até a Wii U teve direito a receber o primeiro título. O jogo era interessante, conseguia transportar-nos para um mundo aberto onde com auxílio de tecnologia conseguíamos avançar de missão em missão, fazendo alguns puzzles pelo caminho e depressa passava de missões cheias de ação para um stealth bem conseguido. Depois chegou Watch Dogs 2, mais aborrecido e menos bem conseguido, e agora temos Watch Dogs: Legion.

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O terceiro título da série é lançado para as consolas de nova geração, bem como para a geração que agora chega ao fim. Sem esquecer o PC, claro. Watch Dogs: Legion transporta-nos para Londres, num futuro próximo, e pede-nos para, como membros do grupo hacker DedSec, limpar o nome da nossa organização bem como libertar a cidade de quem a tenta destruir.

Ao contrário dos primeiros Watch Dogs, o novo jogo da franquia dá-nos a possibilidade de recrutar várias pessoas, normalmente NPCs, e assim reconstruir a nossa equipa DedSec. E se esta mecânica consegue trazer algum ar fresco a Watch Dogs: Legion, também há muito, principalmente na forma como apresenta a sua narrativa, que devia ter sido melhorado.

Mãe, já chegamos? E agora? Já Chegamos?

Podemos dizer que, quase com toda a certeza, todos nós já dissemos isto, ou algo idêntico, em alguma fase da nossa vida. Aquela impaciência de chegar a algum lado, ou de querer alguma coisa. Faz parte de nós, enquanto humanos, principalmente em idades mais jovens, não saber esperar. Watch Dogs: Legion leva-nos para essas idades e para essa impaciência, não por ser um jogo para crianças, porque não o é, mas sim porque estamos constantemente à espera que a ação comece, que exista algo no jogo que nos faça querer continuar, ou pelo menos que nos faça vibrar.

A possibilidade trazida pela Ubisoft, de entrar num mundo onde qualquer pessoa pode ser controlada, onde temos liberdade, quase total, de escolher a nossa equipa e, dependendo das nossas escolhas, conseguirmos ter acesso a diferentes habilidades, a diferentes formas de pegar no jogo, é simplesmente genial e teria tudo para funcionar muito bem e transformar Watch Dogs: Legion num dos principais títulos de lançamento para a nova geração de consolas.

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Embora esta nova mecânica funcione de forma razoável, a forma como a narrativa está criada e a falta daquele fator “wow” que nos faz ficar presos ao jogo acabam por fazer com que o terceiro título da série acabe por ser um pouco aborrecido. Para além do fator “wow” anteriormente referido, pontos fortes na história para manter o jogador interessado, algo que poderia ter sido adicionado para ajudar neste interesse seriam objetivos secundários que ajudassem o jogador a perder-se pelas ruas de Londres, esquecendo a narrativa, mas procurando sempre os pontos de interesse e diversão. Isto é algo que, infelizmente, não acontece… do ínicio ao fim Watch Dogs: Legion apresenta uma história que não é quente, mas também não é fria. Está no limbo, tornando-se enfadonha e deixando os jogadores numa viagem sem fim, sempre à espera de chegar ao momento forte da narrativa.

Watch Dogs: Legion

A cidade está viva

Não temos dúvidas, é este o ponto forte do novo Watch Dogs. Não, não falamos da possibilidade de recrutamento, falamos sim do mundo criado pela Ubisoft. Watch Dogs: Legion transporta-nos para Londres, como já referimos, mas é um Londres criada, ou recriada, de uma forma surpreendente. É simples, muito simples até, reconhecer os principais locais da parte central da cidade, é fácil também perceber que mudamos de borough (quase como um concelho). Percebemos não só porque reconhecemos partes desse borough, mas também porque as pessoas (NPCs) que vamos encontrando na rua mudam, não só na sua atitude, mas também na sua forma de vestir e na forma como interagem com a personagem que estamos a controlar.

Ao chegar à zona de Camden, depressa percebemos que a população de NPCs naquela zona é mais jovem, e também mais descontraída, apresentando-se quase sempre com roupas de inspiração punk. Ao viajarmos, de carro, mota, ou até barco, para a zona de Westminster conseguimos perceber que não só a forma de vestir, mas também as pessoas mudam, a cidade muda, torna-se mais adulta, mais séria… tal e qual como acontece na Londres do mundo real.

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Se, ao seguir a narrativa depressa ficamos aborrecidos, a verdade é que ao ignorar a história e nos limitarmos a passar pela cidade, como verdadeiros turistas, Watch Dogs: Legion depressa se transforma num verdadeiro postal que podia bem ser usado para apresentar a cidade daqui a 10 anos.

Londres ao pôr do sol

O tempo vai passando e a cidade e a sua luz vão se adaptando ao passar desse tempo, a nível visual, mesmo na pequena Xbox Series S, a criação da Ubisoft apresenta-se bastante competente. Embora, talvez pela potência da máquina e pela existência de algumas superfícies com Ray Tracing, algumas arestas pudessem estar mais limadas já que algumas texturas ficam estranhas, principalmente quando olhadas à distância. No entanto, continua a ser um jogo bastante agradável ao olhar, onde a luz e a forma como se adapta à cidade é o seu principal ponto forte.

Ao nível do desempenho o jogo não oferece qualquer possibilidade de escolha, mas claro, podem fazer essa escolha diretamente nas definições de output da Xbox Series S. Durante toda a nossa experiência com Watch Dogs: Legion o desempenho foi constante e a pequena máquina da Microsoft portou-se muito bem. Fosse o jogo mais divertido e a experiência tinha sido melhor.

Considerações Finais

Watch Dogs: Legion sofre por ser aborrecido e por ser dos primeiros jogos pensados para a nova geração, apresenta tecnologias presentes na nova geração de consolas e acaba por sofrer também com isso. Caso sejam fãs da série pode ser que encontrem algo no jogo que nós, infelizmente, não fomos capazes de ver.

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Caso queiram entrar agora no mundo de Watch Dogs, embora não precisem de o fazer, comecem pelos primeiros títulos da franquia. Não só para perceberem a evolução da série, mas também porque acabam por ser mais divertidos, e algo que os jogos precisam é de nos proporcionar tempos bem passados.

Clica na imagem para mais informação sobre as nossas classificações

+ Recriação fantástica da cidade de Londres 

+ Possibilidade de recrutamento de NPCs

+ Os efeitos luminosos dão vida à cidade

– Narrativa aborrecida

– Algumas texturas sofrem por causa da inclusão de Ray Tracing

– Falta de objetivos capazes de manter o jogador agarrado ao jogo

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N.R.: A análise a Watch Dogs: Legion foi realizada numa Xbox Series S com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela Xbox Portugal