Análise Void Terrarium

Embora por vezes dê a sensação que o género roguelike seja um estilo relativamente novo na indústria, a verdade é que não é bem assim. Esse facto é algo que convém desmitificar aos jogadores menos familiarizados com este estilo que se encontra presente praticamente desde o início dos videojogos.

O aspecto fresco e rejuvenescido do género roguelike deve-se essencialmente à aposta de várias companhias independentes, devido ao baixo orçamento necessário para se ter um jogo com uma qualidade aceitável. Essas apostas foram evoluindo o formato do próprio género e subgéneros criando perspectivas e abordagens diferentes, nascendo títulos a fazerem-se notar não só pela critica, mas também pela opinião dos jogadores, como sendo jogos altamente divertidos e de rápido processo de domínio.

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void tRrLM(); // Void Terrarium, apresenta-se de uma forma diferente do que costuma ser habitual dentro do género, com um estilo melancólico, cores pouco vivas e num ambiente sombrio com uma atmosfera fechada e uma era pós-apocalíptica. A temática é altamente controvérsia, e a história apesar de básica faz com que o jogador crie uma ligação afectiva com as poucas personagens existentes no jogo.

Uma melancolia justificada

No pequeno mundo de Void Terrarium, comandamos um robô, que se vê numa missão de salvar uma criança chamada Toriko – a última vida humana, que se encontra altamente debilitada e já praticamente perto da morte. A tarefa não é fácil, pois o mundo encontra-se completamente dominado por fungos tóxicos, monstros e já quase sem recursos naturais dignos de um registo saudável. Dentro de cada masmorra, as sucessivas jogadas vão-se envolvendo em combates contra vários inimigos que vão surgindo durante os vários níveis.

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Conforme o jogador vai explorando cada cenário dos diferentes níveis do jogo, vai adquirindo experiência, novas habilidades e também novos equipamentos. Todas as acções funcionam numa mecânica de turnos, no entanto nem sempre de forma imparcial. A quantidade de inimigos que aparecem pelos cenários nem sempre é a mais equilibrada e a estratégia necessária para se ultrapassar os desafios não é a mais fácil de se dominar. Void Terrarium leva o jogador a perder, insistir, voltar a perder e a voltar a insistir, uma característica nata do género roguelike. Apesar de poder ser frustrante, é também o que aumentação a gratificação de quando o jogador consegue finalmente ultrapassar o desafio.

Ideal para curtas sessões de jogo 

Void Terrarium não apresenta uma grande diversidade de inimigos, no entanto essa falta de variedade é colmatada com a quantidade destes com que o jogador se vai deparar ao longo dos níveis. Dentro da dificuldade inerente aos combates, os estados negativos são também um dos aspectos mais patentes de toda a experiência do jogo, sendo algo que raramente se consegue evitar.

O ambiente monótono e melancólico dentro e fora das masmorras é justificado, representando bem a sensação de um mundo totalmente devastado a única vida humana encontra-se em risco. O robô que o jogador controla vai angariando recursos e descobrindo novas formas de tornar a vida da pobre Toriko melhor e cada vez mais sustentável, sendo esta a premissa do jogo.

Visualmente, Void Terrarium é um jogo bastante charmoso, com cores pouco saturadas representando bem o ambiente típico de um mundo perto da devastação. A nível sonoro, embora que na exploração seja uma experiência mais genérica, é bastante competente adaptando-se aos momentos certos do desenrolar da história.

Este jogo concentra-se essencialmente na repetição e em curtas sessões de jogo. O objectivo de cada nível tem sempre a mesma estrutura: explorar as masmorras para recolher materiais e sobreviver, algo que se vai tornando cada vez mais difícil com o avançar do tempo. Mesmo assim, a longevidade de Void Terrarium é bastante aceitável para um jogo do género roguelike.

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Considerações Finais

Void Terrarium tem corpo e alma de roguelike com alguns elementos de outros estilos de jogo. É certamente desafiante, exigindo uma elevada resiliência por parte do jogador para repetir os níveis de várias formas diferentes. O ambiente melancólico é bastante charmoso, integrando-se bem com uma história bastante sombria e que criar rapidamente uma ligação emocional entre o jogador e a pequena personagem.

Dada a sua dificuldade, poderá ser uma experiência frustrante para muitos jogadores, visto que perder é inevitável e será um evento bastante comum. No entanto, aqueles que consigam colocar esse factor de lado, terão um óptimo jogo para curtas sessões de exploração e com uma longevidade bastante aceitável.

 

Clica na imagem para mais informação sobre as nossas classificações

+ Ambiente sombrio bem concretizado

+ História simples e bastante emocional

+ Masmorras desafiantes

– Balanceamento da dificuldade mal-executado

– A maioria das recompensas servem para pouco

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N.R.: A análise a Void Terrarium foi realizada numa Playstation 4 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela NIS America.

Tiago Marafona: Um autêntico fã de RPGs japoneses e um belo apreciador de jogos de plataformas. Nunca diz não aos clássicos Super Mario, The Legend of Zelda e Final Fantasy. É também um acérrimo admirador do trabalho do Ryu Ga Gotoku e da Monolith Soft.
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